terça-feira, 31 de julho de 2012

ESPECIAL MÚSICAS DO MUNDO

E a música especial de hoje é...
(31 de Julho de 1886, morte do compositor e pianista Franz Liszt)

FRANZ LISZT - «Rapsódia Húngara»

Poet'anarquista

POESIA - MATIAS JOSÉ

«Prometheus Libertado»
 Jacques Villon/1960

A LIBERTAÇÃO

Não sei se foste
Tu que morreste
Se fui eu que morri
Para estar junto a ti…

Aqui permaneço
Sem novo começo
Morto já estou
A morte me levou…

Cansada de mim
Deu-me este fim
Morrer sem saber
E nunca esquecer…

Na água se espelha
Última centelha
Mas não revejo
Esse último desejo…

Num recanto final
Entre bem e mal
Seu corpo flutua
Ao sabor da lua…

Por fim desperto
Em tempo incerto
O sonho passou
Já aqui não estou…

Matias José 

FORTALEZA DE ALANDROAL

Fortaleza de Alandroal/ Desenho: Duarte d'Armas 
Vista Tirada da Banda do Norte


CASTELO DE ALANDROAL

O castelo gótico do Alandroal é uma das melhores datadas obras de arquitectura militar do período dionisino, graças a duas inscrições, comemorativas do arranque e da conclusão dos trabalhos de construção.

A primeira data de 6 de Fevereiro de 1294 (BARROCA, 2000, vol. 2, t.1, pp.1108-1113)  encontra-se sobre uma das portas da fortaleza. Por ela sabemos que o promotor do projecto foi o Mestre da Ordem de Avis, D. João Afonso, que colocou a primeira pedra nessa data. A segunda corresponde ao dia 24 de Fevereiro de 1298, sendo mestre da Ordem D. Lourenço Afonso, e localiza-se no alçado ocidental da Torre de Menagem (actualmente integrado na Sala do Tesouro da igreja matriz) (IDEM, pp.1140-1144).

No espaço de apenas quatro anos, procedeu-se, assim, à edificação do conjunto fortificado, informação que é preciosa para a caracterização da arquitectura militar ao tempo de D. Dinis, mas também para o reconhecimento do grande investimento que a Ordem de Avis efectuou, por esses anos, em castelos no Alentejo, de que são também exemplo os de Noudar e Veiros.

Mas esta fortaleza é ainda importante sob outros aspectos, nomeadamente quanto à identidade e formação cultural do seu arquitecto. Uma terceira inscrição, datada criticamente entre 1294 e 1298 (localizada no torreão direito da porta do castelo) refere expressamente o nome do responsável pela condução dos trabalhos, um homem oriundo da comunidade muçulmana e auto-intitulado "Eu, Mouro Galvo" (IDEM, pp.1114-1118). Este letreiro tem sido considerado uma das mais importantes marcas mudéjares no nosso país e revela a existência de um albanil islâmico a comandar a edificação de um castelo, num tempo em que os inimigos não eram já, em primeira instância, as forças muçulmanas do Sul da península.

Planta da Fortaleza de Alandroal
Desenho de Duarte d'Armas

Independentemente do seu arquitecto, o castelo é uma típica fortificação gótica, de planta tendencialmente oval (integrando um pequeno bairro intra-muralhas), com torre de menagem adossada à cerca e porta principal (designada por Porta Legal) harmónica, protegida por duas torres quadrangulares, ligeiramente avançadas para permitir um maior raio de tiro vertical sobre a entrada. A torre de menagem é uma estrutura pesada, de planta quadrangular e de três pisos, cujo acesso ao interior encontra-se, actualmente, entaipado. A ela adossou-se, algum tempo depois, a igreja matriz da localidade e, em 1744, o seu terraço foi aproveitado para implantar uma torre do relógio.

Ao castelo associava-se a cerca da vila, cujo urbanismo é muito simples, com uma única via (Rua do Castelo) no sentido O. - E., flanqueada por duas portas, a Legal e a do Arrabalde, cujo pé-direito contém a "vara", célebre medida padrão seguida nas trocas comerciais. À parte esta padronização estrutural (certamente orientada pela Ordem de Avis), o arquitecto deixou algumas marcas da sua formação cultural, de que se destaca a lápide com o seu nome. Uma outra é a janela de arco em ferradura localizada numa das torres e outros aspectos podem ainda atribuir-se a este mudéjar, assim se faça um estudo rigoroso e monográfico do castelo, como as pretensas semelhanças entre o sistema de torres entre esta fortificação e as muralhas almorávidas de Sevilha, sugeridas por Fernando Branco CORREIA, 1995-97, p.127.

Fortaleza de Alandroal/ Desenho: Duarte d'Armas
Vista Tirada da Banda do Sul 

Não parece que Alandroal desempenhasse um papel de grande relevância na organização das linhas militares da região, pois cedo se iniciou a sua decadência. Em 1606, grande parte das construções no interior da cerca encontravam-se já arruinadas e, no século XVIII, o recinto foi objecto de algumas transformações importantes, como a destruição da barbacã para se edificarem os novos paços do concelho e a construção da cadeia comarcã no interior das muralhas.

Só na década de 40 do século XX se procedeu a obras de restauro, que incidiram preferencialmente na reconstrução de alguns troços e na desobstrução da estrutura de numerosas casas que, ao longo dos séculos, se haviam adossado às muralhas.
Fonte: alandroal.info/castelos.xml

CARTOON versus QUADRAS

A Lei das Rendas
HenriCartoon

A LEI DAS RENDAS

Acabei de apdovar a lei do addendamento
P’da pôd na oddem esses dicos locatádios...
Quem não tived em dia com o pagamento
É despejado p’los senhodes pdopdietádios!

Traduzindo…

Acabei de aprovar a lei do arrendamento
P’ra pôr na ordem esses ricos locatários...
Quem não tiver em dia com o pagamento
É despejado p’los senhores proprietários!

Apresenta-se fidalgo D.Manuel de Portugal
Proprietário do Palácio de Belém, ao dispor...
Venho receber as rendas d’um mau pagador,
Que há seis anos não paga sua renda mensal!

Acabo pod me tdamad
Com a lei que apdovei…
Não tenho como pagad,
Despejado então sedei!

Traduzindo…

Acabo por me tramar
Com a lei que aprovei…
Não tenho como pagar,
Despejado então serei!

POETA

MÚSICAS DO MUNDO

E a música de hoje é...
(Com arranjos musicais distintos)

CAETANO VELOSO - «O Leãozinho» (Versão Original)

Poet'anarquista

CAETANO VELOSO - «O Leãozinho» (Ao Vivo)

Poet'anarquista


O LEÃOZINHO

Gosto muito de te ver, leãozinho
Caminhando sob o sol
Gosto muito de você, leãozinho

Para desentristecer, leãozinho
O meu coração tão só
Basta eu encontrar você no caminho

Um filhote de leão raio da manhã;
Arrastando o meu olhar como um ímã...
O meu coração é o sol, pai de toda cor;
Quando ele lhe doura a pele ao léu...

Gosto de te ver ao sol, leãozinho
De te ver entrar no mar
Tua pele, tua luz, tua juba

Gosto de ficar ao sol, leãozinho
De molhar minha juba
De estar perto de você e entrar no mar

Caetano Veloso

segunda-feira, 30 de julho de 2012

CARTOON versus QUADRAS

O Que É Grande Sai Caro
HenriCartoon

«O QUE É GRANDE SAI CARO»

No Palácio de Versalhes, em Paris,
A mostra de Joanna Vasconquilos
Custa muitos euros ao nosso país…
Uma exposição de pesos lusófilos!

Escute cá, sua velhaca senil e megera,
Foi p’ra mim essa boca suja indirecta?...
Esqueleto andante, tísica e magricela,
Acaso vê alguém andar a fazer dieta??...

E anote bem: por cá ninguém apara
Miudezas nesta excelente exposição…
A grandeza, regra geral sai mais cara,
E o meu peso merece outra condição!

POETA

CARTOON versus QUADRAS

Seguro Inseguro
HenriCartoon

«SEGURO INSEGURO»

Eu, Inseguro, fico feliz por ter sabido
Da tua possibilidade de candidatura
A chefiar o nosso destroçado partido…
Mais um sinal dos dias de amargura!

E digo mais, estou mesmo muito feliz,
Sinto-me no partido bastante seguro
Não fosse eu teu chefe José Inseguro…
Nem imaginas o quanto nunca te quis!

POETA

MÚSICAS DO MUNDO

E as músicas de hoje são...
(Dedicadas ao pintor JPGalhardas)

JOSÉ AFONSO - «A Morte Saiu À Rua»

Poet'anarquista


A MORTE SAIU À RUA

A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai

O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu

Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou

Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação

José Afonso

JOSÉ AFONSO - «Balada de Outono»
Poet'anarquista


BALADA DE OUTONO

Águas passadas do rio
Meu sono vazio
Não vão acordar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar

Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto A cantar

Águas do rio correndo
Poentes morrendo
P'ras bandas do mar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto A cantar

Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto A cantar

José Afonso

DESENHOS DE JPGALHARDAS

Recorda-se no espaço «Amigos d'Arte» a data de aniversário do pintor e desenhista João Paulo Galhardas, nascido a 30 de Julho de 1964, em Coimbra. Os desenhos da autoria do artista, que se publicam em forma de homenagem, são pequenos esboços entre personagens de banda desenhada e caricatura. João Paulo Galhardas faleceu no dia 2 de Outubro de 1994, em Évora. Se fosse vivo completaria hoje, 30 de Julho de 2012, as suas 48 primaveras. As pinturas e os desenhos vão continuando por aqui...
Poet'anarquista
João Paulo Galhardas
Pintor Alandroalense

«Banda Desenhada»
JPGalhardas

«Banda Desenhada»
JPGalhardas

«Dama de Copas»
JPGalhardas

«Marlene Dietrich»
JPGalhardas

«Cocktail Erótico»
JPGalhardas

«Banda Desenhada»
JPGalhardas

«Banda Desenhada»
JPGalhardas

«Banda Desenhada»
JPGalhardas

«Erotismo»
JPGalhardas

«Banda Desenhada»
JPGalhardas

«Banda Desenhada»
JPGalhardas

«Banda Desenhada»
JPGalhardas

«Erotismo»
JPGalhardas

«Agente Secreta»
JPGalhardas

«Banda Desenhada»
JPGalhardas

«Banda Desenhada»
JPGalhardas

«Banda Desenhada»
JPGalhardas

«Erotismo»
JPGalhardas

«Caricatura»
JPGalhardas

«Caricatura»
JPGalhardas

«A ARTE DE JOÃO PAULO GALHARDAS»

PINTURAS E DESENHOS

domingo, 29 de julho de 2012

POESIA - MATIAS JOSÉ

Diogo Lopes de Sequeira do Alandroal 
Fidalgo Português e Governador da Índia


REFERÊNCIA A DIOGO LOPES DE SEQUEIRA

Diogo Lopes de Sequeira feito governador
E cantado por Camões em terras d' Oriente…
De Landroal partiu p’ra um Império distante,
Descobrindo novos caminhos com grande valor!

Em Maçuá encontra cisternas rasas d’água
De onde avista o porto Arquico ali vizinho…
Descobre ilhas remotas, numa tarefa árdua,
Novas maravilhas se cruzam no seu caminho!

El rei D. Manuel envia-o à ilha de Madagáscar
P’ra tomar nota de possíveis trocas comerciais...
Aportando na Índia, visita depois outros locais,
Samatra e Pacém padrão d'armas foi assinalar.

Noutras viagens passa então por Arzila e Ceuta,
Segue depois para Alcácer Ceguer, Diu e Goa…
Comanda até Malaca a primeira grande frota
Que aí chega com cinco navios de vento em proa.

Em 1465, nesta mui nobre vila d'Landroal
Nasceu Diogo Lopes de Sequeira, o fidalgo,
E na Igreja da Consolação jaz sepultado…
Morreu no ano de 1530, na sua terra natal!

Matias José

ESPECIAL MÚSICAS DO MUNDO

E a música especial de hoje é...
(29 de Julho de 1856, morte do compositor Robert Schumann)

ROBERT SCHUMANN - «Cenas de Infância»

Poet'anarquista

CARTOON versus QUADRA

«Águia Real»
HenriCartoon

«ÁGUIA REAL»

Vencemos o Real Madrid todo poderoso!?...
Somos por agora os melhores do mundo
Neste habitual estado de coma profundo…
Viva a Águia e o SLB, viva o Horroroso!!!

POETA

MÚSICAS DO MUNDO

E as músicas de hoje são...
(28 de Julho de 1741, morte do compositor Antonio Vivaldi)

ANTONIO VIVALDI  
«Allegro, Concerto para Guitarra e Orquesta em Dó Menor»

Poet'anarquista

(28 de Julho de 1750, morte do compositor Johann Sebastian Bach)

JOHANN SEBASTIAN BACH - «Toccata em Dó Menor»

Poet'anarquista

sábado, 28 de julho de 2012

CARTOON versus QUADRAS

A Compra do Genro
HenriCartoon

«A COMPRA DO GENRO»

Depois da compra do Pavilhão Atlântico
Quem é o artista que irá subir ao palco?...
Seria bom anunciar p’ró grande público
A estrela que vai estar presente no acto …

Já sei, mas por agora não posso desvendar
Quem vai ser essa vedeta do rock & rol…
Dou-vos uma pequena dica p’ra decifrar:
«Podtugal, ade you deady to dock and doll?»

Crisis, what crisis??

POETA

MÚSICAS DO MUNDO

E a música hoje é...
(Escolha musical da blogosfera)

MARIA GUINOT - «Silêncio e Tanta Gente»

Poet'anarquista


SILÊNCIO E TANTA GENTE

Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro o amor em teu olhar
É uma pedra
É um grito
Que nasce em qualquer lugar

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal aquilo que sou
Sou um grito
Ou sou uma pedra
De um altar aonde não estou

Às vezes sou o tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar

Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão

Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
É uma pedra
Ou é um grito
De um amor por acontecer

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p'ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d'aquilo que sou

Às vezes sou o tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar

Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão

Às vezes sou o tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar

Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão

Maria Guinot

sexta-feira, 27 de julho de 2012

MÚSICAS DO MUNDO

E a música de hoje é...

THE VERVE - «Bittersweet Symphony»

Poet'anarquista


SINFONIA AGRIDOCE

Porque é uma sinfonia agridoce, esta vida
Tente fazer face às despesas
Você é um escravo do dinheiro então você morre
Eu te levarei pela única estrada em que já estive para baixo
Você sabe o que te leva aos lugares
Onde todas as tendências se encontram, sim,

Nenhuma mudança, eu posso mudar
Eu posso mudar, eu posso mudar
Mas eu estou aqui no meu molde
Estou aqui em meu molde
Mas sou um milhão de pessoas diferentes
de um dia para o outro
Eu não posso mudar meu molde
Não, não, não, não, não

Bem, eu nunca rezo
Mas esta noite estou ajoelhado, sim
Eu preciso ouvir alguns sons que identifiquem a dor em mim, yeah
Eu deixo a melodia brilhar, deixo-a limpar minha mente, eu me sinto livre agora
Mas as rotas aéreas estão limpas e não há ninguém cantando para mim agora

Nenhuma mudança, eu posso mudar
Eu posso mudar, eu posso mudar
Mas eu estou aqui no meu molde
Estou aqui em meu molde
E eu sou um milhão de pessoas diferentes
de um dia para o outro
Eu não posso mudar meu molde
Não, não, não, não, não
Eu não posso mudar
Eu não posso mudar

Porque é uma sinfonia agridoce, esta vida
Tente fazer face às despesas
Tente achar algum dinheiro então você morre
Eu te levarei pela única estrada em que já estive para baixo
Você sabe o que te leva aos lugares
onde todas as coisas se encontram, sim

Você sabe que eu posso mudar, eu posso mudar
Eu posso mudar, eu posso mudar
Mas eu estou aqui no meu molde
Estou aqui em meu molde
E eu sou um milhão de pessoas diferentes
de um dia para o outro
Eu não posso mudar meu molde
Não, não, não, não, não

Eu não posso mudar meu molde
não, não, não, não, não,
Eu não posso mudar
Não é possível alterar o meu corpo,
não, não, não

Ele justo sexo e violência melodia e silêncio
Ele justo sexo e violência melodia e silêncio
(Eu te levarei pela única estrada em que já estive para baixo)
Ele justo sexo e violência melodia e silêncio
(Eu te levarei pela única estrada em que já estive para baixo)
Já esteve para baixo
Já estive
Já estive
Já estive
Já estive
Alguma vez você já esteve?
Alguma vez você já esteve?
Alguma vez você já esteve?

The Verve

POETAS DO CONCELHO D' ALANDROAL

XXXVI DÉCIMAS

As décimas que se publicam esta semana são da autoria de Carlos Gonçalves Silva. Este poeta popular nasceu em Terena, freguesia de São Pedro de Terena do concelho de Alandroal, a 27 de Maio de 1953. De ocupação comerciante, começou a fazer poesia desde muito novo.
Poet'anarquista
Carlos Gonçalves Silva
Poeta Popular

MOTE

Não tenho vergonha de ser
Aquilo que de facto sou
Mas às vezes chego a parecer
Aqueles com quem me dou.

Glosas

Já me têm censurado
Pelo meu próprio feitio
Tem sido vezes a fio
Chega a ser engraçado.
Os que de mim têm falado
Até me chego a convencer
Que t~em inveja do meu viver
Mas digo-lhes com sinceridade:
Sou pobre, é uma verdade
Não tenho vergonha de ser.

No campo guardei gado
Não o meu mas doutra gente
Mas mesmo assim fiquei contente
Por um dia o ter guardado.
Foi penoso o meu passado
Mas isso já tudo passou
Essa imagem triste ficou
Mas não foi ainda esquecida,
Agradeço à própria vida
Aquilo que de facto sou.

Falo ao velho e ao novo
Ao rico e ao pobre falo
Na rua, tanto me ralo!
Pois sou filho do povo.
Para alguns sou estorvo
Mas não consigo compreender
Porque comigo vêm ter
Rico pensam que sou,
Pois isso ainda não estou
Mas às vezes chego a parecer.

No Alentejo foi a minha criação
Nele fui crescendo e aprendendo
Embora muito sofrendo
Para ganhar um bocado de pão.
Tive que lamber as pedras do chão
Meu corpo bastante suou
Graças a Deus ainda cá estou
Para aquilo que me está destinado,
Vou caminhando ao lado
Daqueles com que me dou.

Carlos Silva

quinta-feira, 26 de julho de 2012

PINTURA - GEORGE GROSZ

O pintor e desenhista alemão George Grosz, nasceu em Berlim a 26 de Julho de 1893. Foi uma das figuras mais destacadas do movimento «Dada» em Berlim, entre os anos de 1917 e 1920. Foi igualmente um dos principais membros do grupo  expressionista «Nova Objectividade», juntamente com Max Beckmann e Otto Dix (pintores já com honras de publicação neste espaço Amigos d’Arte).  George Grosz faleceu em Berlim, a 6 de Julho de 1959.
Poet'anarquista
George Grosz
Pintor Alemão

«Auto-Retrato»
George Grosz
SOBRE O ARTISTA…

Um dos grandes artistas da Nova Objetividade/Neue Sachlichkeit, terceira manifestação do Expressionismo Alemão.  

Desenhista, escritor e pintor, estudou na Academia de Belas Artes de Dresden de 1909 a 1911; logo em seguida, de 1911 a 1913, estudou na Escola de Artes de Berlim e no ano seguinte trabalhou no Ateliê Colarossi em Paris, completando os seus estudos em 1916.

Aderiu ao partido comunista e ao Club DADA fundado em Berlim, que era formado por Jef Golyscheff, Raoul Hausmann e Wieland Herzfeld. Participou na fundação da Nova Objetividade/Neue Sachlichkeit, na exposição de 1923.

Perseguido na Alemanha devido ao conteúdo crítico-satírico de suas obras, mudou-se para Nova Iorque, pelo ano de 1932. Passados vinte e seis anos de residência nos Estados Unidos, decidiu voltar a Berlim. 
As obras de Grosz dividem-se em duas fases: uma expressionista-satírica e outra de descrença quanto ao poder de transformação da ordem simbólica de algum sistema económico ou político pela arte, caracterizada pelas naturezas-mortas, paisagens urbanas e visões das catástrofes da guerra. 

Os seus primeiros desenhos aparecem em 1915, com alguma influência de Pascin e de Alfred Kubin. 
Trabalhando com Raoul Hausmann e Wieland nas montagens dadaístas, torna-se, em 1923, um expoente dirigente do Nova Objetividade/Neue Sachlichkeit. 

Em 1932, é convidado a lecionar nos Estados Unidos. Devido à Segunda Guerra, o impacto percebido nas artes é de adesão, principalmente na Alemanha, ao Expressionismo e ao Dada.

A arte produzida por Grosz caminhará por esses movimentos, transformando-se em paisagens e naturezas-mortas, fruto de uma atitude cética diante das mudanças da vida.
Fonte: http://www.mac.usp.br/
«O Homem Apaixonado»
George Grosz

«O Investigador de Escândalos»
George Grosz

«Desocupados»
George Grosz

«Caricatura do Poeta Max Herrmann Neisse»
George Grosz

«Suicídio»
George Grosz

«O Sobrevivente»
George Grosz

«Fantasmas»
George Grosz

«O Poço»
George Grosz

«Cain e Hitler no Inferno»
George Grosz


«EXPRESSIONISMO
GEORGE GROSZ

POESIA - MATIAS JOSÉ

«A Gestante»
Lasar Segall

O PRINCÍPIO DO FIM

Era um dia incerto, como outro qualquer,
Eu já havia morrido muito tempo antes…
Ainda no ventre fecundo de uma mulher
Encontrava a morte, em breves instantes.

A partir desse momento a morte seguia
Sempre a meu lado, marcando as horas…
Todos os passos que eu dava, ela sentia,
O tempo  passar sem grandes demoras.

E assim, certo dia abortou neste mundo
Mais outra vida com o destino marcado…
A morte às arrecuas em ventre fecundo;

P’ra onde quer que vá, está  a meu lado,
Não me deixa em paz nem um segundo…
Desde o princípio me traz bem guardado!

Matias José

MÚSICAS DO MUNDO

E a música de hoje é...

SÉRGIO GODINHO - «O Primeiro Dia»

Poet'anarquista


O PRIMEIRO DIA

A principio é simples, anda-se sózinho
Passa-se nas ruas bem devagarinho
Está-se bem no silêncio e no borborinho
Bebe-se as certezas num copo de vinho
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
Dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
Diz-se do passado, que está moribundo
Bebe-se o alento num copo sem fundo
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E é então que amigos nos oferecem leito
Entra-se cansado e sai-se refeito
Luta-se por tudo o que se leva a peito
Bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
Olha-se para dentro e já pouco sobeja
Pede-se o descanso, por curto que seja
Apagam-se dúvidas num mar de cerveja
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Enfim duma escolha faz-se um desafio
Enfrenta-se a vida de fio a pavio
Navega-se sem mar, sem vela ou navio
Bebe-se a coragem até dum copo vazio
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E entretanto o tempo fez cinza da brasa
E outra maré cheia virá da maré vaza
Nasce um novo dia e no braço outra asa
Brinda-se aos amores com o vinho da casa
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.

Sérgio Godinho

quarta-feira, 25 de julho de 2012

CARTOON versus QUADRAS

O Lixado
HenriCartoon

«O LIXADO»

Ouve Fedelho, acho que te devias conter
Nas expressões populistas e sem decoro…
São frases feitas, de gente de mau agoiro,
Não fica bem um primeiro-ministro dizer!

Pelo contrário, estes termos informais
Servem para ganhar grande simpatia
De malta sem muitos estudos formais…
Enervas, não sentes a minha empatia?

Pu&% que pariu, mais a tua psicologia…
Todos gozam por não me dar ao trabalho
De estudar os termos formais como devia…
$#”&-se, é demais... estou lixado ca$#%&!!

POETA

CARTOON versus QUADRAS

A Magreza do Primeiro-Ministro
HenriCartoon

«A MAGREZA DO PRIMEIRO-MINISTRO»

Apresento-me assim nesta fineza
Para fazer jus ao estado deste país…
Comecei a fazer dieta porque quis
Ser solidário com tanta magreza!

***
A finura do primeiro-ministro
Depois de dieta paranormal...
Deixou o Zé, com olhar sinistro,
A morrer à fome em Portugal!

POETA

PINTURA - MAXFIELD PARRISH

O pintor norte-americano Maxfield Parrish, pseudónimo de Frederick Parrish, nasceu na Filadélfia a 25 de Julho de 1870. Foi um enorme ilustrador e pintor romântico, englobando a sua obra cenas e figuras da mitologia, sendo as mais conhecidas «O Amanhecer» e «Os Portadores das Lanternas». Maxfield faleceu aos 95 anos em Plainfield, a 30 de Março de 1966, deixando para a história uma carreira de sucesso e espantosas pinturas.
Poet’anarquista
Maxfield Parrish
Pintor Norte-Americano

«Palavras Doces»
Maxfield Parrish
SOBRE O ARTISTA…

Frederick Maxfield Parrish, EUA pintor e ilustrador nascido na Filadélfia, Pensilvânia, em 25 de Julho de 1870.

O seu pai, Stephen Parrish, desenhador de paisagens e gravador de sucesso, e sua mãe  Elizabeth, incentivam os talentos artísticos de Frederick ainda criança, na idade de dez anos, viajando à Europa para ver pinturas de grandes mestres nos museus.

Apaixonado por arquitetura, além de pintura, o jovem Parrish estuda e aperfeiçoa-se durante anos em França, Inglaterra, no Instituto Drexel, onde um dos seus professores, o ilustrador Howard Pyle tem uma grande influência na seleção dos seus trabalhos futuros.

Acometido de febre tifoide em 1890 e, em seguida pela tuberculose (1900), Frederick Maxfield Parrish passou longos meses de convalescença em dell'Adirondacks Saranac, nas montanhas, onde o frio do inverno o forçaram a renunciar em favor das pinturas a óleo e aquarelas.

Em 1895, competindo com vinte outros artistas para criar uma capa de livro, vê o seu trabalho escolhido e publicado.

Parrish é especializado em ilustrações para livros e começa o trabalho de ilustração do livro de Kenneth Grahame «As paredes Eram» em 1897.

Novamente por causa da saúde, passa alguns meses no Arizona, onde o clima seco, o ar de cores nítidas brilhantes e deslumbrantes o ajudam a curar-se, mas também para aperfeiçoar o seu estilo de pintura cuja mágica das cores continuará a ser a principal característica das suas obras. 

Por não estar vinculado a movimentos artísticos particulares, Frederick Maxfield Parrish inventou uma técnica especial que envolve várias camadas de tinta a óleo aplicadas às pinturas, desenvolvendo um estilo verdadeiramente original.

Em 1898, estabeleceu-se em Plainfield, New Hampshire, a que chamou o seu lar «The Oaks» e aqui faz projetos de arte importantes, como «Poemas Eugene Field da Infância» (1904) e as tradicionais «Noites da Arábia» (1909).

Em 1905, Parrish que vivia de uma forma serena  e simples, vê a sua vida ter um ponto de viragem ao conhecer Sue Lewin.

Esta mulher, destinado a tornar-se sua musa e amante, trabalhou como uma mãe para os seus filhos fazendo de sua assistente no estúdio, e em seguida, como modelo para uma grande obra intitulada «Land of Make Believe». Vai permanecer com ele durante 50 anos.

Sue Lewin tornou-se modelo para a maioria das suas pinturas, incluindo figuras masculinas e femininas em «Florentino Fete», uma série de afrescos para a Curtis Publishing Company.

Parrish tem então propostas de trabalho por parte de editores e anunciantes, ilustrando muitos livros de grandes autores americanos, como Nathaniel Hawthorne, L. Frank Baum, Kenneth Grahame, Eugene Campos, Louise Saunders e o temível Edith Wharton. 

O sucesso e a fama crescem enormemente, provando sem sombra de dúvida, o velho ditado, que a ilustração está no centro da arte americana no século XX.

A Casa da Arte, publicou muitas das suas cópias, incluindo «Daybreak», que se tornou a imagem mais reproduzida na história.

«Frederick Maxfield Parrish era também famoso pelas andrógenas nuas assentes em contextos fantásticos que eram um tema recorrente, muitas vezes nas suas obras e para a cor particular «Parrish Azul», um termo alcunhado por ele mesmo.

Ao longo dos últimos trinta anos da sua vida, entre os anos sessenta e noventa, Parrish dedicou-se quase exclusivamente a pintar paisagens que foram publicados por Brown e Bigelow em St. Paul, Minnesota, como calendários e postais.

Parrish, que pintou até a idade de noventa anos e foi um dos maiores artistas pagos da sua época, morreu em sua casa, «The Oaks», em Plainfield, New Hampshire, a 30 de Março de 1966, depois de ter visto as suas pinturas expostas em museus, nas coleções permanentes.

Maxfield Parrish foi o artista mais popular americana da virada do século, até aparecer Norman Rockwell  que o sucedeu em 1940.
Fonte:  http://www.settemuse.it/pittori_scultori_americani/maxfield_parrish.htm

«Millpond»
Maxfield Parrish

«Acção de Graças do Vagabundo»
Maxfield Parrish

«Aladino»
Maxfield Parrish

«Egipto»
Maxfield Parrish

«Noites Venezianas»
Maxfield Parrish

«Gulnare do Mar»
Maxfield Parrish

«O Dragão Relutante»
Maxfield Parrish

«O Idiota»
Maxfield Parrish

«ROMANTISMO»

MAXFIELD PARRISH