quarta-feira, 6 de julho de 2011

PINTURA - ODILON REDON

O pintor francês Bertrand-Jean Redon, mais conhecido por Odilon Redon, nasceu em Bordeaux, a 20 de Abril de 1840. Considerado o mais importante pintor do simbolismo em França, por ser o único que conseguiu criar uma linguagem plástica, muito particular e original. Redon faleceu em Paris, a 6 de Julho de 1916.
Poet'anarquista
Odilon Redon
Pintor Francês

«Auto-Retrato»
Redon
BIOGRAFIA

Considerado actualmente uma das maiores expressões plásticas do Simbolismo, Redon permaneceu desconhecido da crítica e do público até aos 45 anos. Desde adolescente, produzia gravuras e desenhos a carvão com temas macabros e fantásticos, vinculados à vanguarda literária. Na década de 1880, porém, foi descoberto por escritores como Stéphane Mallarmé e começou a tornar-se famoso. 

À medida que sua obra era cada vez mais difundida, os jovens artistas plásticos mostraram-se sensíveis à sua nova técnica e às suas imagens visionárias, chegando a considerá-lo um líder. A partir do final do século XIX, o artista abandonou a técnica monocromática e passou a dedicar-se ao pastel e ao óleo, produzindo obras gloriosamente coloridas, de composição sempre fantástica e inusitada. 

«Os desenhos a carvão captavam o terror do sonho atormentado pela congestão. Aqui, era um enorme dado de jogo no qual piscava uma pálpebra triste; lá, paisagens secas, áridas, planícies calcinadas, terremotos, erupções vulcânicas que iam desenhando nuvens em revolta, céus estagnados e lívidos; às vezes também os temas pareciam inspirados nos pesadelos da ciência, remontando a épocas pré-históricas: uma flora monstruosa cobrindo rochas, e personagens nos quais a cabeça simiesca, a espessura dos maxilares, as arcadas superciliares salientes, a fronte fugidia e o alto do crânio oculto recordavam a cabeça ancestral, a cabeça do primeiro período quaternário, a do homem frutívoro e privado da palavra, contemporâneo do mamute, do rinoceronte de narinas divididas e do grande urso. (...) Esses desenhos iam além dos limites da pintura, introduziam um fantástico muito particular, doentio e delirante. (...) Tomado de um vago mal-estar diante desses desenhos, como diante de alguns Provérbios de Goya que eles lembravam, como também ao final de uma leitura de Edgar Poe, da qual Odilon Redon parecia ter transposto, para uma arte diferente, as miragens de alucinações criadas pela vertigem do medo e do mistério, eu sentia uma tristeza fascinante, e uma desolação lânguida emanava dos meus pensamentos.» 

O trecho acima, extraído do romance À Rebours (Pelo Avesso), que o escritor simbolista francês Joris-Karl Huysmans (1848-1907) publicou no começo da década de 1880, é uma das muitas passagens da obra dedicada à descrição dos desenhos de Odilon Redon, então admirados pelos escritores de vanguarda e praticamente desconhecidos no mundo das artes plásticas. Avesso aos padrões dominantes da estética naturalista e impressionista, que acusava de limitar-se apenas à descrição do mundo exterior, Redon dedicou-se por várias décadas às gravuras e aos desenhos a carvão, criando imagens visionárias, que ilustravam a obra de escritores malditos como Edgar Allan Poe e chegavam a antecipar o Surrealismo. 

Segundo filho de Bertrand Redon e Marie Guérin, Odilon Redon nasceu em 20 de abril de 1840, em Bordeaux, e passou a maior parte de seus primeiros anos sob os cuidados de um tio em Peyrelebade, a propriedade da família em Medoc, uma área montanhosa batida por fortes ventos, ao sul de Bordeaux. Mesmo quando se tornou um artista famoso, voltava à propriedade a cada verão: a atmosfera melancólica e as lembranças da infância ali passada continuaram a influenciar a sua obra. 

Redon era um menino introspectivo, que gostava de refugiar-se em leituras românticas. Demonstrou gosto pelo desenho desde a infância. Na provinciana Bordeaux, onde as novidades de Paris tardavam a chegar, Redon foi iniciado no desenho por Stanislas Gorin, admirador apaixonado de Delacroix, que incutiu no adolescente os princípios básicos do Romantismo, fazendo-o compreender que a obra de arte deveria expressar sensações e que as regras e fórmulas não mereciam crédito.
Fonte: NetSaber 
«Duas Jovens entre as Flores»
Redon

«O Homem Primitivo (Sentado na Sombra)»
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«Aranha Chorando»
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«PINTURA DO SIMBOLISMO»
ODILON REDON

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