E as músicas especiais de hoje são...
(2 de Agosto de 1929, nasce o poeta, cantor e compositor português, José Afonso)
JOSÉ AFONSO - «Inquietação»
Poet'anarquista
INQUIETAÇÃO
És linda, se foras feia
Mesmo assim eu te queria
Não é por ser lua cheia
Que a lua mais alumia.
Todo o bem que não se alcança
Vive em nós morto de dor
Quem ama de amor não cansa
E se morrer é de amor.
Mesmo assim eu te queria
Não é por ser lua cheia
Que a lua mais alumia.
Todo o bem que não se alcança
Vive em nós morto de dor
Quem ama de amor não cansa
E se morrer é de amor.
José Afonso
JOSÉ AFONSO - «Verdade e Mentira»
Poet'anarquista
VERDADE E MENTIRA
Neste livro do mundo
Quase perfeito
Preto e branco irmanados
De igual jeito
Quem não foi a tribunal
Quem teve mão
Nos juizes da Santa Inquisição
Em menino te ensinaram
mentiras que a morte leva
para outra morte bem longe
de pensares que outra contrária
Com a tua se aglomera
Neste livro de concórdia
Só tem guarida infinito
Por Giordano Bruno amado
Como se fora seu filho
Acima da besta fera
que na fogueira o lançava
aquela verdade brilha
à morte à morte diziam
os que não adivinhavam
que era verdade a mentira
Até o mar se acomoda
e paciente requebra
Enquanto gritas à toa
A tua verdade cega
Conta as areias da praia
O grande mago do mundo?
Só não mente quem não sente
Que o mistério não tem fundo
Quase perfeito
Preto e branco irmanados
De igual jeito
Quem não foi a tribunal
Quem teve mão
Nos juizes da Santa Inquisição
Em menino te ensinaram
mentiras que a morte leva
para outra morte bem longe
de pensares que outra contrária
Com a tua se aglomera
Neste livro de concórdia
Só tem guarida infinito
Por Giordano Bruno amado
Como se fora seu filho
Acima da besta fera
que na fogueira o lançava
aquela verdade brilha
à morte à morte diziam
os que não adivinhavam
que era verdade a mentira
Até o mar se acomoda
e paciente requebra
Enquanto gritas à toa
A tua verdade cega
Conta as areias da praia
O grande mago do mundo?
Só não mente quem não sente
Que o mistério não tem fundo
José Afonso
JOSÉ AFONSO - «Paz, Poeta e Pombas»
Poet'anarquista
PAZ, POETA E POMBAS
A Paz viajou em busca da silêncio
Sitiou Berlim
Abdicou em Londres
A Paz saltou dos olhos do poeta
Atacada de psicose maniaco-depressiva
Foi nessa altura que as pombas
Solicitaram nas agências as tarifas
Mas nao viram mais o poeta
Que gozava na Suiça
Duma licença graciosa
A Paz saiu aos saltos para a rua
Comeu mostarda
Bebeu sangria
A Paz sentou-se em cima duma grua
Atacada de astenia
Foi nessa altura que as pombas
Solicitaram nas agências as tarifas
Mas nao viram mais o poeta
Que gozava na Suiça
Duma licença graciosa
Sitiou Berlim
Abdicou em Londres
A Paz saltou dos olhos do poeta
Atacada de psicose maniaco-depressiva
Foi nessa altura que as pombas
Solicitaram nas agências as tarifas
Mas nao viram mais o poeta
Que gozava na Suiça
Duma licença graciosa
A Paz saiu aos saltos para a rua
Comeu mostarda
Bebeu sangria
A Paz sentou-se em cima duma grua
Atacada de astenia
Foi nessa altura que as pombas
Solicitaram nas agências as tarifas
Mas nao viram mais o poeta
Que gozava na Suiça
Duma licença graciosa
José Afonso
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