quinta-feira, 25 de abril de 2013

O DIA DA LIBERDADE

25 de Abril de 1974
25 de Abril de 2013

O DIA DA LIBERDADE!

JPGalhardas cantando acapella (1987) «Na Catedral de Lisboa», de Zeca Afonso

Desenhos e Pinturas de JPGalhardas/ Vídeo Arca da Fonte 2012/ Poet'anarquista


ABRIL DOS CRAVOS

Abril dos vermelhos cravos libertado
Devolves-te a esperança quase perdida,
A um povo que jazia amordaçado
Numa pátria há muito já esquecida...

Abril das palavras que se soltaram
Nos corações que pareciam não bater,
Ao mundo inteiro bem alto gritaram
Tudo quanto era preciso não esquecer...  

Abril de revolução das nossas gentes
Enchendo as ruas com abraços fraternos...
Muitos sorrisos, tantos olhares contentes,
Momentos que sempre nos serão eternos!

Abril!... Pode ser outro mês qualquer
 De amor intenso e fraternidade,    
Abril será quando um homem quiser
Amar em cada instante a liberdade!

Matias José  

Salgueiro Maia
Capitão d'Abril

Mote

São cravos, Senhor são cravos
Que vislumbro com desgosto...
Tornaram-nos um povo escravo,
Caem lágrimas em tanto rosto.

Anónimo

Glosas

I

Eis que vos trago floridos
Cravos vermelhos de Abril,
Regados com águas mil
Pra não serem esquecidos.
Libertaram-se os oprimidos
Prisioneiros feitos escravos,
Por um Movimento de bravos
Conquistaram-se as liberdades...
Nos campos, vilas e cidades
São cravos, Senhor são cravos.

II

Os Ideais estavam traçados
Para a revolução se cumprir,
E os cravos poderem florir
Nos corações esperançados.
Mas vampiros esfomeados
Aos poucos, deixam Abril exposto,
Esse sonho lindo quase morto
Ninguém mais o quis comandar...
É uma Primavera a murchar
Que vislumbro com desgosto.

III

Começam então por atraiçoar
Princípios sagrados da revolução,
O sofrimento de uma nação
Quarenta e oito anos a penar.
Abril acaba assim a asfixiar
 Do saque aos últimos centavos,
Portugal então sem chavos
Resolve vender-se à TROIKA...
Está cozinhada a paparoca,
Tornaram-nos um povo escravo.

IV

As conquistas fundamentais
Que se julgavam garantidas,
Depressa foram esquecidas
Por governantes irracionais.
Vários danos colaterais
Sempre em sentido oposto,
Aos ideais d'Abril proposto
Acabaram por nos tramar...
Vejo um povo a sufocar,
Caem lágrimas em tanto rosto.

Matias José

1 comentário:

Anónimo disse...

Sensacional talento aqui bem expresso em arte e liberdade.

VIVA A PINTURA!

VIVA A POESIA!

VIVA O 25 DE ABRIL!