sexta-feira, 30 de março de 2012

POETAS DO CONCELHO D' ALANDROAL

XIX DÉCIMAS

Também esta semana são quadras, na publicação de «Poetas do Concelho d'Alandroal», pela mão da poetisa Maria Guilhermina Matias Galvão, nascida em Coruche a 21 de Outubro de 1941, e residente no Alandroal. De profissão doméstica, Guilhermina começou a escrever poesia quando tinha dezasseis anos.
Poet'anarquista
Maria Guilhermina Matias Galvão
Poetisa Popular

QUADRAS

Eu não quero que os meus versos
Sirvam de chacota a ninguém
Porque há coração perverso
Que só ri do que não tem.

Se forem lidos com atenção
E alguma sabedoria
Vão ver que os meus versos são
Água mole em pedra fria.

E depois de bem estudados
Se virem alguma beleza
Reparem que os meus versos são
Recados da natureza

Eu sinto tanta tristeza
Invadir-me o pensamento
Que estes recados da natureza
São mais velozes que o vento.

O recado aqui fica
Dado assim aos trambolhões
Eu pergunto aos senhores da terra
Onde estão seus corações?

À noite quando me deito
Não durmo, ponho-me a pensar
Vejo que assim deste jeito
Deus no céu, não os deixa entrar.

Maria Guilhermina

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