Hoje as décimas populares são da autoria do poeta e amigo Inácio José Melrinho. De profissão motorista, exerceu o cargo de Presidente da Câmara Municipal de Alandroal por três mandatos consecutivos. O concelho do Alandroal muito lhe deve no que diz respeito a obras de infraestruturas básicas, duas delas de grande importância para as populações, como foram a rede de esgotos e água. Inácio Melrinho nasceu a 15 de Janeiro de 1939 na aldeia de Marmelos, freguesia de Santiago Maior, do concelho de Alandroal e reside actualmente em Marmelos. Começou a escrever poesia ainda muito jovem, e tem hoje honras especiais de publicação na rubrica «Poetas do Concelho d'Alandroal». Um abraço fraterno para o poeta!
Poet'anarquistaMote
Dinheiro és rude e traidor
Tantas guerras tens causado
Portador de vício e maldade
Tens o mundo arruinado.
Glosas
1ª
Dinheiro não evita o mal
Nem a dor nem a tristeza
Tanto se morre na pobreza
Como cheio de capital.
O que vales afinal
Onde está o teu valor
Tens causado tanta dor
Cancro da humanidade,
Por isso digo a verdade
Dinheiro és rude e traidor.
2ª
Arranjas a desunião
Por aí em tanto lar
E fazes os justos andar
Cheios de fome e escravidão.
E tantos mais ricos são
Que esse burguês abastado
Foste pelos maus inventado
Para subjugar a pobreza,
Tu só me mostras tristeza
Tantas guerras tens causado.
3ª
A tanta mulher desgraçada
Sofrendo tanta injustiça
Dá-lhe a vã cobiça
Essa vida amargurada.
Está de vícios deturpada
Grande parte da mocidade
E alguns de mais idade
Dos que usam mais dinheiro,
És infiel companheiro
Portador de vício e maldade.
4ª
Em assaltos à mão armada
Morrem e matam sem piedade
Que falta de mentalidade
Pois se o dinheiro não é nada.
Pessoa mal formada
Que vive ao dinheiro agarrado
Só vive mais abastado
De riqueza material,
Só o que fazes é mal
Tens o mundo arruinado.
Inácio Melrinho
Belíssima a "Avaliação" do POETA INÁCIO JOSÉ MELRINHO !!!
ResponderEliminarVerdades Verdadeiras e Dolorosas !!!...
Felicito-o pelas Excelentes Décimas.
Muito agradecida.
Uma Alandroalense (L...)
« A verdade é esta: são demasiado
pobres os nossos "ricos". »
(MIA COUTO)