«O Prepotente», conto poético por Matias José.
«Potentes, Prepotentes e Impotentes»
Quino
602- «O PREPOTENTE»
Mote
Sei que sou prepotente,
Abuso da autoridade...
Minto descaradamente
Pra esconder a verdade!
I
Pra chegar ao poder
Finjo ser o que não sou,
Quando instalado lá estou
Dou-me então a conhecer.
Quem não me obedecer
Castigo-o severamente,
Mesmo sendo competente
Tento tramar-lhe a vida…
Eis a história resumida:
Sei que sou prepotente!
II
Começo por dividir
As ovelhas do rebanho,
Dessa forma apanho
Quem não me quer seguir.
Depois de conseguir
Criar instabilidade,
Ajo com naturalidade
Pra não haver desconfiança…
Tenho pronta a vingança,
Abuso da autoridade!
III
A mentira no começo
Tratarei de espalhar…
Confusão vai arranjar,
O resultado até conheço.
Desde logo esclareço
Considero-me inocente,
Dou benesses a quem mente
Se for em meu benefício…
Apanhei este mau vício,
Minto descaradamente!
IV
Aprecio ‘o culambismo
E o engraxanço português’…
Cada qual lambe à vez,
Não precisa haver histerismo.
Faço uso do meu cinismo
Mascarando toda a maldade,
Descarto responsabilidade
Quando me vejo caçado…
Minto, se sou culpado,
Pra esconder a verdade!
Matias José
Matias José
Retrato fiel!
ResponderEliminarMuito boas as suas décimas, amigo.
ResponderEliminarDécimas fabulosas!
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