segunda-feira, 5 de outubro de 2015

POEMA DE SEAMUS HEANEY

Seamus Heaney, poeta e ensaísta irlandês, Prémio Nobel da Literatura/ 1995.

A Árvore dos Desejos
Poema de Seamus Heaney

A ÁRVORE DOS DESEJOS

Recordei-a como a árvore dos desejos que morreu
E vi-a subir, inteira, até ao céu,
Deixando um rasto de tudo o que se cravara

Por cada carência, uma e outra vez, na têmpera
Da sua casca e âmago: moeda, alfinete e prego
Desfraldaram dela como uma cauda de cometa

Recém-cunhada e dissolvida. Tive uma visão
De uma ramada aérea atravessando húmidas nuvens,
De rostos erguidos, onde a árvore estivera.

Seamus Heaney

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