«Olhos Azuis», por Solrac Agib.
«Olhos Azuis»
Solrac Agib
1457- «OLHOS AZUIS»
I
Sentei-me a seu lado, de olhar protector…
- Querida amo esses seus olhos
Azuis, da cor do oceano.
A lua, imensidão ondulante
Espera por nós…
Querida, você não sente
Como o amor é tão verdadeiro!?...
II
O sétimo céu espera por você…
Não vê que estou me separando
Dos bens terrenos?
Longe daqui,
É bom puder sentir os seus braços
E esses olhos azuis protectores…
Sentados no sol, como anjos
Amantes pegando fogo!
III
No olhar dos amantes
O azul do firmamento…
Amores perpétuos reflectem
Rios de crianças a desaguar.
Sorrindo para os deuses,
Elas são portadoras da glória
Em tempo de constante mudança;
Tocando o céu rasante,
Olhares inocentes jazem em silêncio.
IV
Venha comigo Criança Princesa
Atravessar os céus da ante-manhã,
Segure minha mão humana….
Mostre seus sonhos escondidos
De choro por me ter deixado ir.
Venha até mim, livre de tristeza,
Através d’ um golpe de pura magia
Cantando na chuva quente de Março….
Criança de olhos azuis
Cristalinos, como as águas selvagens.
V
Lua brilhante de Outubro... grito dos amantes:
- Então querida, não sabe que o amor é verdadeiro?
No jardim dois corpos alados... inertes
Sombras prateadas no chão iluminam a noite
E, entrelaçadas permanecem em silêncio;
Os cordeiros inocentes repousam.
Muito longe, muito longe dos seus braços
Olhos azuis vão percorrendo todos os recantos
Nesse jardim de antigos luares…
- Querida, como é bom senti-la de novo!
Faz muito tempo, muito tempo ao luar solidão.
VI
Olhos azuis, o percurso é claro…
Foi traçado muito tempo atrás.
Homens e mulheres permanecem fechados
Nos seus casulos intransponíveis;
Eles envelhecem solitários,
E a cena da morte é inevitável.
Ainda assim, beijo o aroma
Daquela noite na mansão cadeia
Ao som desse amor antigo.
Os cordeiros repousam no cercado
Separados pela distância de um olhar…
Entre eles, um rio de lágrimas azuis.
VII
Olhos azuis, castanhos, verdes...
Eu sei lá!... adoro os olhos negros
Se eles são de crianças
Felizes no coração da mãe África.
Aqueles olhares famintos,
Que me provocam distúrbios,
Esses não, eu não gosto...
E me envergonho de olhar neles.
Mas a lua também nasce
Nesses lugares recônditos
Onde, sentados no sol,
Os amantes pegando fogo
Mergulham nas águas da vida selvagem.
Solrac Agib