sábado, 2 de março de 2013

DÉCIMAS versus SONETO

Deo Endovélico Sacrum
JPGalhardas

MOTE 
(desconheço autor)

Concelho que tem Endovélico
Onde existe boa gastronomia
De peixe é rico e belo
Não fica atrás a poesia

Glosas

Foi p’lo Concelho d’Landroal
Épocas remotas do passado,
Um Deus pré-romano adorado
Na antiga Lusitânia Ocidental.
(Esperando de Deus o sinal!)
Em conturbado período bélico
Viveu Viriato, o guerreiro épico
E rogavam à «Entidade Divina»…
Dizem com poderes na medicina
Concelho que tem Endovélico!

2ª 
O povo recebia em alimento
O que a natureza lhe dava,
Do que se caçava ou pescava
A todos servia de sustento.
As mulheres com seu talento
Condimentavam rica iguaria
Preparando o que se comia
Com ervas muito aromáticas…
Ainda hoje as melhores práticas
Onde existe boa gastronomia!

3ª 
As águas do rio Guadiana
Davam peixe com fartura,
Séculos de história e cultura
Banharam terra lusitana.
Perdura na vila alentejana
De Juromenha, por ter castelo,
A caldeta feita com esmero
Pelos Deuses bem guardada…
Por ter sido preservada
De peixe é rico e belo!

4ª 
Como alcatruzes tirando
Água de dentro da nora,
Assim um poeta elabora
A escrita que sai rimando.
Ouvem-se depois cantando
Esses poetas em harmonia
Palavras ditas com sabedoria
Realçam mais o seu valor…
Acreditem que não é favor
Não fica atrás a poesia!

Matias José

Cozinha dos Ganhões
Hernâni Matos

MOTE
(desconheço autor)

Concelho que tem Endovélico
Onde existe boa gastronomia
De peixe é rico e belo
Não fica atrás a poesia

SONETO

Terra de antepassados muito remotos…
Homens corajosos, de aspeto heroico,
Pagavam com oferendas os seus votos
No atual Concelho que tem Endovélico.

Tempero a condimentar, rica especiaria
Usada quanto baste num bom alimento…
Assim se faz onde existe boa gastronomia,
De sabor alentejano com outro sustento!

O homem do rio, de aspeto rude e singelo  
Espera que as redes tragam boa pescaria…
Na água profunda, de peixe é rico e belo!

Canta o poeta nas décimas que escrevia…
(O segredo do homem do rio, hoje revelo:)
-Depois da pesca, não fica atrás a poesia!

Matias José

Barco de Pesca no Rio
Imagem: Google

MOTE
(desconheço autor)

Concelho que tem Endovélico
Onde existe boa gastronomia
De peixe é rico e belo
Não fica atrás a poesia          

Glosas

No lugar de S. Miguel da Mota
Existiu outrora templo sagrado,
Na época dos romanos edificado
A um Deus de gente pré-devota.
Dizia-se encaminhar a alma morta
Para o Além, por ser o mais ético,
Curava qualquer doente sético
Com os seus poderes na medicina…
Antigo Santuário da Rocha da Mina
Concelho que tem Endovélico!

Irmanados em redor da lareira
Saboreavam ricos manjares,
Com os mais diversos paladares
Cozinhados ao lume na fogueira.
Ainda hoje feito dessa maneira
Quando se assam certas iguarias,
Nas grandes festas e romarias
Recordam-se esses tempos idos…
Bons alimentos são ingeridos
Onde existe boa gastronomia!

O pescador faz-se ao rio
Deita as suas redes à sorte,
Nada existe que mais importe
A quem pesca com tanto brio.
Esteja calor ou faça frio
Esse homem, por ser singelo,
Em dia cinzento ou amarelo
Nunca desiste de labutar…
O Guadiana pra recordar
De peixe é rico e belo!

O  povo da antiga nação lusitana
Ao escrever as velhas memórias,
Deixa ao mundo muitas histórias
Em prosa ou verso à raça humana.
Assim a obra poética camoniana
Canta os feitos de quem partia,
Pra lugares que ninguém conhecia
Na descoberta de outras nações…
Já escrevia Luís Vaz de Camões
Não fica atrás a poesia!

Matias José

Poesia com Métrica
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1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bom, muito bom mesmo!