terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

POESIA - JACQUES PRÉVERT

O poeta e roteirista francês Jacques Prévert, nasceu em Neuilly-sur-Seine, a 4 de Fevereiro de 1900. Depois da publicação e sucesso da sua primeira colectânea de poesias em «Paroles», tornou-se um grande poeta popular graças à sua linguagem familiar, com grande sentido de humor, hinos à liberdade e jogo de palavras. Os seus poemas foram reconhecidos e estudados em todas as escolas francesas do mundo. Jacques Prévert faleceu em Omonville-la-Petite, a 11 de Abril de 
Poet’anarquista
Jacques Prévert
Poeta Francês
SOBRE O AUTOR...

Jacques Prévert nasceu em Neuilly-sur-Seine (França), em 1900. 

Participou do movimento surrealista, em 1925, juntamente com Marcel Duhamel, Raymond Queneau e Yves Tanguy. Mas o poeta não se prendia a um só estilo.

Roteirista, Jacques escreveu vários filmes, que foram realizados entre 1935-1945. São eles: Drôle de Drame, Le Quai des Brumes, Hotel du Nord, Le Jour se Lève, Les Enfants du Paradis de Marcel Carné. Todos esses filmes são considerados obras-primas do realismo poético francês. 

Além disso, os poemas escritos por Jacques são transformados em música, por Joseph Kosma, como a famosa “Les Feuilles Mortes”.

Em 1946, publicou sua primeira coletânea de poesias, “Paroles”, que alcançou enorme sucesso. Com isso, Jacques passa a ser reconhecido e seus poemas passam a ser estudados em várias escolas francesas.

Seu estilo é marcado por uma linguagem familiar, senso de humor e jogo de palavras. Jacques ironiza os usos e costumes frequentemente em seus escritos, assim como o clero e a igreja.

Jacques Prévert faleceu aos 77 anos, de câncer do 
Fonte: pensador.uol.com.br/


O DISCURSO SOBRE A PAZ

No final de um discurso extremamente importante
o grande homem de Estado, estrebuchante
com uma bela frase furada
fica hesitante
e desampara a bocarra escancarada
resfolegante
mostra os dentes
e a cárie dentária de seu raciocínio pacificante
deixa exposto o nervo da guerra
a delicada questão do montante.

Jacques Prévert

O METEORO

Pelas barras do bloco penitenciário
uma laranja
passa como um raio
e cai como uma pedra
dentro do sanitário
E o prisoneiro
todo lambuzado de merda
resplandece
todo iluminado de alegria
Ela não me esqueceu
Ela pensa sempre em mim ainda.

Jacques Prévert

A RIVIERA

Teus jovens seios brilhavam ao luar
Mas arremeti o
Gelo frio
Da pedra gélida do ciúme
Contra o rio
Que refletia o
Dançar de tua nudez na riviera
Pelo esplendor do estio.

Jacques Prévert

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