"Os Vampiros" de Zeca Afonso assentam que nem uma luva na realidade portuguesa do ano de 2010. Os valores essenciais de dignidade humana ainda não foram cumpridos!
Poet'anarquista
Vampiros
José Afonso
Composição: José Afonso
No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]
A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas
São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
José Afonso
3 comentários:
Muito verdade o seu texto inicial senhor POETA, mas mesmo assim que viva o 25 de Abril. Grato pelas publicações nesta data tão importante!
25 de Abril Sempre!!!!!
VERDADE... VERDADE... VERDADE!!!
Os vampiros vão continuando a sugar o sangue fresco da manada!!!!!
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