sexta-feira, 22 de junho de 2018

OUTROS CONTOS

«Uma Noite em Lisboa», por Erich Maria Remarque.

«Uma Noite em Lisboa»
Romance

1162- «UMA NOITE EM LISBOA»

[Breve Excerto]

Embora estivesse em Lisboa há já uma semana, ainda não me habituara à sua iluminação exuberante. (...)

Contornámos a Praça do Comércio com o seu aspeto teatral e, passado algum tempo, chegámos a um labirinto de vielas e escadarias inclinadas. (...)

Cheirava a peixe, alho, flores, sol morto e sono. De um lado, sob a Lua nascente, o Castelo de São Jorge sobressaía na noite, e o luar descia em cascata pelos degraus. Voltei-me e olhei para o porto lá em baixo. Ali estendia-se o rio, e o rio era sinónimo de liberdade e vida; corria para o oceano, e o oceano queria dizer América. (...)

De dia Lisboa tem uma qualidade ingénua e teatral que encanta e cativa, mas à noite é uma cidade de conto de fadas, descendo em terraços iluminados até ao mar, como uma senhora de vestes festivas a ir ao encontro do seu misterioso amante. (...)

Erich Maria Remarque

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