O poeta e prosador brasileiro Murilo Monteiro Mendes, na
escrita Murilo Mendes, nasceu em Juiz de Fora, a 13 de Maio de 1901. Foi
considerado um dos expoentes literários do surrealismo brasileiro. Murilo
Mendes faleceu no Estoril, Portugal, a 13 de Agosto de 1975.
Poet’anarquista
Murilo Mendes
Poeta e Prosador Brasileiro
SOBRE O POETA…
Murilo Mendes (1901-1975) foi um poeta brasileiro. Fez parte
do Segundo Tempo Modernista. Recebeu o premio Graça Aranha com seu primeiro
livro «Poemas». Participou do Movimento Antropofágico, revelando-se conhecedor
da vanguarda artística europeia.
Murilo Mendes nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, no dia
13 de maio de 1901. Inicia os seus estudos na terra natal, vai estudar no
Internato do Colégio Salesiano em Niterói, Rio de Janeiro. Em 1920, muda-se
para a capital, onde participa do Movimento Antropofágico. Estreia na
literatura escrevendo para duas revistas do modernismo, «Terra Roxa» e «Outras
Terras e Antropofagia.»
Em 1930, lança o seu primeiro livro «Poemas». A poesia da
geração de 30 teve grande preocupação social. A poesia de Murilo Mendes analisa
o destino do ser humano como um todo. Em 1932 escreve o poema «Historia do
Brasil». Em 1934, desenvolve temas religiosos e com Jorge de Lima escreve
«Tempos e Eternidade», publicado em 1935. Emprega-se como telegrafista e depois
como auxiliar de guarda-livros.
Em 1936, assume o cargo de Inspetor Federal de Ensino. Em
1938 escreve «A Poesia em Pânico». Em 1944, escreve a prosa «O Discípulo de
Emaús». Trabalhou no Ministério da Fazenda e no Cartório da 4ª Vara de Família.
Casa-se com Maria da Saudade de Cortesão. O casal não teve filhos. Em 1948,
escreve «Janela do Caos».
Em 1953, foi convidado para lecionar literatura brasileira
em Lisboa. De 1953 a 1955, percorreu diversos países da Europa, divulgando, em
conferências, a cultura brasileira. Em 1957 estabeleceu-se em Roma, onde
lecionou Literatura Brasileira.
Murilo Monteiro Mendes faleceu, em Estoril, Portugal, no dia
13 de agosto de 1975.
Fonte: biografias.net/murilo mendes
CHORO DO POETA ATUAL
Deram-me um corpo, só um!
Para suportar calado
Tantas almas desunidas
Que esbarram umas nas outras,
De tantas idades diversas;
Uma nasceu muito antes
De eu aparecer no mundo,
Outra nasceu com este corpo,
Outra está nascendo agora,
Há outras, nem sei direito,
São minhas filhas naturais,
Deliram dentro de mim,
Querem mudar de lugar,
Cada uma quer uma coisa,
Nunca mais tenho sossego.
Ó Deus, se existis, juntai
Minhas almas desencontradas.
Murilo Mendes
POEMA DE ALÉM – TÚMULO
DAQUI de cima
Vejo homens e bichos combatendo
Ao mesmo tempo pelos bens e pela fome
Vejo campos de sangue e ossada
Faixas de terror
Mas vejo essencialmente uma coisa branca
Um castelo branco e simples
Feito de um só diamante
Que da terra não se vê.
Murilo Mendes
NUMANCIA
Prefigurando Guernica
E a resistência espanhola,
E a resistência espanhola,
Uma coluna mantida
No espaço nulo do outrora.
Fica na paisagem térrea
A dura memória da fome,
Lição que Espanha recebe
No seu sangue, e que a consome.
Murilo Mendes
Sem comentários:
Enviar um comentário