«A Tumba»
Interior Anta Grande do Zambujeiro
1075- «A TUMBA»
Ao relatar as circunstâncias que conduziram ao meu
confinamento neste asilo de loucos, tenho consciência de que minha posição
actual criará dúvidas naturais acerca da autenticidade de minha narrativa. É
grande infortúnio o fato de que o grosso da humanidade seja limitado demais, em
sua visão mental, para pesar com paciência e inteligência esses fenómenos
isolados, vistos e sentidos apenas por uma minoria psicologicamente sensível,
os quais jazem fora de toda experiência comum. Homens de intelecto mais amplo
sabem que não existe nenhuma distinção precisa entre o real e o irreal; que
todas as coisas aparecem como tais apenas em virtude dos delicados meios
psíquicos e mentais de cada indivíduo, por meio dos quais nos tornamos
conscientes delas; mas o materialismo prosaico da maioria reputa como loucura
os lances de visão superior que perfuram o véu comum do empirismo óbvio.
Meu nome é Jervas Dudley, e desde a mais tenra infância
tenho sido um sonhador e um visionário. Rico para além das necessidades de uma
vida comercial, e de um temperamento inapto para os estudos formais e o recreio
social daqueles com quem me relaciono, tenho lidado desde sempre em reinos que
não pertencem ao mundo visível, passando minha juventude e minha adolescência
debruçado sobre livros antigos e pouco conhecidos e a percorrer os campos e
bosques das cercanias de meu lar ancestral. Não creio que o que li nesses
livros ou vi nesses campos e bosques fosse exactamente o que os outros rapazes
leram e viram ali, mas sobre isso preciso falar pouco, pois que discorrer mais
detalhadamente apenas confirmaria essas calúnias cruéis acerca de meu intelecto
que às vezes ouço sussurrarem os atendentes furtivos que me rodeiam. Basta-me
relatar os eventos, sem analisar as causas.
Disse que vivi afastado do mundo visível, mas não disse que
vivi sozinho. Isso nenhuma criatura humana poderia fazer, desde que, à falta da
camaradagem dos vivos, inevitavelmente se entra na companhia de coisas que não
são – ou não mais estão – vivas. Próximo à minha casa existe um vale arborizado
bastante singular, em cujas profundezas crepusculares eu passava grande parte
de meu tempo a ler, a pensar e a sonhar. Pelas suas encostas cobertas de musgo
ensaiei meus primeiros passos de infância, e em volta de seus carvalhos
grotescamente retorcidos se teceram minhas primeiras fantasias de juventude.
Conheci as dríades dessas árvores e não raro assisti às suas danças selvagens
sob os raios vacilantes de uma lua pálida, mas acerca dessas coisas não devo
falar agora. Falarei apenas da tumba solitária em meio ao matagal mais escuro
do declive – a tumba abandonada dos Hydes, uma velha e nobre família cujo
último descendente directo fora depositado em seus negros recessos muitas
décadas antes de eu nascer.
O pórtico a que me refiro é feito de granito ancestral,
lavado e descolorido pelas névoas e pela humidade de muitas gerações. Escavada
na encosta, apenas a entrada da construção é visível. A porta – uma pesada e
proibitiva laje de pedra – pende de dobradiças de metal enferrujado e,
ligeiramente aberta, jaz lacrada por pesadas correntes de ferro e cadeados, de
acordo com um repulsivo costume de meio século atrás. A residência do clã cujos
descendentes estão enterrados aqui coroou certa vez o declive no qual está a
tumba, mas há muito tombou vitimada pelas chamas que desceram do céu na forma
de um relâmpago. Daquela tempestade que à meia-noite destruiu essa lúgubre
mansão os habitantes mais velhos da região às vezes falam entre sussurros e
inquietações, aludindo ao que chamam de “ira divina” de um modo que nos últimos
anos fez crescer vagamente o fascínio que eu sentia pelo sepulcro encravado na
mata. Um homem apenas pereceu no fogo. Quando o último dos Hydes foi enterrado
neste local de sombra e quietude, a triste urna de cinzas veio de uma terra
distante, para a qual a família se mudou quando a mansão pegou fogo. Não resta
ninguém para colocar flores diante do portal de granito, e muito poucos se dão
ao trabalho de enfrentar as sombras depressivas que parecem guardar
estranhamente as pedras lavadas pelas chuvas.
Jamais esquecerei aquele entardecer em que, pela primeira
vez, me deparei com a semioculta casa da morte. Foi em pleno verão, quando a
alquimia da natureza transmuda a paisagem silvestre numa única e quase homogénea
massa de verde, quando os sentidos estão quase intoxicados com os mares
afluentes de verdura húmida e os odores subtilmente indefiníveis do solo e da
vegetação. Numa tal ambientação a mente perde suas perspectivas, o tempo e o
espaço tornam-se triviais e irreais, e ecos de um esquecido passado
pré-histórico batem insistentemente contra a consciência enlevada.
Os meses subsequentes à minha descoberta foram gastos em
tentativas fúteis de forçar o complicado cadeado da cripta semicerrada, bem
como em perquirições cuidadosas e vigilantes acerca da natureza e da história
da construção. Com os ouvidos tradicionalmente receptivos de um menino, aprendi
muito, embora uma discrição habitual não me permitisse contar a ninguém sobre o
meu conhecimento ou minha resolução. Será talvez importante mencionar que não
fiquei nem um pouco surpreso ou aterrorizado com a natureza do pórtico. Minhas
ideias bastante originais acerca da vida e da morte tinham me levado a
associar, de maneira vaga, a argila fria com o corpo que respira, e senti que a
grande e sinistra família da mansão incendiada estava de algum modo dentro do
espaço de pedra que eu procurava explorar. Lendas murmuradas acerca de ritos
exóticos e festins pagãos de épocas passadas, ocorridos dentro do vestíbulo
ancestral, despertaram em mim um novo e irresistível interesse pela tumba, em
frente a cuja porta eu me sentaria durante horas diariamente. Um dia acendi uma
vela diante da entrada obstruída, mas nada pude ver a não ser um lance
descendente de degraus de pedra húmida. O odor do lugar me repelia e ao mesmo
tempo me enfeitiçava. Sentia como se já o tivesse conhecido num passado remoto,
anterior a toda lembrança, anterior mesmo à habitação deste corpo que agora
possuo.
No ano seguinte àquele em que vi a tumba pela primeira vez,
deparei-me, no sótão cheio de livros de minha casa, com uma tradução corroída
das Vidas de Plutarco. Ao ler a vida de Teseu, fiquei por demais impressionado
com a passagem em que se fala da enorme pedra sob a qual o menino herói haveria
de encontrar as pistas sobre seu destino assim que se tornasse adulto o suficiente
para erguer o grande peso. A lenda teve o efeito de aplacar minha aguda
impaciência em atravessar o portal, fazendo-me sentir que a hora ainda não
chegara. Mais tarde – eu disse a mim mesmo – crescerei e adquirirei força e
habilidade que me permitirão destrancar facilmente a porta que os grilhões
encerram, mas até lá seria melhor me conformar com o que me parecia ser a
vontade do destino.
Com efeito, minhas vigílias diante do portal húmido
tornaram-se menos persistentes, e grande parte do meu tempo era despendida em
outras atividades igualmente estranhas. Às vezes eu me levantava em silêncio
durante a noite, saindo às escondidas para andar por esses cemitérios ou locais
de sepultamentos dos quais meus pais me mantiveram afastado. O que eu fazia lá
não posso dizer, pois agora não estou seguro de algumas coisas, mas sei que no
dia seguinte a essas rondas noturnas eu costumava pasmar os que me cercavam
exibindo conhecimento de assuntos quase esquecidos durante muitas gerações. Foi
depois de uma noite dessas que surpreendi a comunidade com uma ideia inusitada
acerca do enterro do rico e celebrado Squire Brewster, personagem da história
local que fora sepultado em 1711 e cuja lousa, exibindo um crânio gravado e
ossos cruzados, ia lentamente se transformando em pó. Num lance de fantasia
infantil, aventei não somente que o coveiro, Goodman Simpson, teria roubado os
sapatos de fivelas de prata, as calças de seda e as roupas de baixo de cetim do
falecido antes do enterro, mas que o próprio Squire, não totalmente inanimado, se
teria virado duas vezes em seu caixão coberto de terra no dia seguinte ao do
sepultamento.
Mas a ideia de entrar na tumba nunca me saiu da cabeça,
sendo mesmo estimulada pela inesperada descoberta genealógica de que minha
ascendência materna mantinha um ligeiro vínculo com a supostamente extinta
família dos Hydes. Último de minha raça paterna, eu era igualmente o último
dessa linhagem mais antiga e mais misteriosa. Comecei a sentir que a tumba era
minha e a esperar ansiosamente pelo momento em que poderia atravessar a porta
de pedra e descer na escuridão por aqueles degraus de pedra lodosa. Adquiri o
hábito de ouvir com atenção através da porta semiaberta, preferindo as horas da
quietude nocturna para essa estranha vigília. Quando adquiri mais idade, abri
uma pequena clareira no matagal que recobria a face do declive, permitindo que
a vegetação circundante cercasse e envolvesse a abertura como uma espécie de
cerca viva selvagem. Essa clareira se tornou meu templo, a porta fechada meu
santuário, e era aqui que eu me deitava sobre o solo musgoso a pensar estranhos
pensamentos e a sonhar sonhos estranhos.
A noite da primeira revelação estava bastante abafada. Devo
ter adormecido de cansaço, pois foi com uma clara sensação de despertar que
ouvi as vozes. Hesito em falar desses acentos e timbres, não falarei de sua
qualidade, mas posso dizer que apresentavam espantosas diferenças de
vocabulário, pronúncia e modos de enunciação. Cada matiz dialectal da Nova
Inglaterra, desde as ásperas sílabas dos colonos puritanos até a retórica
precisa de cinquenta anos atrás, parecia representado naquele colóquio sombrio,
conquanto somente mais tarde eu notasse esse fato. Naquela hora, decerto, minha
atenção foi desviada desse aspecto por um outro fenómeno – um fenómeno tão
fugaz que eu não poderia jurar acerca de sua realidade. Mal me dei conta de ter
despertado, uma luz foi imediatamente apagada dentro do sepulcro escuro. Não
creio que fiquei perplexo ou apavorado, mas sei que fui transformado profunda e
permanentemente naquela noite. Logo que voltei a casa, dirigi-me imediatamente
a uma arca carcomida no sótão, onde encontrei a chave que no dia seguinte
removeu com facilidade o obstáculo contra o qual me bati em vão durante tanto
tempo.
Foi sob o brilho de um suave entardecer que entrei pela
primeira vez na cripta da encosta abandonada. Como se enfeitiçado, meu coração
vibrava de um contentamento que não sei descrever. Assim que fechei a porta
atrás de mim e desci os degraus encharcados à luz de uma vela, era como se eu
já soubesse o caminho, e embora a vela crepitasse na atmosfera sufocante do
lugar, eu me sentia singularmente em casa naquele ar mofado e sepulcral.
Olhando ao meu redor, avistei muitas lajes de mármore sustentando esquifes ou
os restos de esquifes. Alguns estavam lacrados e intactos, mas outros se tinham
quase desfeito, deixando apenas as alças de prata e as placas isoladas em meio
a alguns montículos singulares de pó. Sobre uma das placas li o nome de Sir
Geoffrey Hyde, o qual viera de Sussex em 1640 e morrera aqui uns poucos anos
mais tarde. Numa alcova conspícua havia um caixão desocupado e bastante bem
preservado, adornado apenas com um nome que me fez sorrir e estremecer. Um
impulso inusitado me levou a subir na laje larga, a apagar minha vela e a me
deitar dentro da caixa vazia.
À luz cinzenta da aurora cambaleei para fora da cripta e
tranquei a corrente da porta atrás de mim. Já não era mais um jovem, embora
apenas vinte e um invernos houvessem esfriado minha estrutura corpórea. Aldeões
madrugadores que observaram minha caminhada até casa olhavam-me de maneira
estranha e espantavam-se com os sinais de obscena euforia que descobriam num
homem cuja vida era conhecidamente solitária e austera. Não compareci perante
meus pais sem antes passar por um sono longo e restaurador.
Desde então passei a ir à tumba a cada noite, vendo, ouvindo
e fazendo coisas que não devo jamais recordar. Meu modo de falar, sempre
susceptível às influências do ambiente, foi a primeira coisa a sucumbir à
mudança, e o arcaísmo de dicção que subitamente adquiri foi logo notado. Mais
tarde, um atrevimento e uma audácia inesperados apareceram em meu
comportamento, até que inconscientemente comecei a tomar os modos de um homem
do mundo, não obstante meu passado de reclusão. Minha língua, silenciosa de
costume, deslizava com a graça fácil e volúvel de um Chesterfield ou com o
cinismo ateu de um Rochester. Passei a exibir uma peculiar erudição, totalmente
distinta do saber fantástico e monacal sobre o qual me esfalfara em minha juventude,
bem como a cobrir as guardas de meus livros com fáceis epigramas de improviso,
os quais evocavam acentos de Gay, Prior e a engenhosidade vivaz dos augustanos.
Certa manhã, durante o desjejum, cheguei à beira do desastre, ao declamar com
acentos de efusão palpavelmente alcoólica de uma jovialidade setecentista, uma
peça de jocosidade georgiana nunca registrada em livro, que dizia mais ou menos
o seguinte:
Não devia ter me aventurado a sair naquela noite, pois indícios
de trovões relampejava nas nuvens e uma fosforescência infernal subia do
pântano ao fundo do vale. Também o chamado dos mortos estava diferente. Em vez
da tumba na encosta, era o demónio que presidia o porão chamuscado no topo da
elevação que me acenava com dedos invisíveis. Quando saí de um matagal
intermediário para o plaino diante da ruína, descobri sob o luar nebuloso uma
coisa pela qual sempre esperara vagamente. A mansão, destruída havia um século,
mais uma vez se erguia no alto como uma visão arrebatadora, todas as janelas a
brilhar com o esplendor de muitas velas. Pela longa estrada rodavam as carruagens
da elite de Boston, enquanto a pé se aproximava um numeroso ajuntamento de
janotas empoados, provenientes das mansões vizinhas. Misturei-me a essa
multidão, conquanto estivesse certo de pertencer mais ao dos anfitriões que ao
dos hóspedes. Para além do saguão havia música, gargalhadas e vinho em todas as
mãos. Reconheci muitas faces, e as teria reconhecido melhor ainda se as visse
ressequidas ou carcomidas pela morte e pela decomposição. Em meio a essa turba
selvagem e estouvada, eu era o mais selvagem e o mais debochado. Alegres
blasfêmias jorravam de meus lábios, e em chocantes gracejos eu desprezava as
leis de Deus ou da natureza.
Súbito, o estrondo de um trovão, muito mais forte que a
algazarra do imundo festim, rompeu o telhado e fez baixar um enorme silêncio
sobre a companhia turbulenta. Línguas vermelhas de fogo e golfadas de calor
ardente envolveram a casa, e os participantes, tomados pelo pavor de uma
iminente calamidade que parecia transcender os limites da natureza
desgovernada, fugiram aos gritos noite adentro. Somente eu permaneci, preso ao
meu assento por um medo humilhante que nunca antes sentira. E então um segundo
horror tomou conta de minha alma. Queimado vivo até às cinzas, meu corpo
disperso aos quatro ventos, eu nunca poderia jazer no túmulo dos Hydes! Não
estava meu caixão já preparado para mim? Não tinha eu o direito de descansar
até a eternidade entre os descendentes de Sir Geoffrey Hyde? Ai! eu exigiria
minha herança de morte, mesmo que minha alma vagasse através das eras à procura
de uma nova habitação corpórea, que a representaria sobre aquela laje
desocupada na alcova da cripta. Jervas Hyde não deveria jamais compartilhar do
triste destino de Palinuro!
Quando o fantasma da casa incendiada desapareceu,
encontrei-me a gritar e a me contorcer loucamente nos braços de dois homens, um
dos quais era o espião que me seguira até a tumba. A chuva caía
torrencialmente, e sobre o horizonte, na direcção sul, viam-se os clarões dos
relâmpagos que há pouco tinham passado sobre nossas cabeças. Meu pai, a face
transtornada de pesar, estava ao lado, enquanto eu ordenava aos berros que me
colocassem na tumba, admoestando frequentemente os meus capturadores para me
tratarem com a máxima consideração. Um círculo escuro sobre o piso do porão
arruinado sugeria uma carga violenta dos céus, e era nesse local que um grupo
de aldeões curiosos estava a examinar com lanternas uma caixa pequena de
fabricação antiga, que a explosão do raio trouxera à luz.
Cessando minhas contorções fúteis e sem sentido, observei os
espectadores enquanto olhavam o pequeno tesouro e obtive permissão para
compartilhar de suas descobertas. A caixa, cujo fecho se tinha partido com o
golpe que a desenterrara, continha alguns papéis e objectos de valor, mas eu só
tinha olhos para uma coisa. Tratava-se da miniatura em porcelana de um homem
jovem usando uma peruca caprichosamente encaracolada, a qual portava as
iniciais “J. H.” Quanto à face, sua conformação era tal como se eu estivesse a
me olhar no espelho.
No dia seguinte, trouxeram-me a este quarto que tem grades
nas janelas, mas tenho sido informado sobre certas coisas por um homem velho,
de mentalidade rude, por quem nutro simpatia desde a infância, o qual, tal como
eu mesmo, também é amante de cemitérios. O que ousei relatar de minhas
experiências na cripta trouxe-me apenas sorrisos de piedade. Meu pai, que me
visita com frequência, assevera que em tempo algum atravessei o portal lacrado
pelas correntes e jura que, quando o examinou, o cadeado enferrujado tem estado
como sempre esteve ao longo de cinquenta anos. Chega mesmo a dizer que toda a
comunidade sabia de minhas idas ao túmulo e que eu era muitas vezes vigiado
enquanto dormia na clareira da encosta, meus olhos semicerrados fixos na fenda
que conduz ao interior. Contra essas afirmações não tenho nenhuma prova
tangível, até porque a chave para o cadeado se perdeu na luta durante aquela
noite de horrores. As coisas estranhas do passado que aprendi durante aqueles
encontros noturnos com os mortos ele as reputa como meros frutos de minha vida
pregressa de onívora perscrutação sobre volumes antigos da biblioteca da
família. Não fosse pelo meu velho serviçal Hiram, eu hoje estaria convencido de
minha loucura.
Mas Hiram, leal até ao fim, conservou sua fé em mim e fez
aquilo que me impele a trazer a público pelo menos uma parte de minha história.
Há uma semana, ele quebrou o cadeado que prende a porta da tumba em sua posição
perpétuamente semicerrada e desceu com uma lanterna até as profundezas
sombrias. Sobre uma laje, numa alcova, encontrou um velho mas ainda vazio
caixão cuja inscrição deslustrada contém uma simples palavra:
Jervas.
Nesse
caixão e nessa cripta é que me prometeram que serei enterrado.
H. P. Lovecraft
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