quarta-feira, 3 de agosto de 2016

ESPECIAL MÚSICAS DO MUNDO versus POESIA

E a música de hoje é...

GRUPO CORAL CAMPONESES DE PIAS 
«Alentejo, Alentejo»

Poet'anarquista

ALENTEJO, ALENTEJO

Eu sou devedor à Terra
A Terra me está devendo
A Terra paga-me em vida
Eu pago à Terra em morrendo

Alentejo, Alentejo
Terra sagrada do pão
Eu hei-de ir ao Alentejo
Mesmo que seja no Verão

Ver o doirado do trigo
Na imensa solidão
Alentejo, Alentejo
Terra sagrada do pão

Grupo Coral Camponeses de Pias
Cante Alentejano

Mote

Eu sou devedor à Terra,
A Terra me está devendo;
A Terra paga-me em vida,
Eu pago à Terra em morrendo.

(Popular)

CANTE DA TERRA

Glosas

I
Quadra ao jeito popular
Não se conhece o autor,
Seja lá ele quem for
Disse a verdade ao versar.
O terceiro não quis rimar
Mas nem por isso emperra,
Quem o escreveu não erra
Se houver entendimento…
Digo com convencimento,
Eu sou devedor à Terra.

II
A rima tornou-se o fado
Da desdita dos poetas,
Em certas horas incertas
Fica o verso meio-encravado.
Depois de bem retocado
Soa afinado se estou lendo,
Ouvir o que vou dizendo
É como pão para a boca…
Não creias que estou louca,
A Terra me está devendo.

 III
Toda a terra é sagrada
Como sagrado o seu pão,
Esta bela conjugação
Merece ser respeitada!
Entender não custa nada
A regra às vezes esquecida,
Pra que não seja omitida
Um e outro se estão a dever…
Eu pago quando eu morrer,
A Terra paga-me em vida.

IV
Tenho tudo o que preciso,
Foi a terra quem mo deu,
Diz que um dia vou ser seu
No chão sagrado que piso.
Há quem lhe chame Paraíso…?
Mas disso eu não entendo,
Dou o que estou recebendo
Quando tal me for pedido…
Saldando o que é devido,
Eu pago à Terra em morrendo.

Matias José

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