terça-feira, 19 de julho de 2011

POESIA - VLADIMIR MAIAKOVSKI

Vladimir Vladimirovitch Maiakovski nasceu em Bagdadi, na Geórgia, a 19 de Julho de 1893. Além de dramaturgo e teórico da Revolução Russa, é citado com muita frequência como um dos maiores poetas do séc. XX, bem como o maior poeta do futurismo ao lado de figuras como Ezra Pound e T.S.Eliot, aos quais já fiz referência no espaço Amigos d'Arte. Maiakovski suicidou-se em Moscovo, a 14 de Abril de 1930.
Poet'anarquista
Vladimir Maiakovski
Poeta Russo
BREVE BIOGRAFIA

Poeta e dramaturgo russo (19/7/1893-14/4/1930). Brilhante na combinação de palavras para elaborar os seus poemas, renova a poesia russa no século XX e é um dos principais participantes do movimento futurista no seu país. Vladimir Vladimirovich Maiakovski nasce em Bagdadi, na Geórgia.

Aos 15 anos une-se ao Partido Social Democrata dos Trabalhadores e é preso por actividades subversivas. Na prisão, em 1909, começa a escrever poesias. Libertado, entra para a Escola de Arte de Moscovo, onde lidera o grupo dos futuristas russos. São dessa fase os poemas «A Nuvem de Calças» (1915) e «A Flauta de Vértebras» (1916).

Com a Revolução Russa faz sucesso como propagandista dos ideais bolcheviques em poemas e peças de teatro. Porta-voz do Partido Comunista, trabalha na Agência Telegráfica Russa como criador de cartazes, para os quais faz rimas e slogans, além de livrinhos didácticos com os princípios da Revolução para crianças.

A partir de 1925 viaja pela Europa, Estados Unidos, México e Cuba. Escreve roteiros para filmes e peças satíricas, como «Klop» (1929) e «Banya» (1930). Uma decepção amorosa e a crítica de escritores mais ortodoxos levam-no ao suicídio, em Moscovo.
Fonte: algosobre.com.br/biografias/vladimir-maiakovski

A FLAUTA DE VÉRTEBRAS

A todos vocês,
que eu amei e que eu amo,
ícones guardados num coração-caverna,
como quem num banquete ergue a taça e celebra,
 
repleto de versos levanto meu crânio.

Penso, mais de uma vez:
seria melhor talvez
pôr-me o ponto final de um balanço.
Em todo caso eu
 
hoje vou dar meu concerto de adeus.

Memória!
Convoca aos salões do cérebro
um renque inumerável de amadas.
Verte o riso de pupila em pupila,
veste a noite de núpcias passadas.
De corpo a corpo verta a alegria.
esta noite ficará na História. 
Hoje executarei meus versos
na flauta de minhas próprias vértebras.


Vladimir Maiakovski


DE 'V INTERNACIONAL'

Eu,
à poesia
só permito uma forma:
concisão,
precisão das fórmulas matemáticas.

Às parlengas poéticas estou acostumado,
eu ainda falo versos e não factos.

Porém
se eu falo
"A",
este "a"
é uma trombeta-alarme para a Humanidade.
Se eu falo
"B",
é uma nova bomba na batalha do homem.

Vladimir Maiakovski

ESCÁRNIOS

Desatarei a fantasia em cauda de pavão num ciclo de matizes,
entregarei a alma ao poder do enxame das rimas imprevistas.
Ânsia de ouvir de novo como me calarão das colunas das revistas,
esses que sob a árvore nutrizes, cavam com seus focinhos as raízes.

Vladimir Maiakovski

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