quinta-feira, 23 de setembro de 2010

PABLO NERUDA

Foi no dia 23 de Setembro de 1973 que faleceu o grande poeta chileno Pablo Neruda. Passados que são 37 anos da sua morte, Poet'anarquista recorda-o neste espaço com uma breve biografia e o poema "Cuerpo de Mujer".

Pablo Neruda
Poeta Chileno

BIOGRAFIA

Pablo Neruda, pseudónimo de Neftalí Ricardo Reyes Basoalto, nasceu a 12 de julho de 1904, em Parral, no Chile. 

Poeta chileno, considerado um dos mais importantes literatos do século XX. O seu pseudónimo foi escolhido para homenagear o poeta checo Jan Neruda. A sua obra é lírica, plena de emoção e marcada por um acentuado humanismo. No seu livro de estreia, com apenas 20 anos, Crepusculário (1923), já  assinou Pablo Neruda que, em 1946, passou a ser legalmente o seu novo nome. A sua fama tornou-se maior com a publicação de vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924). 

Alternando a vida literária com a diplomática, Pablo Neruda era o embaixador chileno na França quando ocorreu o golpe de Estado que depôs o presidente Salvador Allende. De volta ao Chile, sofreu perseguições políticas e morreu pouco depois, sendo enterrado na sua casa de Isla Negra, ao sul do Chile. Da sua obra destacam-se Residência na Terra (1933), España en el Corazón (1937, inspirado na Guerra Civil Espanhola), Canto Geral (1950), Cem Sonetos de Amor (1959), Memorial de Isla Negra (1964), A Espada Incendiada (1970) e a autobiografia póstuma, Confesso que Vivi (1974), um emocionante testemunho do tempo e das emoções de um grande poeta. 

Em 1971, Neruda recebeu o Prémio Nobel de Literatura e o Prémio Lenine da Paz. Antes havia sido agraciado com o Prémio Nacional de Literatura (1945). 

Morre em 23 de Setembro de 1973, na Clínica Santa Maria de Santiago (Chile), vítima de um câncer de próstata.
Fonte: PENSADOR.INFO 

CUERPO DE MUJER...

Cuerpo de mujer, blancas colinas, muslos blancos,
te pareces al mundo en tu actitud de entrega.
Mi cuerpo de labriego salvaje te socava
y hace saltar el hijo del fondo de la tierra.

Fui solo como un túnel. De mí huían los pájaros
y en mí la noche entraba su invasión poderosa.
Para sobrevivirme te forjé como un arma,
como una flecha en mi arco, como una piedra en mi honda.

Pero cae la hora de la venganza, y te amo.
Cuerpo de piel, de musgo, de leche ávida y firme.
¡Ah los vasos del pecho! ¡Ah los ojos de ausencia!
¡Ah las rosas del pubis! ¡Ah tu voz lenta y triste!

Cuerpo de mujer mía, persistiré en tu gracia.
Mi sed, mi ansia si límite, mi camino indeciso!
Oscuros cauces donde la sed eterna sigue,
y la fatiga sigue, y el dolor infinito.
 
Pablo Neruda

1 comentário:

Anónimo disse...

GRANDE POETA... GRANDE HOMEM!