terça-feira, 20 de abril de 2010

Revolução dos Cravos I


O 25 DE ABRIL

No dia 25 de Abril de 1974 Portugal terminava definitivamente com meio século de opressão, medo e atraso.

Era a "Revolução dos Cravos"

No dia anterior a rádio foi a “senha” para o arranque simultâneo dos militares que decidiram acabar de uma vez por todas com uma ditadura que matava o País com uma morte que não se via mas matava.

5 minutos antes das 23h do dia 24 de Abril de 1974, nos estúdios da Rádio Alfabeta dos Emissores Associados de Lisboa, o locutor de serviço - João Paulo Dinis – “lançou” a música “E depois do adeus” de Paulo de Carvalho. Era o sinal para as tropas avançarem.

A "senha", constituída pela canção Grândola, Vila Morena, de José Afonso, foi gravada por Leite de Vasconcelos e posta no ar por Manuel Tomás, no âmbito do programa Limite da Rádio Renascença, à meia-noite e vinte, antecedida da leitura da sua primeira quadra.

“Grândola, vila morena
Terra da fraternidade,
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade”

Esta segunda “senha” transmitida pela Rádio Renascença, estação de cobertura nacional, serviu para informar todos os quartéis e militares que aderiam ao golpe, de que tudo estava preparado e a correr conforme o previsto.

Era o arranque sincronizado e irreversível das forças do MFA (Movimento das Forças Armadas).

Quatro horas mais tarde a rádio era já o eco da liberdade e augúrio de que tudo iria correr bem.

A Rádio Clube Português é ocupada por militares e transformada no posto de comando do «Movimento das Forças Armadas» - por este motivo a emissora fica conhecida como a “Emissora da Liberdade”.

Às 04h26 o locutor Joaquim Furtado fazia a leitura do primeiro comunicado do MFA, aos microfones do Rádio Clube Português:


“Aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas.
As Forças Armadas portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas, nas quais se devem conservar com a máxima calma. Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal, para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderia conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo.”

Menino colocando um cravo numa espingarda

Na manhã do dia 25 já cheirava a liberdade e a ditadura, podre de cinquenta anos, caiu sem criar resistência. Nos canos das espingardas foram colocados cravos.

A senha que tornou irreversível o início da revolução

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Primeiro comunicado lido aos microfones do RCP

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Hino do Movimento das Forças Armadas: (Trata-se de uma marcha militar americana da autoria de John Philipp De Souza)

Fonte: aminharadio

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