«Uma Ave e o Poeta»
Poema de Teixeira de Pascoaes
1212- «UMA AVE E O POETA»
I
Sobre aquele pinheiro aureolado
De inerte e vegetal melancolia,
Um passarinho alegre e alvoroçado,
Cantou, cantou durante todo o dia...
Estive a ouvi-lo mudo e extasiado...
Mas, por fim, perguntei-lhe: Que alegria,
Se fez em ti, ó corpo acostumado
À cruz das tuas asas de agonia?
Dize: que viste tu, no céu profundo?
Que foi que aconteceu sobre este mundo?
Grande coisa de certo adivinhaste...
Ou revelou-te a Luz o seu mistério?
E divina canção de amor etéreo,
Em procura do sol, alevantaste?
II
E a avezinha serena e confiada,
N´um olhar de ternura me envolveu;
E em sua doce voz iluminada
E tão cheia de graça, respondeu:
Meu canto é luz do sol em mim filtrada;
Vou a cantar... e canta a luz do céu.
E das aves da noite a voz cerrada,
É penumbra que n´elas se embebeu.
Sonho a perfeita e mística alegria!
Desejo ser apenas harmonia;
Canção de luz que todo o espaço inflama!
Ser a Esperança viva, a Eternidade;
Não ser a estrela e ser a claridade;
Ser apenas o Amor, não ser quem ama.
Teixeira de Pascoaes
[O Poeta Cósmico]
Boa noite.
ResponderEliminarSou viúva do poeta João Apolinário.
Vi poemas de meu falecido marido e textos meus no blog Poet'Anarquista. Amigos da Poesia. Sem minha identificação.
Solicito que entrem em contacto comigo pelo e-mail mariateixeiravasconcelos@gmail.com
Há imprecisões em informações sobre o poeta e no meu texto biográfico constantes do livro
"A Crítica de João Apolinário: memória do teatro paulista de 1964 a 1971". Vol:1.Editado em São Paulo em 2013, do qual sou a organizadora.
Boa noite.
Boa tarde...
ResponderEliminarJá enviei e-mail.
Cumprimentos fraternos!