«Valha-me Deus!»
Sátira de Sexta à Noite
1447- «VALHA-ME DEUS!»
(Não invocar em vão o santo nome do Senhor)
- Comigo de viagem?
Ui!... Valha-me Deus!!
Eu digo-te já adeus,
Escolhe outra camaradagem.
- Fica então na paragem…
A casa depois regressa,
Era falsa a promessa
Que usou p’ra aliciar…
- Contigo há de viajar
Quem realmente mereça.
Já partiu o avião,
P’ra Índia segue destino…
Deixa em terra o menino
Essa mãe sem coração!
Acabou-se a ilusão
Nunca mais o engana,
Dele não viajar se ufana
Mas a sorte não é eterna…
Ao chegar parte a perna
Numa casca de banana!
A Índia espera por mim
Em boa companhia…
Mas alguém não queria
E disse, não vou assim!
Mas eu teimei que sim
E meti-me na bagagem,
Lá fui eu de viagem
Sem ela saber de nada…
Quando me viu, a danada
Prestou-me vassalagem!!
Com bloqueamento
Na cerimónia palaciana,
A beleza indiana
Desfez o casamento.
No preciso momento
Que devia dizer sim,
Meteu a cabeça no pudim
Com miúfa d’ assumir…
Da Índia zarpou a fugir,
Acabou-se o festim.
Já conheço a diferença
Das duas personalidades,
Uma é de formalidades
A outra, o que ela pensa.
A primeira fica suspensa
P’ra dar lugar à segunda,
Depois dá-se a barafunda
Quando volta à primeira…
Vive nessa tremedeira
A duplicidade moribunda.
Ebak
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