segunda-feira, 16 de novembro de 2015

OUTROS CONTOS

«Ser Doido-Alegre, Que Maior Ventura!», conto poético por António Aleixo.

«Ser Doido-Alegre, Que Maior Ventura!»
Retrato de Louco/ Maître (1537)

667- «SER DOIDO-ALEGRE, QUE MAIOR VENTURA!»

Ser doido-alegre, que maior ventura!
Morrer vivendo p’ra além da verdade.
É tão feliz quem goza tal loucura
Que nem na morte crê, que felicidade!

Encara, rindo, a vida que o tortura,
Sem ver na esmola, a falsa caridade,
Que bem no fundo é só vaidade pura,
Se acaso houver pureza na vaidade.

Já que não tenho, tal como preciso,
A felicidade que esse doido tem
De ver no purgatório um paraíso…

Direi, ao contemplar o seu sorriso,
Ai quem me dera ser doido também
P’ra suportar melhor quem tem juízo.

António Aleixo

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