Solidário com os militares de Abril que o Pacheco Pereira tratou de esquecer!
Alguns escrevem a história como lhes dá jeito, uma táctica da direita bastante conhecida. Como diz o amigo João Ribeiro, tem pelo menos 100 anos essa estratégia.
Graças a Deus, ainda estamos muitos vivos dessa altura!
Transcrição para o Poet'anarquista de um desabafo de João Andrade da Silva (Capitão de Abril e um dos intervenientes no processo revolucionário da reforma agrária, no Alentejo). Um abraço, João!
Poet'anarquista
João Andrade da Silva
Capitão de Abril
IGNORÂNCIA RELAPSA OU VIGARICE DE CRIME LESA HISTÓRIA
O Ignorante relapso e transfuga politico do Pacheco Pereira e muita outra gente: os nadas da piolheira nacional pseudo-revolucionaria proto-fascista viu o filme «a hora da terra», onde intervenho aos minutos 2, 26 e 31, ou leu os livros dos latifundiários sobre a reforma agrária,ou sequer ouviu os trabalhadores.
Todavia Sousa e Castro acusou-me de com o tenente Amílcar termos feito 50% da Reforma Agrária, há documentários na RTP1, agora o ignorante credenciado do Pacheco esquece-se, como outros miseráveis cúmplices de que talvez devêssemos estar por razões históricas entre os 200 seleccionados como o refere Raimundo Pedro Narciso:
«Caro Andrade da Silva pediram-me hoje para sair no Diário de Notícias de amanhã, um comentário à lista de 200 pessoas escolhidas por Pacheco Pereira que tiveram assinalável papel entre o 25 de Abril de 74 e a aprovação da Constituição, quer a favor quer contra a revolução, para a exposição que abriu hoje na AR. A lista vem no Público e no Jornal i de hoje. Referi sobre a Reforma Agrária que faltava lá o teu nome, o do António Gervásio, o do José Soeiro, o do António Bica nomeadamente....»
Vou travar esta Batalha pela história de Portugal contra os relapsos, os transfugas, os cúmplices dos roubos históricos, todos fazendo parte do chiqueiro nacional, onde querem enterrar o povo e a gente nobre e Honrada: TRAIDORES!
Todavia este misero escriba se lesse os panfletos do seu partido de 1976 ,o MRRP, saberia que fui um militar incontornável da Reforma Agrária.
«A LEI DA TERRA»
DOCUMENTÁRIO/ 1977
Bem-Hajas Kade, aquele abraço. O que fizeram com o povo alentejano.
ResponderEliminarO Ignorante relapso e transfuga politico do Pacheco Pereira e muita outra gente: os nadas da piolheira nacional pseudo-revolucionaria protofascista não viu o filme "a hora da terra", nunca, e , agora, este contra-revolucionário encartado e camuflado elimina da história do PREC, a reforma Agrária, e os actuais dirigentes políticos do Alentejo ficam impávidos perante tanta barbaridade, como, de certo modo ,tem acontecido com as mortes de Caravela e Casquinha.
Alentejo, Alentejo quem te viu quando o MFA era coração por aí e te vê,agora. Que diferença!
Abraços
andrade da silva
Enganas-te sempre no meu nome, é Kabé que se escreve. Mas isso é só um mero pormenor... eu que tenho vários nomes, não me posso queixar.
ResponderEliminarCANTAR ALENTEJANO
Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizao a viu morrer
Ceifeiras na manha fria
Flores na campa lhe vao pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que entao brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto nao findou
Quem viu morrer Catarina
Nao perdoa a quem matou
Aquela pomba tao branca
Todos a querem p'ra si
O Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p'ra voar
O Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar
José Afonso
NO CAMPO DE TRIGO
Debaixo de um sol escaldante, abrasador,
Era assim o trabalho da ceifa no Alentejo…
Desde o nascer do dia, até o astro se pôr,
Mão e foice ceifavam o trigo com manejo.
As mãos calejadas da ceifeira portuguesa
Catarina Eufémia, trabalhadora de Baleizão,
Mulher corajosa e de forte determinação…
Líder do movimento rural, tal camponesa!
Personificação tenaz na luta pela liberdade,
Símbolo de dedicação aos grandes ideais…
Defendia os valores da justiça e igualdade,
Pão para todos, e melhores jornas salariais.
Todo o país estava em grande convulsão
Oprimido pelo regime do ditador Salazar…
Lutavam contra a repressão e exploração,
E condições mais dignas para se trabalhar.
No Alentejo, a greve e jornadas de luta
Faziam os empresários ter que recorrer
A gentes de fora para o trabalho se fazer…
Mão-de-obra barata era a sua permuta;
Descontentes, os camponeses abordaram
Grupo de trabalhadores recém-chegados…
Catarina disse: «porque não reivindicaram
Salários mais justos para os assalariados?»
Admoestada plo tenente Carrajola da GNR,
Não se intimida e responde com autoridade…
No mesmo instante, sem qualquer piedade,
Ouvem-se vários disparos, e Catarina morre!
No campo de trigo, já sem vida a campina,
Deixa três filhos e dentro de si outro leva...
O assassinato faz dela camponesa heroína,
Finalmente em paz, o seu espírito se eleva!
Matias José
Um abraço,João!
Meu caro Kabé
ResponderEliminarComo sabes não é fácil para mim falar sobre a Reforma Agrária. No 25 de Abril de 74 estava em Angola e aí me mantive até Fevereiro de 77. E embora essa minha estadia em África me proporcionasse muitas e ricas experiências, a verdade é que perdi a extraordinária fase do início da Reforma Agrária em Portugal.
No entanto, e porque trabalhava no aeroporto de Luanda, tendo acesso fácil aos jornais de todo o mundo, o nome do teu ex-cunhado sempre ficou na minha lembrança como um dos militares que estiveram ao lado de quem procurava justiça.
E depois do meu regresso a Portugal, quando me inteirei melhor da forma como o processo correu, fiquei sem dúvidas sobre o papel do capitão Andrade da Silva no decorrer da Revolução.
Ele apenas é mais um dos que os "meninos politiqueiros" procuram apagar da História.
Quanto à lista das 200 pessoas da exposição da A.R. e dos seus autores - nem sei se vale a pena fazer-lhe referência - continuam a cumprir o papel que foram incumbidos.
Obrigado por enviares a mensagem.
J.R.