sábado, 26 de fevereiro de 2011

LITERATURA - VICTOR HUGO

Victor-Marie Hugo, escritor e poeta francês com grande intervenção política no seu país, nasceu em Besançon, França, a 26 de Fevereiro de 1802. Da vasta obra literária editada, foi autor de «Os Miseráveis» e do famoso «Corcunda de Notre-Dame», assim como do primeiro livro de poesias publicado em 1821,  «Odes e Poesias Diversas».
Poet'anarquista
Victor Hugo
Escritor Francês
BIOGRAFIA
26/02/1802, Besançon, França
22/05/1885, Paris, França


Victor Hugo, autor de "Os Miseráveis" e "O Corcunda de Notre Dame", entre outros, era filho de Joseph Hugo e de Sophie Trébuchet. Nasceu em Besançon, mas passou a infância em Paris.

Em 1819 fundou, com os seus irmãos, uma revista, o "Conservador Literário" e no mesmo ano ganhou o concurso da Academia dos Jogos Florais, instituição literária francesa fundada no século XIV.

Aos 20 anos publicou uma reunião de poemas, "Odes e Poesias Diversas", mas foi o prefácio da sua peça teatral "Cromwell" que o projectou como líder do movimento romântico na França.

Victor Hugo casou-se com Adèle Foucher e durante a vida teve diversas amantes, sendo a mais famosa Juliette Drouet, actriz sem talento, a quem ele escreveu numerosos poemas.

O período 1829-1843 foi o mais produtivo da carreira do escritor. O seu grande romance histórico, "Notre Dame de Paris" - mundialmente conhecido como "O Corcunda de Notre Dame" - (1831), conduziu-o à nomeação de membro da Academia Francesa, em 1841.

Criado no espírito da monarquia, o escritor acabou por ser favorável a uma democracia liberal e humanitária. Eleito deputado da Segunda República, em 1848, apoiou a candidatura do príncipe Luís Napoleão, mas exilou-se após o golpe de Estado que este deu em dezembro de 1851, tornando-se imperador. Hugo condenou-o vigorosamente por razões morais em "História de um Crime".

Durante o Segundo Império, em oposição a Napoleão III, viveu no exílio em Jersey, Guernsey e Bruxelas. Foi um dos poucos a recusar a amnistia decidida algum tempo depois.

A morte da sua filha, Leopoldina, afogada por acidente no Sena, junto com o marido, fez com que o escritor se deixasse levar por experiências espíritas relatadas na obra, "As Mesas Moventes de Jersey".

A partir de 1849, Victor Hugo dedicou a sua obra à política, à religião e à filosofia humana e social. Reformista, desejava mudar a sociedade mas não mudar de sociedade. Em 1870 Hugo regressou a França e reatou a sua carreira política. Foi eleito primeiro para a Assembleia Nacional, e mais tarde para o Senado. Não aderiu à Comuna de Paris, mas defendeu a amnistia dos seus integrantes.

De acordo com seu último desejo, foi enterrado num caixão humilde no Panthéon, após ter ficado vários dias exposto sob o Arco do Triunfo.
Fonte: UOL Educação
OS CANTOS DO CREPÚSCULO

Desde que eu meu lábio levei ao copo plenamente cheio ,
Desde que eu minhas mãos coloquei em minha fronte pálida,
Desde que eu respirei às vezes o sopro suave
De tua alma , perfume de tua sombra enterrada,
Desde que me era dado ouvir um ao outro me chamar
As palavras que se derramam no coração misterioso,
Desde que eu vi chorar , desde que eu vi sorrir
Sua boca em minha boca e seus olhos em meus olhos;
Desde que eu vi brilhar em minha cabeça encantada
Um raio de tua estrela, ai! sempre escondida ,
Desde que eu vi desabar nas ondas de minha vida
Uma folha de rosa arrancou os teus dias,
Eu me coloco agora a contar os rápidos anos :
- Passam! Passam sempre! Eu não tenho mais a idade !
Vou partir para que tuas flores desbotem todas;
Eu tenho na alma uma flor que ninguém pode colher!
Suas asas batendo não farão que nada se derrame
Do vaso d’água que bebo e que eu bem enchi
Minha alma não tem mais fogo do que vós possuis em cinzas!
Meu coração não tem mais amor do que vós possuis esquecimento!

Victor Hugo

O SEPULCRO DA ROSA

O sepulcro diz à rosa
Que fazes tu flor mimosa
Do orvalho da alva manhã?
Diz a rosa à sepultura:
Que fazes feia negrura
de tanta forma louça?
Negra tumba, segue a rosa
Eu, dessa água preciosa
Faço aroma que é só meu.
Diz-lhe a tumba com afago
De cada corpo que trago
Ressurge um anjo no céu.

Victor Hugo

A FONTE

Da espalda de um rochedo, gota a gota
límpida fonte sobre o mar caía,
Mas, ao vê-la tombar em seu regaço:
" O que queres de mim?" O mar dizia.
"Eu sou da tempestade o antro escuro;
"Onde termina o céu aí começo;
"Eu que nos braços toda a terra espreito,
"De ti, tão pobre e vil, de ti careço?...
No tom saudoso do quebrar das águas
Ao mar, serena, a fonte assim murmura:
"A ti, que és grande e forte, a pobre fonte
Vem dar-te o que não tens, dar-te a doçura!"

Victor Hugo

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