quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

MÚSICA - ELIS REGINA

Uma das maiores cantoras da música popular brasileira, Elis Regina Carvalho Costa, deixou-nos no dia 19 de Janeiro de 1982, faz hoje precisamente 29 anos. Bem presente na minha memória esse dia em que recebi a notícia, e ouvi a música "Romaria" no telejornal da RTP 1. Ainda hoje me comovo quando a ouço...
Poet'anarquista
Elis Regina
Cantora Brasileira
BIOGRAFIA

Elis Regina Carvalho Costa (Porto Alegre, 17 de março de 1945 - São Paulo, 19 de janeiro de 1982) foi uma das mais importantes cantoras da música popular brasileira. Elis teve um longo período de sucesso, de 1965 a 1981. Uniu técnica e perfeccionismo, presentes nas suas gravações, à emoção e energia, típicas das suas apresentações. Na sua carreira, lançou diversos compositores como Milton Nascimento, Fernando Brant, João Bosco, Zé Rodrix, Aldir Blanc, Renato Teixeira e Belchior.

Elis Regina nasceu na capital no Rio Grande do Sul, onde começou a sua carreira como cantora aos onze anos de idade num programa de rádio para crianças chamado “O Clube do Guri”, na Rádio Farroupilha, apresentado por Ari Rego.

Em 1959 foi contratada pela Rádio Gaúcha e em 1961, viajou ao Rio de Janeiro, onde gravou o seu primeiro disco, Viva a Brotolândia. Lança ainda mais três discos, enquanto morava em Porto Alegre.

Em 1964 parte para o eixo Rio-SP, e, em 1965, vence o Primeiro Festival da MPB, promovido pela Excelsior, lançando-se nacionalmente. No mesmo ano, assume ao lado de Jair Rodrigues, o comando do programa “O Fino da Bossa”, que ficaria no ar até 1967 e originaria três discos lançados em 1994, com grande sucesso. Em 1968, uma viagem à Europa lança-a no eixo musical internacional, tendo grande sucesso, principalmente no Olympia de Paris, quando se tornou a primeira artista a apresentar-se duas vezes no mesmo ano.

Durante os anos 70, aprimorou constantemente a sua técnica e domínio vocal, registrando em discos de alta qualidade técnica parte do melhor da sua geração de músicos. Em 1975, com o espetáculo Falso Brilhante, que mais tarde virou um disco homónimo, atinge grande sucesso, ficando mais de um ano em cartaz e realizando quase 300 apresentações. O show foi considerado, anos depois, como o melhor da década de 70.

Ainda teve grande êxito com o espetáculo Transversal do Tempo, em 1978, de um clima extremamente político e tenso; o Saudades do Brasil, em 1980, sucesso de crítica e público por sua originalidade, tanto nas canções quanto nos números com dançarinos amadores e, o seu último show, Trem Azul, em 1981, escolhido como o melhor show daquele ano.

Elis Regina criticou muitas vezes a ditadura brasileira, que perseguiu e exilou muitos músicos na sua época, seja através de declarações públicas ou pelas canções que interpretava. Em entrevista, no ano de 1969, declarou que o Brasil era governado por gorilas (Há controvérsias em relação a essa declaração. Existem arquivos dos próprios militares onde ela se justifica dizendo que isso foi criado por jornalistas sensacionalistas). A sua popularidade  manteve-a fora da prisão, mas foi obrigada pelas autoridades a cantar o Hino Nacional durante um espectáculo num estádio, facto que despertou a ira da esquerda brasileira.

Segundo a análise de alguns, era conhecida pela sua primazia técnica e qualidade musical de seus discos, tendo-se notabilizado por lançar boa parte dos grandes nomes da MPB, como Milton Nascimento, Renato Teixeira, João Bosco e Aldir Blanc, Sueli Costa, entre outros.

Faleceu aos 36 anos de idade em 19 de janeiro de 1982, devido a complicações decorrentes de uma overdose de cocaína e bebida alcoólica. Foi sepultada no Cemitério do Morumbi.

Sempre revoltada politicamente, Elis participou de uma série de movimentos de renovação política e cultural brasileiro, destacando a Marcha contra as guitarras, ainda nos anos 60, ao lado de artistas como Gilberto Gil e outros, ainda participou activamente da campanha pela anistia política de exilados brasileiros. A canção de João Bosco e Aldir Blanc na sua voz, O bêbado e a equilibrista, é tida como o Hino da Amnistia, que coroou a chegada de importantes nomes do Brasil, de volta do exílio, a partir de 1979. Um deles, citado na música, era o irmão do Henfil, o Betinho, importante sociólogo brasileiro.

Outra questão importante refere-se ao direito dos músicos brasileiros, polémica que Elis encabeçou, participando de muitas reuniões em Brasília. Além disso, foi presidente da ASSIM, Associação de Intérpretes e de Músicos.

Elis é mãe de João Marcelo Bôscoli, fruto de seu casamento com o músico Ronaldo Bôscoli, e de Pedro Mariano e Maria Rita, filhos do pianista César Camargo Mariano. Os três enveredaram pelo ramo da música.
Fonte: Last.Fm
"ROMARIA" 
ELIS REGINA

2 comentários:

francisco tátá disse...

Magnifica a peça recentemente apresentada na RTP1, da autoria do Grande Filipa la Féria, sobre a vida desta grande contora.
Interpretações excepcionais dos Artistas.
Se repetirem não devem perder por nada deste mundo
Chico

Anónimo disse...

Lindo, lindo e a qualidade do blogue confirma-o!