quarta-feira, 22 de agosto de 2012

ESCULTURA - JACQUES LIPCHITZ

O escultor lituano Chaim Jacob Lipchitz, mais conhecido por Jacques Lipchitz, nasceu em Druskininkai a 22 de Agosto de 1891. Em Paris conhece artistas como Matisse, Picasso, Modigliani e Gris e rompe definitivamente com o clássico no seu trabalho. Foi o primeiro artista cubista a realizar trabalhos escultóricos e, a partir desse momento, altera completamente o estilo pessoal na sua obra. Lipchitz veio a falecer em Capri na Itália, a 16 de Maio de 1973.
Poet’anarquista
Jacques Lipchitz
Escultor Lituano

«Jacques e Berthe Lipchitz»
Amadeo Modigliani
SOBRE O ESCULTOR...
(Druskininkai, Lituânia, 1891 - Capri, Itália, 1973)

Fixa residência em Paris em 1909, estudando na Escola de Belas-Artes e na Academia Julien. Conhece Matisse, Modigliani, Gris e Picasso e marca a ruptura do clássico no seu trabalho. É o primeiro artista cubista a realizar esculturas. A partir da década de 20 o estilo de Lipchitz se altera. Fixa residência em Nova York entre 1940 e 1941 devido à ocupação nazista em Paris.

Lipchitz na Fundação Nemirovsky
Em maio de 1973, a Sra. Paulina Nemirovsky adquiriu na Malborough Gallery de Nova York um vigoroso desenho de Lipchitz. A sua intenção era surpreender o marido com um presente à altura do seu gosto refinado. Quebrava assim uma regra, já que habitualmente era ele quem escolhia e comprava as obras para a residência da família. Medindo 35 x 27cm, o desenho a nanquim e crayon, datado de 1939, pertencendo à série de estudos inspirada no mito grego de Prometheus, herói que, por ousar roubar o fogo de Zeus passou a ser atormentado por um abutre, devorando-lhe o fígado. O desenho em questão é uma das versões dessa cena primal: a figura humana aparece imbricada com um possível cavalo ou centauro em composição escultural realçada pelo claro-escuro. O embate do homem com o animal, reinterpretado seguidamente pelo artista, assumiu, em sua obra, valor simbólico, numa época em que a ascensão do nazismo constituía a grande ameaça à liberdade individual.

A invasão da França pelos alemães forçou Lipchitz e sua mulher a abandonarem sua casa e ateliê nas cercanias de Paris rumo à América. Em 1941, eles chegaram aos Estados Unidos, trazendo apenas duas pequenas esculturas e um portfolio contendo desenhos entre os quais, possivelmente, este que hoje pertence à Coleção Nemirovsky. Extraordinário o percurso desta obra. O desenho de Lipchitz permaneceu na casa da Rua Guadelupe, em São Paulo, por 32 anos. Em 2005, após a morte do casal Nemirovsky, foi transferido para o edifício da Estação Pinacoteca, juntamente com toda coleção. Atualmente, podemos vê-lo na exposição Acervo da Fundação Nemirovsky: O olhar do colecionador. Nesse conjunto, em que predominam obras do modernismo brasileiro, são raros os exemplares da arte europeia. Embora em pequeno número, os desenhos e gravuras assinados por representantes das vanguardas históricas são muito significativos. Isto porque foram as propostas inovadoras surgidas na Europa no começo do século que estimularam o abandono das práticas académicas ainda vigentes na América, na época.

Não cabe aqui explorar as várias vertentes da arte moderna e seus desdobramentos no Brasil. Entretanto, cabe relacionar o desenho de Lipchitz a duas outras obras do nosso acervo: a gravura Minotaure, buveur e femmes (1933) de Picasso e um desenho de Diego Rivera. Isto porque foi Rivera quem, em 1913, levou Lipchitz ao ateliê de Picasso, aproximação que se provou relevante para o desenvolvimento da escultura do jovem russo.

Em se tratando da obra escultórica de Lipchitz, há que assinalar a presença da escultura Homem com águia instalada no edifício do Ministério de Educação e Saúde, no Rio de Janeiro. Essa escultura deriva de estudos da série Prometheus, a mesma a qual pertence o desenho adquirido por dona Paulina. Foi Le Corbusier quem sugeriu a encomenda de uma peça ao escultor. Em 1936, o arquiteto liderava a equipe encarregada de projetar o prédio que se converteria em marco da moderna arquitetura brasileira. O escultor enviou ao Rio um protótipo em escala reduzida que por engano foi aplicado à fachada do edifício. Em 1953, a escultura foi realizada nas dimensões corretas para o Museu de Filadélfia, nos Estados Unidos.
Fonte: Fundação Nemirovsky
«Máscara de Modigliani Morto» 
Lipchitz

«Entre o Céu e a Terra»
Lipchitz

«Cabeça»
Lipchitz

«Mulher com Leque»
Lipchitz

«Marinheiro com Guitarra»
Lipchitz

«Menina com Tranças»
Lipchitz

«Cabeça com Pala»
Lipchitz

«Mulher Sentada»
Lipchitz

«Estudo para Baixo-Relevo»
Lipchitz

«ESCULTURA»
JACQUES LIPCHITZ

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