sábado, 28 de maio de 2016

OUTROS CONTOS

«O Ego», conto poético por Matias José.

«O Ego»
Busto do Poeta Popular António Aleixo

Mote

Eu não sei porque razão  
certos homens, a meu ver,
quanto mais pequenos são
maiores querem parecer.  

António Aleixo

798- «O EGO»

Apregoa-se a humildade
Como nobre sentimento,
Encontras um num cento
Que a pratique de verdade.
Primeiro está a vaidade
Com o ego à condição,
Assim age o sabichão
Até inchar dentro do fato…
Tamanha falta de tacto,
Eu não sei porque razão!

Doutorados em palreio
Sabem de cor o reportório,
Não aceitam contraditório
Por estarem de papo cheio.
Quem se mete pelo meio
Acaba sempre por ceder,
De tudo julgam entender
Estes mestres da sabedoria…
Chegam a causar azia
Certos homens, a meu ver.

Se alguém lhes faz frente
Com argumentos válidos,
Os seus discursos pálidos
Mostram o lado incoerente.
Querem ser mais que gente
Cabendo na palma-da-mão,
Entram em contradição
As vezes que for preciso…
Maior a falta de juízo,
Quanto mais pequenos são!

Pode marcar a diferença
No saber, ser comedido…
Faz de todo mais sentido,
Mas ninguém nisso pensa.
Não mostrar indiferença
E com o outro aprender,
A partilha desse saber
Valor não terá menos…
Quanto mais pequenos,
Maiores querem parecer!  

Matias José

1 comentário:

Anónimo disse...

As décimas não embaraçam o mote. Estão de se lhe tirar o chapéu!