Bertolt Brecht
Dramaturgo Alemão
Brecht pôs sua obra literária e teatral a serviço da política.
10/2/1898, Augsburg, Alemanha
15/8/1956, Berlim, Alemanha
A escrita interventiva do alemão Bertolt Brecht, nos anos 20. Poeta e importante dramaturgo do seu tempo, provoca o leitor para o fazer participar activamente na obra.
Bertolt Brecht começou a escrever cedo e publicou seu primeiro texto num jornal em 1914. Cinco anos mais tarde, ingressou no Partido Independente Socialista e teve um filho - Frank - com uma de suas amantes.
Em 1922 estreou sua peça "Os tambores da noite". Em 1923 casou-se com Marianne Zoff, de quem se divorciaria em 1927, e com quem teve uma filha, Hanne.
Conheceu a atriz Helen Weigel e com ela passou a morar em Berlim. O casal teve um filho, Stefan.
Brecht conheceu o músico Kurt Weil em 1927. Dois anos depois, criaram juntos a "Ópera dos Três Vinténs", que se tornaria um grande sucesso. A partir daí, o dramaturgo passou por um período de grande produtividade. Criou "A Mãe", "Homem por Homem", "Mahagonny", "Happy End", "Santa Joana dos Matadouros", entre várias outras peças. Nesta época desenvolveu também a teoria do teatro épico, que seria publicada em 1948, em "Estudos sobre Teatro."
Em 1933, com a perseguição nazista, Brecht exilou-se da Alemanha, indo primeiro para a Suiça, depois para Paris e finalmente fixando-se na Dinamarca. Nesse período, criou "Terror e Miséria do Terceiro Reich," "A Vida de Galileu" e "Mãe Coragem e seu filhos". Com a invasão da Dinamarca pelos alemães, partiu novamente, refugiando-se agora em Nova York, em 1941.
Bertolt Brecht trabalhou em Hollywood. Dois anos após o fim da segunda guerra, em 1947, retornou à Europa. Instalou-se definitivamente em Berlim, em 1948. Estava na Alemanha Oriental, cujo regime comunista valorizava, enquanto estava no exílio.
Logo, porém, deu-se conta do autoritarismo policialesco que vigorava nos países do bloco soviético: pelo facto de estar mal vestido e com a barba por fazer, foi barrado pela polícia na entrada de uma solenidade que seria dada justamente em sua homenagem, conforme relata o historiador Paul Johnson, no livro "Os Intelectuais".
Além disso, Johnson também registra que Brecht preferiu deixar os direitos autorais de suas peças a cargo de uma empresa suíça que lhe remetia clandestinamente grande somas de dinheiro.
Em 1949, com o apoio do governo da Alemanha Oriental, Bertolt Brecht fundou o "Berliner Ensemble", uma companhia de teatro que montava principalmente peças do autor. Dois anos antes de morrer, de ataque cardíaco, o dramaturgo iniciou a publicação de suas obras completas.
Enciclopédia Britânica
POESIA DE BERTOLT BRECHT
O Analfabeto Político
O pior analfabeto
é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo da vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado
e o pior de todos os bandidos:
O político vigarista,
pilantra, corrupto e lacaio
das empresas nacionais e multinacionais
.
A propósito da poesia:
ResponderEliminarDurante 8 longos anos, infelizmente, conheci um analfabeto político. Assentam-lhe que nem uma luva os cognomes de vigarista, pilantra e corrupto. Lacaio estava mais a condizer com alguns que o rodeavam. Felizmente que o povo aprendeu a não ser analfabeto!
Quem disse que a poesia não é uma forma de luta?
Zé Poveco
Mais um momento alto no teu blogue.
ResponderEliminarUm abraço
Chico