A EXCEPÇÃO E A REGRA
Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso.
Mas não se esqueçam
de que o abuso é sempre a regra.
Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso.
Mas não se esqueçam
de que o abuso é sempre a regra.
Bertold Brecht
DESABAFO CONTIDO
Hoje, sinceramente, estou num daqueles dias em que o melhor era nem ter despertado, ninguém dava pela minha falta, nem sequer eu próprio. Estou assim nesta inquietude, esperando que os próximos quatro meses passem o mais rápido possível, e eu possa finalmente respirar de novo.
Resolvi escrever para o blogue este desabafo contido, para me proteger dos espíritos maus. Este amigo, embora não me responda, é de todo fiável. Quem entrar no blogue saberá apenas uma pequena parte, nada mais.
Faz tempo que as coisas não andam bem. Começou há cerca de um ano atrás, e como não podia deixar de ser, com reflexos negativos nas relações familiares e de amigos. Fico muitas vezes sem paciência para aqueles que mais gosto e que habitualmente me dão alguma da sua atenção. Comecei também a ter dificuldade de concentração, e por conseguinte, a poesia que me serve de alimento e companhia, não flui.
Para esquecer um pouco toda esta situação, saio à rua para ir ao café e encontrar os amigos. Puro engano, os amigos estão lá, mas eu não. De seguida volto para casa. E assim se têm passado um pouco os últimos dias, neste vai-vém entre me encontrar fugindo, e fugindo de me encontrar.
Tudo isto é passageiro, como passageira é a existência de uma vida. Deus levou João Paulo apenas com trinta anos de idade e eu já tenho cinquenta. Sou um felizardo, já vivi mais vinte anos, no entanto tudo parece tão recente.
Olho em redor, uma casa vazia e em silêncio. No quintal, refugiados da esturrina do sol, os cães permanecem no telheiro dos fundos, esperando que a noite traga temperaturas mais agradáveis. Dentro de casa o mesmo silêncio, só interrompido pelo bater das teclas do computador.
Dou por mim escrevendo uma prosa desalinhada e sem sentido, quem ler pensará que tudo não passa de uma mistura de palavras, para esconder o que realmente vai na alma.
Poet'anarquista
Caro amigo: a seguir à tempestade vem sempre a bonança.
ResponderEliminarTempos difíceis todos nos temos.
Incompreensão e o pão-nosso de cada dia.
Prepotentes são cada vez mais.
Eu já fui vitima e paguei bem caro. No entanto soube com a ajuda da família (sempre os primeiros) e contando sempre com os verdadeiros amigos dar a volta por cima.
A verdade e a honestidade vão vir ao de cima, e melhores tempos te aguardam..
Um grande abraço e conta sempre comigo
Chico
Poet'anarquista li as suas palavras de inquietação e fiquei preocupada. O texto dá a revalar, ainda que de forma pouco explícita, abusos de poder. Se for esse o caso, não hesite em revelar à opinião pública como o fez no passado, terá todo o apoio dos alandroalenses amigos!
ResponderEliminarMaria