quarta-feira, 31 de outubro de 2018

SÁTIRA DESPORTIVA

«A Mais Valia»
Sátira Desportiva

«A MAIS VALIA»

Ó Rui sem Glória...
Mas quem te vendeu o pato
Que saías ao desbarato?...
Tu não és a Águia Vitória!
Quem inventou essa história
Sabe bem que não estás a saldos,
Mas precisas levar uns caldos
Por seres grande teimoso...
Tu deixa de ser ranhoso,
Com essa táctica estamos tramados!

POETA

OUTROS CONTOS

«Amor Antigo», por Manuel Matias.

«Amor Antigo»
Amor e Dor/ Edvard Munch

Mote

Se tudo há de falhar,
Se é grotesco quando existe,
Não vale a pena esperar,
Nem vale a pena ser triste…

Manuel Laranjeira

1174- «AMOR ANTIGO»

Glosas

Vivo na esperança
De um amor antigo…
Falo então comigo,
Esperar não me cansa.
Lembro aquela dança
Que costumava dançar,
Tu eras o meu par
Mas só a meio da peça…
Pouco me interessa
Se tudo há de falhar!

Pra satisfação da alma
De sonhos me alimento…
Mostro meu sentimento,
Tudo feito com calma.
Assim o coração acalma
Como tu mo pediste,
O amor ainda resiste
Aos anos que passaram…
Muitos questionaram
Se é grotesco quando existe.

Passa a vida num segundo
Que nem por ela damos,
Tudo quanto amamos
Vai-se embora deste mundo.
Se esta questão aprofundo
Cada dia há que amar,
Tenho que me despachar
Não há tempo a perder…
Se é para um dia morrer,
Não vale a pena esperar!

Esquece a amargura
De dias menos felizes…
Tu própria o dizes,
Foi sol de pouca dura.
Recordo a tua figura
Quando então fingiste,
Só mais tarde descobriste
O quanto me amavas…
Se por mim tu esperavas,
Nem vale a pena ser triste!

Manuel Matias

terça-feira, 30 de outubro de 2018

OUTROS CONTOS

«No Jardim do Amor», por Leunam Saitam.

«No Jardim do Amor»
Segunda Parte

1173- «NO JARDIM DO AMOR»

((A outra face do jardim))

II Parte

No jardim do amor
Também há dissabores…
Intocáveis, só os amores,
Essas perfeitas flores!
No jardim do amor
Infiltram-se agressores
Que cometem horrores
Sem tu o supores.
No jardim do amor
Encontras senhores,
Os maiores pecadores
Que se dizem bem feitores.

No jardim do amor
Nem sempre é melhor…

Leunam Saitam

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

OUTROS CONTOS

«A Quadra», por Leunam Saitam.

«A Quadra»
Aleixo, António
Este Livro Que Vos Deixo

1172- «A QUADRA»

Mote

A quadra tem pouco espaço
Mas eu fico satisfeito
Quando numa quadra faço
Alguma coisa com jeito

António Aleixo

Glosas

Ocupam pouco lugar
Quatro versos no papel,
Eles sabem como o mel
Se falam do verbo amar.
Parecem todos gostar
Dessa música a compasso,
A ninguém causa embaraço
Se lhes toca essa sorte…
Não é de grande porte,
A quadra tem pouco espaço.

Quando surge o amor
Bate forte o coração,
Chega a perder a razão
Ao sentir-se esse calor.
Sobe às faces um rubor
Que até aperta o peito,
Não creiam que é defeito
Ter assim tanto poder…
Num repente acontecer,
Mas eu fico satisfeito.

O amor correspondido
Sem envelope fechado,
É na verdade desejado
Não deve ser escondido.
Sem ter este sentido
Cartucho não lhe passo,
Acreditem que o desfaço
No instante seguinte…
Com sabor a requinte
Quando numa quadra o faço!

Pensei hoje reflectir
Nesta quadra de Aleixo…
“Este livro que vos deixo”,         
As verdades para ouvir.
Estaria a mentir
Se tivesse outro conceito,
Mas com todo o respeito
Como o António não há…
Quando escrevo por cá
Alguma coisa com jeito.

Manuel Matias

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

OUTROS CONTOS

«Só, Nesta Casa», por Leunam Saitam.

«Só, Nesta Casa»
A Anta/ JPGalhardas

1171- «SÓ, NESTA CASA»

Só, nesta casa nada descortino,
As noites são longas sem dormir…
Espero um novo tempo para sorrir
E ver cumprir os sonhos de menino.

Aqui a alma de mim teima fugir…
Eu só, nesta casa sem um destino,
A quem pertence já não imagino
Esse dia que amanhã poderá vir.

Só, nesta casa onde predestino
O momento certo para eu decidir…
E que tudo seja o mais repentino!

O amor afinal não se quis cumprir…?
Só, nesta casa perdeu-se o menino
E a chama acabou por se extinguir.

Manuel Matias

OUTROS CONTOS

«Eu Escrevo...?», por Leunam Saitam.

«Eu Escrevo...?»
Escrita em Dia

1170- «EU ESCREVO…?»

Eu escrevo por bem querer
Palavras que me confortam…
Escrevo, mas poucos notam
O que as palavras querem dizer.

Eu escrevo para ninguém ler…
Assim as palavras se soltam
E sem vergonha elas brotam
Dum passado que as viu nascer.

Eu escrevo com o verbo viver,
É assim que se anotam
Palavras que não querem morrer.

Eu escrevo, enfim, sem saber
Que as palavras de mim gostam,
Mas ninguém as pode entender.

Manuel Matias

OUTROS CONTOS

«Conto dos Mortos Vivos», por Leunam Saitam.

«Conto dos Mortos Vivos»
Thriller- Michael Jackson

1169- «CONTO DOS MORTOS VIVOS»

De dois corpos cativos
Nasceu Manuel Matias,
Em noite de mortos vivos
Surgiu das cercanias.

Era meia-noite em ponto
Tocou o sino da aldeia,
A lua estava cheia
Quando começou este conto.
Eis que me confronto
Com dois corpos fugitivos,
Ficam ambos apreensivos
Por não me verem fugir...
Resolvi então surgir
De dois corpos cativos. 

Seu aspecto medonho
(De pessoa doente)
 Parecia estar ausente,
                                Assim como num sonho.                                
Disse: -não me oponho
Às suas tropelias-
Habituado a mordomias
Que não existem mais…
De duas aparições fatais
Nasceu Manuel Matias.

A noite estava escura,
Escura como o breu…
Só eles dois mais eu
Surgindo da terra dura.
-Mas quem é esta figura?
Questionam pensativos,
De onde saíram nativos
Ninguém parece saber...
Está para acontecer
Em noite de mortos vivos.

Um nome é só um nome,
Podia ser outro qualquer…
Um Manuel se Deus quiser,
Outro por Matias me tome.
Um ou outro cognome
É de poucas simpatias,
Não me provoca alergias
Disso tenho a certeza…
E assim, com toda a fineza,
Surgiu das cercanias.

Manuel Matias