terça-feira, 16 de agosto de 2011

POESIA - ANTÓNIO NOBRE

O poeta português, António Pereira Nobre, nasceu no Porto a 16 de Agosto de 1867. A sua obra poética, apesar de forte influência em Almeida Garret e Júlio Dinis, insere-se decididamente no simbolismo francês. O seu principal livro de poesia com o título «Só», foi escrito em Paris no ano de 1892. António Nobre faleceu apenas com 33 anos de idade, vítima de doença prolongada, a 18 de Março de 1900.
Poet'anarquista
António Nobre
   Poeta Português
BIOGRAFIA

Poeta português, nascido em 1867, no Porto, e falecido a 18 de março de 1900, na mesma cidade.

A infância e a adolescência de António Nobre foram passadas entre Leça da Palmeira, onde o pai, antigo emigrado no Brasil, possuía uma quinta, e a Foz do Douro. 

Tendo estudado em colégios do Porto, frequentou os principais centros da boémia portuense, convivendo com figuras literárias como Raul Brandão e Júlio Brandão e publicando criação poética. 

Frequentou posteriormente a Faculdade de Direito de Coimbra, onde, com Alberto de Oliveira, fundou a revista «Boémia Nova», cuja polémica com a publicação de «Insubmissos», de Eugénio de Castro, constituiu um marco na emergência do Simbolismo e do Decadentismo em Portugal. 

Foi em Coimbra que, habitando a fortificação medieval que ficaria conhecida como «Torre de Anto», se acentuou o culto por uma postura romântica e egocêntrica, e que elaborou grande número das composições que viriam a integrar a sua principal obra publicada em vida. 

«Só»
António Nobre - Paris/ 1892

Em Paris, desde 1890, forma-se em Direito na Sorbonne e, conquanto à margem da dinâmica literária francesa que, por essa altura, consagra o Simbolismo, publica «Só», em 1892, obra onde a voz do lusíada exilado reinventa, entre nostálgico e auto-irónico, uma existência que, nutrida nas tradições de um Portugal puro e preservado, o votou à solidão e ao sofrimento. 

Não chegando a ocupar o lugar de cônsul para que concorrera em 1893, os últimos anos de vida de António Nobre serão marcados por deslocações frequentes entre os lugares da sua infância e juventude e lugares de repouso, como a Suíça e a Madeira. 

Uma leitura literal de um biografismo assumido com emotividade e a evocação de um «Portugal da minha infância», vislumbrado em paisagens rurais e em textos plasmados sobre formas populares, permitiu que a publicação de  surgisse como um modelo a um tempo de uma estética neorromântica e neogarrettista que, pelo menos desde o início dos anos 90, fora elaborando as suas propostas teóricas. 

Mas, na verdade, o mais original do volume passa por uma forma antideclamatória que, inserindo-se num dolorismo e confessionalismo lírico, frequentemente de inspiração autobiográfica, busca a impressão de extrema simplicidade, delindo na sua elaboração a cultura literária e o rigor construtivo que lhe subjazem. 

É neste sentido que António Nobre se insere numa poesia portuguesa pré-modernista, ao colocar em questão uma língua poética fortemente convencional e normativa. Segundo Gastão Cruz, «enquanto Cesário revoluciona fundamentalmente o nível linguístico, através da renovação vocabular, a revolução de Nobre, não deixando de situar-se igualmente num plano semântico, e por vezes com uma liberdade de associações e uma violência que encontram o que encontramos em Cesário [...], abala, pela primeira vez, os alicerces, e toda a construção, do edifício romântico-parnasiano».
Fonte: Infopédia
«Soneto»
António Nobre

«Soneto»
 António Nobre

«Quadras»
António Nobre

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