quinta-feira, 22 de abril de 2010

Revolução dos Cravos V

"Os Vampiros" de Zeca Afonso assentam que nem uma luva na realidade portuguesa do ano de 2010. Os valores essenciais de dignidade humana ainda não foram cumpridos!

Poet'anarquista

Vampiros

José Afonso

Composição: José Afonso

No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]

A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas

São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada

Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

José Afonso

3 comentários:

Anónimo disse...

Muito verdade o seu texto inicial senhor POETA, mas mesmo assim que viva o 25 de Abril. Grato pelas publicações nesta data tão importante!

25 de Abril Sempre!!!!!

Anónimo disse...

VERDADE... VERDADE... VERDADE!!!

Anónimo disse...

Os vampiros vão continuando a sugar o sangue fresco da manada!!!!!