«Ao Cair da Noite»
Conto Poético de Eugénio de Castro
435- «AO CAIR DA NOITE»
(Descendo a Encosta)
Numa das margens do saudoso rio,
Contemplo a outra que sorri defronte:
Lá, sob o Sol, que baixa no horizonte,
Verdes belezas, enlevado, espio.
Ali - (digo eu), será menos sombrio
O viver que me põe rugas na fronte. . .
E erguendo-me, atravesso então a ponte,
Com meu bordão, cheio de fome e frio.
Chego. Desilusão! Da margem verde
Eis que o encanto, de súbito, se perde:
Bem mais bela era margem que eu deixei!
Quero voltar atrás. Noite fechada!
E a ponte, pelas águas destroçada,
Por mais que a procurasse, não a achei!
Eugénio de Castro
Eugénio de Castro
Sem comentários:
Enviar um comentário