Aconteceu a 28 de Fevereiro...
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
domingo, 27 de fevereiro de 2011
QUADRAS versus CARTOON
«Como Neutralizar um Político»
Francisco Trotskã...
Em revolução constante!
Uma Moção de Censura
Ao velho estilo trotskiano...
Pra agitar a conjectura
Apresento um novo plano!?
Entra em cena José Trócastes!
Alguns choques depois…
Estas armas eléctricas funcionam
Depois de testadas, como é lógico!...
Umas bastonadas até combinam
Com o meu plano tecnológico!
POETA
«Como Neutralizar um Político»
HenriCartoon
LITERATURA - JOHN STEINBECK
O escritor romancista Jonh Ernst Steinbeck, nasceu nos Estados Unidos a 27 de Fevereiro de 1902. «As Vinhas da Ira», romance notável deste escritor, inspirou para a sétima arte o realizador John Ford que veria o seu filme premiado nas categorias de melhor filme, melhor director e melhor actriz secundária. John Steinbeck recebeu o Nobel da Literatura no ano de 1962.
Poet'anarquistaJohn Steinbeck
Escritor Norte-Americano
BREVE HISTORIAL
As suas obras principais são «A Leste do Paraíso» (East of Eden, 1952) e «As Vinhas da Ira» (The Grapes of Wrath, 1939). Foi membro, quando jovem, da Ordem DeMolay. Recebeu o Nobel de Literatura de 1962.
Ainda muito jovem, por influência dos pais, leu Dostoiévski, Milton, Flaubert e George Eliot. Terminou o curso secundário no Salinas High School, em 1919. No ano seguinte, ingressou na Universidade de Stanford, exercendo várias profissões para custear os estudos. Em 1925, empregou-se no jornal American de Nova York, e vasculhou a cidade em busca de um editor para os seus livros ainda não escritos. Estreou na literatura com «A Taça de Ouro» (1929), biografia romanceada do bucaneiro Henry Morgan, já marcada pelo seu característico estilo alegórico.
Publicou em seguida «Pastagens do céu» (1932) e «A Um Deus Desconhecido» (1939). Esses primeiros livros não lhe asseguraram a profissionalização como escritor. Em 1935 firmou-se como autor de prestígio com «Boêmios Errantes», que recebeu a medalha de ouro do Commonwealth Club de São Francisco, como melhor livro californiano do ano. Os três mais importantes romances de Steinbeck foram escritos entre 1936 e 1938: «Luta Incerta» (1936), descreve uma greve de trabalhadores agrícolas na Califórnia; «Ratos e Homens» (1937), que seria transportado para o cinema e para o teatro, analisa as complexas relações entre dois trabalhadores migrantes; «As Vinhas da Ira» (1939), considerado a sua obra-prima, conta a exploração a que são submetidos os trabalhadores itinerantes e sazonais, através da história da família Joad, que migra para a Califórnia, atraída pela ilusória fartura da região. Essa trágica odisseia recebeu o prêmio Pulitzer e foi levada à tela por John Ford em 1940.
«As Vinhas da Ira»
Obra-Prima de John Steinbeck
A obra de Steinbeck inclui ainda «Caravana de Destinos» (1944), «A Pérola» (1945/47), «O Destino Viaja de Ónibus» (1947), «Doce Quinta-feira» (1954), «O Inverno de Nossa Desesperança» (1961), «Viagens com Charley» (1962).
Steinbeck teve 17 das suas obras adaptadas para filme por Hollywood. Alcançou também grande sucesso como escritor para filmes, tendo sido indicado em 1944 ao Óscar de melhor história pelo filme «Um Barco e Nove Destinos» (Lifeboat), de Alfred Hitchcock.
Fonte: Wikipédia
sábado, 26 de fevereiro de 2011
LITERATURA - VICTOR HUGO
Victor-Marie Hugo, escritor e poeta francês com grande intervenção política no seu país, nasceu em Besançon, França, a 26 de Fevereiro de 1802. Da vasta obra literária editada, foi autor de «Os Miseráveis» e do famoso «Corcunda de Notre-Dame», assim como do primeiro livro de poesias publicado em 1821, «Odes e Poesias Diversas».
Poet'anarquistaVictor Hugo
Escritor Francês
BIOGRAFIA
26/02/1802, Besançon, França
22/05/1885, Paris, França
22/05/1885, Paris, França
Victor Hugo, autor de "Os Miseráveis" e "O Corcunda de Notre Dame", entre outros, era filho de Joseph Hugo e de Sophie Trébuchet. Nasceu em Besançon, mas passou a infância em Paris.
Em 1819 fundou, com os seus irmãos, uma revista, o "Conservador Literário" e no mesmo ano ganhou o concurso da Academia dos Jogos Florais, instituição literária francesa fundada no século XIV.
Aos 20 anos publicou uma reunião de poemas, "Odes e Poesias Diversas", mas foi o prefácio da sua peça teatral "Cromwell" que o projectou como líder do movimento romântico na França.
Victor Hugo casou-se com Adèle Foucher e durante a vida teve diversas amantes, sendo a mais famosa Juliette Drouet, actriz sem talento, a quem ele escreveu numerosos poemas.
O período 1829-1843 foi o mais produtivo da carreira do escritor. O seu grande romance histórico, "Notre Dame de Paris" - mundialmente conhecido como "O Corcunda de Notre Dame" - (1831), conduziu-o à nomeação de membro da Academia Francesa, em 1841.
Criado no espírito da monarquia, o escritor acabou por ser favorável a uma democracia liberal e humanitária. Eleito deputado da Segunda República, em 1848, apoiou a candidatura do príncipe Luís Napoleão, mas exilou-se após o golpe de Estado que este deu em dezembro de 1851, tornando-se imperador. Hugo condenou-o vigorosamente por razões morais em "História de um Crime".
Durante o Segundo Império, em oposição a Napoleão III, viveu no exílio em Jersey, Guernsey e Bruxelas. Foi um dos poucos a recusar a amnistia decidida algum tempo depois.
A morte da sua filha, Leopoldina, afogada por acidente no Sena, junto com o marido, fez com que o escritor se deixasse levar por experiências espíritas relatadas na obra, "As Mesas Moventes de Jersey".
A partir de 1849, Victor Hugo dedicou a sua obra à política, à religião e à filosofia humana e social. Reformista, desejava mudar a sociedade mas não mudar de sociedade. Em 1870 Hugo regressou a França e reatou a sua carreira política. Foi eleito primeiro para a Assembleia Nacional, e mais tarde para o Senado. Não aderiu à Comuna de Paris, mas defendeu a amnistia dos seus integrantes.
De acordo com seu último desejo, foi enterrado num caixão humilde no Panthéon, após ter ficado vários dias exposto sob o Arco do Triunfo.
Fonte: UOL EducaçãoOS CANTOS DO CREPÚSCULO
Desde que eu meu lábio levei ao copo plenamente cheio ,
Desde que eu minhas mãos coloquei em minha fronte pálida,
Desde que eu respirei às vezes o sopro suave
De tua alma , perfume de tua sombra enterrada,
Desde que me era dado ouvir um ao outro me chamar
As palavras que se derramam no coração misterioso,
Desde que eu vi chorar , desde que eu vi sorrir
Sua boca em minha boca e seus olhos em meus olhos;
Desde que eu vi brilhar em minha cabeça encantada
Um raio de tua estrela, ai! sempre escondida ,
Desde que eu vi desabar nas ondas de minha vida
Uma folha de rosa arrancou os teus dias,
Eu me coloco agora a contar os rápidos anos :
- Passam! Passam sempre! Eu não tenho mais a idade !
Vou partir para que tuas flores desbotem todas;
Eu tenho na alma uma flor que ninguém pode colher!
Suas asas batendo não farão que nada se derrame
Do vaso d’água que bebo e que eu bem enchi
Minha alma não tem mais fogo do que vós possuis em cinzas!
Meu coração não tem mais amor do que vós possuis esquecimento!
Desde que eu minhas mãos coloquei em minha fronte pálida,
Desde que eu respirei às vezes o sopro suave
De tua alma , perfume de tua sombra enterrada,
Desde que me era dado ouvir um ao outro me chamar
As palavras que se derramam no coração misterioso,
Desde que eu vi chorar , desde que eu vi sorrir
Sua boca em minha boca e seus olhos em meus olhos;
Desde que eu vi brilhar em minha cabeça encantada
Um raio de tua estrela, ai! sempre escondida ,
Desde que eu vi desabar nas ondas de minha vida
Uma folha de rosa arrancou os teus dias,
Eu me coloco agora a contar os rápidos anos :
- Passam! Passam sempre! Eu não tenho mais a idade !
Vou partir para que tuas flores desbotem todas;
Eu tenho na alma uma flor que ninguém pode colher!
Suas asas batendo não farão que nada se derrame
Do vaso d’água que bebo e que eu bem enchi
Minha alma não tem mais fogo do que vós possuis em cinzas!
Meu coração não tem mais amor do que vós possuis esquecimento!
Victor Hugo
O SEPULCRO DA ROSA
O sepulcro diz à rosa
Que fazes tu flor mimosa
Do orvalho da alva manhã?
Diz a rosa à sepultura:
Que fazes feia negrura
de tanta forma louça?
Negra tumba, segue a rosa
Eu, dessa água preciosa
Faço aroma que é só meu.
Diz-lhe a tumba com afago
De cada corpo que trago
Ressurge um anjo no céu.
Que fazes tu flor mimosa
Do orvalho da alva manhã?
Diz a rosa à sepultura:
Que fazes feia negrura
de tanta forma louça?
Negra tumba, segue a rosa
Eu, dessa água preciosa
Faço aroma que é só meu.
Diz-lhe a tumba com afago
De cada corpo que trago
Ressurge um anjo no céu.
Victor Hugo
A FONTE
Da espalda de um rochedo, gota a gota
límpida fonte sobre o mar caía,
Mas, ao vê-la tombar em seu regaço:
" O que queres de mim?" O mar dizia.
"Eu sou da tempestade o antro escuro;
"Onde termina o céu aí começo;
"Eu que nos braços toda a terra espreito,
"De ti, tão pobre e vil, de ti careço?...
No tom saudoso do quebrar das águas
Ao mar, serena, a fonte assim murmura:
"A ti, que és grande e forte, a pobre fonte
Vem dar-te o que não tens, dar-te a doçura!"
límpida fonte sobre o mar caía,
Mas, ao vê-la tombar em seu regaço:
" O que queres de mim?" O mar dizia.
"Eu sou da tempestade o antro escuro;
"Onde termina o céu aí começo;
"Eu que nos braços toda a terra espreito,
"De ti, tão pobre e vil, de ti careço?...
No tom saudoso do quebrar das águas
Ao mar, serena, a fonte assim murmura:
"A ti, que és grande e forte, a pobre fonte
Vem dar-te o que não tens, dar-te a doçura!"
Victor Hugo
PINTURA - MIGUEL ÂNGELO LUPI
Miguel Ângelo Lupi nasceu em Lisboa no dia 8 de Maio de 1826, vindo a falecer igualmente em Lisboa, a 26 de Fevereiro do ano de 1883. Foi um destacado pintor português do romantismo e professor de Desenho da cadeira de Pintura de História, na Academia de Belas-Artes de Lisboa. A sua obra a partir de 1870, com grande influência do realismo francês, torna-se a precursora do naturalismo em Portugal. Era considerado na época um retratista de primeira linha por ter muita facilidade em retratar a semelhança.
Poet'anarquistaMiguel Ângelo Lupi
Pintor Português
BREVE BIOGRAFIA
Pintor, discípulo de Joaquim Rafael em Desenho Histórico e de António Manuel da Fonseca em Pintura Histórica, na Academia de Belas-Artes de Lisboa (1841-46).
Após a conclusão do curso, optou pela carreira de funcionário público na Imprensa Nacional (1849-50), em Angola (1851-53) e no Tribunal de Contas (1855-59).
Retomou a carreira de pintor em 1859, tendo sido convidado a realizar o retrato de D. Pedro V para o Tribunal de Contas de Lisboa.
Foi bolseiro do Estado em Roma (1860-63) e visitou Paris em 1864, contactando com a trabalho de Courbet. No regresso a Lisboa, foi nomeado professor de Desenho na Academia de Belas-Artes de Lisboa, vindo a ser responsável pela cadeira de Pintura de História, a partir de 1868. Publicou “Indicações para a Reforma da Academia Real de Belas Artes de Lisboa” (1879).
Personalidade destacada do Romantismo, Miguel Ângelo Lupi tratou assuntos históricos, por vezes acentuando o seu dramatismo. Mas, a obra desenvolvida a partir de 1870 notabilizou-o como percursor do Naturalismo em Portugal (por influência do Realismo francês), visível sobretudo na vasta galeria de retratos.
Participou nos salões da Promotora (1863-68) e em várias exposições no estrangeiro: Exposição de Belas Artes de Madrid (medalha de 1ª classe, 1871), em Londres (1868), no Salon de Paris (1866, 1867, 1875), na Exposição Universal de Paris (1878) e no Rio de Janeiro (1879).
Fonte: Museu José Malhoa
«Camponesa»
Miguel Ângelo Lupi
«D. Pedro V»
Miguel Ângelo Lupi
«Os Negros de Serpa Pinto»
Miguel Ângelo Lupi
«Retrato da Marquesa de Belas»
Miguel Ângelo Lupi
«Retrato Viscondessa de Castilho»
«Retrato António Feliciano de Castilho»
Miguel Ângelo Lupi
«Retrato D. Maria das Dores Martins»
Miguel Ângelo Lupi
«Retrato do Poeta Raimundo Bulhão Pato»
Miguel Ângelo Lupi
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
MÚSICA - CARUSO
Enrico Caruso, tenor italiano nascido em Nápoles a 25 de Fevereiro de 1873, foi considerado por Luciano Pavarotti como o maior intérprete de música clássica de todos os tempos. Caruso, possuidor de um tom de voz agudo inigualável, e considerado por muitos o melhor cantor de ópera de todos os tempos, faleceu na sua terra natal a 2 de Agosto de 1921. O extraordinário compositor lírico Giacomo Puccini compôs óperas especialmente para o tenor italiano.
Poet'anarquistaEnrico Caruso
Tenor Italiano
BIOGRAFIA
Começou a carreira em 1894, aos 21 anos de idade, na cidade natal. Recebeu as primeiras aulas de canto de Guglielmo Vergine. Actuou, entre outras óperas, na estreia de «Fedora» e «La Fanciulla del West», do compositor italiano Giacomo Puccini. As mais famosas interpretações foram como «Canio» na ópera «I Pagliacci», de Leoncavallo e como «Radamés», em «Aida», de Giuseppe Verdi. Na metade da década de 1910 já era conhecido internacionalmente. Era constantemente contratado pelo Metropolitan de Nova Iorque, relação que persistiu até 1920. Caruso foi eternizado pelo agudo mais potente já conhecido, e por muitos considerado o melhor cantor de ópera de todos os tempos.
O compositor lírico Giacomo Puccini e o compositor de canções populares Paolo Tosti foram seus amigos e compuseram obras especialmente para ele.
Caruso apostou na nova tecnologia de gravação de som em discos de cera e fez as primeiras 20 gravações em Milão, em 1895. Em1903, foi para Nova Iorque e, no mesmo ano, deu início a gravações fonográficas pela Victor Talking Machine Company, antecessora da RCA-Victor. Caruso foi um dos primeiros cantores a gravar discos em grande escala. A indústria fonográfica e o cantor tiveram uma estreita relação, que ajudou a promover comercialmente a ambos, nas duas primeiras décadas do século XX. A suas gravações foram recuperadas e, remasterizadas, encontraram o meio moderno e duradouro de divulgação da sua arte no disco compacto, CD.
O repertório de Caruso incluía cerca de sessenta óperas, a maioria delas em italiano, embora tenha cantado também em francês, inglês, espanhol e latim, além do dialeto napolitano, das canções populares de sua terra natal. Cantou perto de 500 canções, que variaram das tradicionais italianas até as canções populares do momento.
Sua vida foi tema de um filme norte-americano, permeado de ficção, intitulado «O Grande Caruso (The Great Caruso)», de 1951, com o cantor lírico Mario Lanza interpretando Caruso. Devido ao seu conteúdo altamente ficcional, o filme foi proibido na Itália.
No filme Fitzcarraldo de Werner Herzog, com Klaus Kinski no papel de Fitzcarraldo, aparece no início da projeção uma entrada de Caruso na «Ópera de Manaus», no Brasil, onde Caruso de facto nunca se apresentou.
Os últimos dias da sua vida são narrados de forma romantizada na canção Caruso, de Lucio Dalla (1986).
Fonte: WikipédiaÓPERA RIGOLETTO - «LA DONNA E MOBILE» DE GIUSEPPE VERDI
TENOR ENRICO CARUSO
POESIA - CESÁRIO VERDE
O poeta português José Joaquim Cesário Verde nasceu em Lisboa a 25 de Fevereiro de 1855, sendo considerado um dos precursores da poesia portuguesa do séc. XX. Com influência impressionista de extrema sensibilidade, retratou a cidade e o campo, os seus cenários preferidos. Fugindo ao lirismo tradicional, a sua poesia expressou-se de uma forma mais natural. Faleceu no Lumiar, vítima da tuberculose, a 19 de Julho de 1886.
Poet'anarquistaCesário Verde
Poeta Português
BIOGRAFIA
Poeta português, natural de Caneças, Loures, oriundo de uma família burguesa abastada. O pai era lavrador (tinha uma quinta em Linda-a-Pastora) e comerciante (estabelecido com uma loja de ferragens na baixa lisboeta). Foi por essas duas actividades práticas, úteis, de acordo com a visão do mundo do próprio Cesário Verde, que se repartiu a vida do poeta. Paralelamente, ia alimentando o seu gosto pela leitura e pela criação literária, embora longe dos meios literários oficiais com que nunca se deu bem, o que o levou, por exemplo, a abandonar o Curso Superior de Letras da Faculdade de Letras de Lisboa, que frequentou entre 1873 e 1874. Cesário Verde estreou-se, nessa altura, colaborando nos jornais Diário de Notícias, Diário da Tarde, A Tribuna e Renascença. A partir de 1875 produziu alguns dos seus melhores poemas: «Num Bairro Moderno» (1877), «Em Petiz» (1878) e «O Sentimento dum Ocidental» (1880). Este último foi escrito por ocasião do terceiro centenário da morte de Camões e é, ainda hoje, um dos textos mais conhecidos do poeta, embora mal recebido pela crítica de então, numa incompreensão geral mesmo por parte de escritores da Geração de 70, de quem Cesário Verde esperaria aceitação para a sua poesia. A falta de estímulo da crítica e um certo mal-estar relativamente ao meio literário, expressos, por exemplo, no poema «Contrariedades» (Março de 1876), fazem com que Cesário Verde deixe de publicar em jornais, surgindo apenas, em 1884, o poema «Nós». O binómio cidade-campo surge como tema principal neste longo poema narrativo autobiográfico, onde o poeta evoca a morte de uma irmã ( 1872) e de um irmão (1882), ambos de tuberculose, doença que viria a vitimar igualmente o poeta, apesar das várias tentativas de convalescença numa quinta no Lumiar. Só em 1887 foi organizada, postumamente, por iniciativa do seu amigo Silva Pinto, uma compilação dos seus poemas, a que deu o nome de O Livro de Cesário Verde (à disposição do público em geral apenas em 1901). Dividida em duas secções, Crise Romanesca e Naturais, o livro não seguiu qualquer critério cronológico de elaboração ou de publicação. Entretanto, novas edições vieram acrescentar alguns textos à obra conhecida do poeta e organizá-la segundo critérios mais rigorosos. Formado dentro dos moldes do realismo e do parnasianismo literários, Cesário Verde afirmou-se sobretudo pela sua oposição ao lirismo tradicional. Em poemas por vezes cínicos ou humorísticos (na linha de A Folha, de João Penha, ou de Baudelaire, de que se reconhece a influência sobretudo no tratamento da temática da cidade, do amor e da mulher) conseguiu manter-se alheio ao peso da «literatura», procurando um tom natural que valorizasse a linguagem do concreto e do coloquial, por vezes até com cariz técnico, marcando um desejo de autenticidade e um amor pelo real, que fez com que a sua poesia enfrentasse, por vezes, a acusação de prosaísmo. Com uma visão extremamente plástica do mundo, deteve-se em deambulações pela cidade ou pelo campo (seus cenários de eleição) transmitindo o que aí era oferecido aos sentidos, em cores, formas e sons, de acordo com a fórmula do próprio poeta, expressa em carta ao seu amigo Silva Pinto: «A mim o que me rodeia é o que me preocupa». Se, por um lado, exaltava os valores viris e vigorosos, saudáveis, da vida do campo e dos seus trabalhadores, sem visões bucólicas, detinha-se, por outro, na cidade, na sedução dos movimentos humanos, da sua vibração, solidarizando-se com as vítimas de injustiças sociais e integrando na sua poesia, por vezes, um desejo de evasão. Conhecido como o poeta da cidade de Lisboa, foi igualmente o poeta da Natureza anti-literária, numa antecipação de Fernando Pessoa/Alberto Caeiro, que considerava Cesário um dos vultos fundamentais da nossa história literária. Através de processos impressionistas, de grande sugestividade (condensando e combinando, por exemplo, sensações físicas e morais num só elemento), levou a cabo uma renovação ímpar, no século XIX, da estilística poética portuguesa, abrindo caminho ao modernismo e influenciando decisivamente poetas posteriores. Fonte: AstormentasMANIAS! O mundo é velha cena ensanguentada, Coberta de remendos, picaresca; A vida é chula farsa assobiada, Ou selvagem tragédia romanesca. Eu sei um bom rapaz, -- hoje uma ossada, -- Que amava certa dama pedantesca, Perversíssima, esquálida e chagada, Mas cheia de jactância quixotesca. Aos domingos a deia já rugosa, Concedia-lhe o braço, com preguiça, E o dengue, em atitude receosa, Na sujeição canina mais submissa, Levava na tremente mão nervosa, O livro com que a amante ia ouvir missa! Cesário Verde CINISMOS Eu hei-de lhe falar lugubremente Do meu amor enorme e massacrado, Falar-lhe com a luz e a fé dum crente. Hei-de expor-lhe o meu peito descarnado, Chamar-lhe minha cruz e meu calvário, E ser menos que um Judas empalhado. Hei-de abrir-lhe o meu íntimo sacrário E desvendar-lhe a vida, o mundo, o gozo, Como um velho filósofo lendário. Hei-de mostrar, tão triste e tenebroso, Os pegos abismais da minha vida, E hei-de olhá-la dum modo tão nervoso, Que ela há-de, enfim, sentir-se constrangida, Cheia de dor, tremente, alucinada, E há-de chorar, chorar enternecida! E eu hei-de, então, soltar uma risada. Cesário Verde DE TARDE Naquele «pic-nic» de burguesas, Houve uma coisa simplesmente bela, E que, sem ter história nem grandezas, Em todo o caso dava uma aguarela. Foi quando tu, descendo do burrico, Foste colher, sem imposturas tolas, A um granzoal azul de grão-de-bico Um ramalhete rubro de papoulas. Pouco depois, em cima duns penhascos, Nós acampámos, inda o sol se via; E houve talhadas de melão, damascos, E pão de ló molhado em malvasia. Mas, todo púrpuro, a sair da renda Dos teus dois seios como duas rolas, Era o supremo encanto da merenda O ramalhete rubro das papoulas. Cesário Verde |
PINTURA - RENOIR
Pierre-Auguste Renoir foi um célebre pintor francês e um dos mais importantes do movimento impressionista. A obra extraordinária que nos deixou é de uma sensualidade notável a todos os títulos, onde a elegância do movimento artístico europeu (o rococó) tem uma enorme influência. Renoir nasceu em Limoges,França, a 25 de Fevereiro de 1841 e veio a falecer em Cagnes-sur-Mer, a 3 de Dezembro de 1919.
Poet'anarquistaPierre-Auguste Renoir
Pintor Francês
BIOGRAFIA
25/2/1841, Limoges, França
3/12/1919, Cagnes, França
25/2/1841, Limoges, França
3/12/1919, Cagnes, França
"A dor passa, mas a beleza permanece", disse Renoir, um dos maiores pintores impressionistas, mestre em fixar nas suas telas a luz, o brilho e a beleza das coisas.
Pierre-Auguste Renoir nasceu em família modesta. Em 1845, a família mudou-se para Paris, mas regressaria a Limoges três anos depois.
Em 1855, Renoir, com o intuito de adquirir um ofício, foi aprender decoração de porcelana e trabalhar no próprio ateliê onde estudava. Três anos depois, começou a pintar estampas em tecidos.
Em 1862, mudou-se para Paris e foi admitido na École des Beaux-Arts. Passou a visitar regularmente o Museu do Louvre e começou a estagiar no ateliê do pintor suíço Charles Gleyre.
Em 1866, inscreveu o seu quadro "A Hospedaria da Mãe Anthony" no Salão Oficial das Artes, mas foi rejeitado. Dois anos depois, o salão aceitou a tela "Lise". Mesmo assim, o impressionismo, o novo estilo que Renoir adotara, ainda não era uma forma de arte aceite pela crítica. Por isso, Renoir e seus companheiros planearam organizar uma exposição de arte impressionista.
Mas, em 1870, com a invasão prussiana da França, Renoir foi convocado, participando na guerra como soldado.
Em 1874, Renoir e outros artistas (como Manet, Degas e Pissarro) organizaram finalmente a exposição dos impressionistas.
Realizou-se no estúdio do famoso fotógrafo Nadar. Embora rejeitada pelos críticos, a exposição seria repetida em 1876, 1877 e 1879.
Durante esses anos, Renoir foi ficando famoso. Em 1880, casou com a sua modelo Aline Charigot (teriam dois filhos, Pierre e Jean). No ano seguinte, pintou "Rosa e Azul", o célebre "quadro das duas meninas" que hoje está no Museu de Arte de São Paulo (Masp). Em 1882, viajou para Itália com o propósito de continuar os seus estudos.
Em 1892, obteve reconhecimento oficial para a pintura impressionista: um quadro seu foi adquirido pelo governo francês.
Num acidente de bicicleta, em 1897, quebrou o braço. Dois anos depois, foi acometido de reumatismo, passando a ter problemas de mobilidade.
Em 1904, quando já era admirado em toda a Europa, organizou-se uma grande retrospectiva da sua obra. No ano seguinte, Renoir mudou-se para Cagnes, em busca de clima mais saudável.
Oito anos depois, as dificuldades de saúde obrigaram-no a pintar sentado e amarrar os pincéis aos dedos.
Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914), teve os seus dois filhos convocados, que seriam feridos. Durante a guerra, também perdeu a esposa, Aline.
Em 1919, Renoir finalmente viu suas obras serem aceites no Louvre. Em dezembro daquele ano, morreu na sua casa de Cagnes, aos 78 anos.
Fonte: UOL Educação
«Auto-Retrato»
Renoir
«A Parisiense»
Renoir
«A Ponte das Artes, Paris»
Renoir
«Diana»
Renoir
«Mulher de Argel»
Renoir
«Palhaço»
«Ponte Nova, Paris»
Renoir
«Pousada da Mãe Antónia»
Renoir
«PINTURA IMPRESSIONISTA»
PIERRE-AUGUSTE RENOIR
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
LITERATURA - DAVID MOURÃO-FERREIRA
David de Jesus Mourão-Ferreira, poeta e escritor português, nasceu em Lisboa no dia 24 de Fevereiro de 1927. Foi um dos grandes poetas contemporâneos do séc. XX. Entre as muitas participações em jornais, com destaque para a «Seara Nova» e o «Diário Popular», foi um dos fundadores da revista «Távola Redonda». Depois do 25 de Abril exerceu o cargo de director do jornal «A Capital» e foi autor de alguns programas de televisão, de que se destacou o programa «Imagens da Poesia Europeia» na RTP. Condecorado com o grau de Grande Oficial pela «Ordem de Santiago da Espada» em 1981, recebeu em 1996 o prémio de «Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores», e neste mesmo ano recebeu a Grã-Cruz da «Ordem de Santiago da Espada». Faleceu em Lisboa a 16 de Junho de 1996.
Poet'anarquistaDavid Mourão-Ferreira
Poeta e Escritor Português
BREVE BIOGRAFIA
Escritor português (Lisboa, 24.2.1927 – Lisboa, 16.6.1996): poeta, ficcionista, tradutor, dramaturgo, ensaísta, cronista, crítico literário, conferencista, professor. Licenciou-se em Filologia Românica (1951) com a tese «Três Coordenadas na Poesia de Sá de Miranda», pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Integrou os corpos redactoriais das revistas Seara Nova e Graal (1956-1957). Teve a seu cargo a rubrica de crítica de poesia no Diário Popular (1954-1957). A partir desse ano exerceu funções docentes na Faculdade de Letras como assistente, tendo desenvolvido um excepcional trabalho de organização e regência da recém-criada cadeira de Teoria da Literatura, onde desenvolve estudos pioneiros, entre nós, sobre o new criticism.
Desempenhou as funções de Secretário Geral da Sociedade Portuguesa de Autores (1965-1974), dirigiu o diário A Capital (1974-1975). Exerceu em três governos o cargo de Secretário de Estado da Cultura (1976-1979), foi vice-presidente da Association Internationale des Critiques Littéraires (1984-1992), presidente da Associação Portuguesa de Escritores (1984-1986) e do Pen Club Português (1991).
Foi director do Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas da Fundação Calouste Gulbenkian (1981-1996), bem como da revista Colóquio-Letras (1984-1996) propriedade da mesma instituição. Sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa (onde sucedeu a Vitorino Nemésio na cadeira nº 23). Sócio-Correspondente da Academia Brasileira de Letras.
Membro titular da Académie Européenne de Paris, viria também a ser agraciado com as mais prestigiosas condecorações de Portugal, do Brasil e da França. O nome de David Mourão-Ferreira ficaria também ligado ao de Amália Rodrigues que interpretou cerca de duas dezenas dos seus poemas.
Fonte: LAROUSSE
NÓS TEMOS CINCO SENTIDOS
Nós temos cinco sentidos:
são dois pares e meio de asas.
- Como quereis o equilíbrio?
David Mourão Ferreira
NOCTURNO
O desenho
redondo do teu seio
Tornava-te mais cálida, mais nua
Quando eu pensava nele...Imaginei-o,
À beira-mar, de noite, havendo lua...
Talvez a espuma, vindo, conseguisse
Ornar-te o busto de uma renda leve
E a lua, ao ver-te nua, descobrisse,
Em ti, a branca irmã que nunca teve...
Pelo que no teu colo há de suspenso,
Te supunham as ondas uma delas...
Todo o teu corpo, iluminado, tenso,
Era um convite lúcido às estrelas....
Imaginei-te assim á beira-mar,
Só porque o nosso quarto era tão estreito...
- E, sonolento, deixo-me afogar
No desenho redondo do teu peito...
David Mourão Ferreira
A BOCA AS BOCAS
Apenas
uma boca. A tua Boca
Apenas outra , a outra tua boca
É Primavera e ri a tua boca
De ser Agosto já na outra boca
Entre uma e outra voga a minha boca
E pouco a pouco a polpa de uma boca
Inda há pouco na popa em minha boca
É já na proa a polpa de outra boca.
Sabe a laranja a casca de uma boca
Sabe a morango a noz da outra boca
Mas sabe entretanto a minha boca
Que apenas vai sentindo em sua boca
Mais rouca do que a boca a minha boca
Mais louca do que a boca a tua boca.
David Mourão-Ferreira
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
MÚSICA - FRIEDRICH HANDEL
O célebre compositor Georg Friedrich Handel nasceu em Halle (Alemanha), a 23 de Fevereiro de 1685, mas acabou por se naturalizar cidadão britânico em 1726, vindo a falecer em Londres no dia 14 de Abril de 1759. Grande violinista e maestro de orquestra, tinha uma enorme facilidade para compor, como se pode comprovar nas mais de 600 obras que nos deixou, muitas delas de grande extensão e complexidade. É considerado um dos grandes mestres da música barroca europeia.
Poet'anarquistaFriedrich Handel
Compositor Alemão Naturalizado Inglês
BREVE BIOGRAFIA
Handel foi um compositor do barroco e nasceu no norte da Alemanha, em Halle an der Saale, sendo filho de um barbeiro e cirurgião. O pai quis fazer dele um advogado, contudo, ao observar o interesse de Handel pela música, que estudava em sigilo, mudou de idéias e dispôs-se a financiar os seus estudos de música. Dessa forma, Handel tornou-se aluno do principal organista de Halle, e, aos dezessete anos, foi nomeado organista da catedral calvinista.
Um ano depois, Handel mudou-se para Hamburgo, onde foi admitido como violinista e clavicordista da orquestra da ópera.
Em 1705, a sua primeira ópera, «Almira», era apresentada. Logo em seguida, aceitou um convite para viajar até Itália, onde passou mais três anos. As suas obras foram apresentadas em Florença, Roma, Nápoles e Veneza e, simultâneamente, Handel escreveu outras peças, influenciado pela música daquele país.
Em 1710, Handel regressa à Alemanha e torna-se director da orquestra da corte de Hannover. Um ano depois, apresenta em Londres a sua ópera «Rinaldo». Devido a grande popularidade que teve com esta ópera, estabelece-se na Inglaterra. Recebe lá a missão de criar um teatro real de ópera, que seria conhecido também como a «Royal Academy of Music». Foram escritas 14 óperas para essa academia entre 1720 e 1728, que lhe deu grande fama em toda a Europa.
De 1740 em diante, Handel passa a dedicar-se mais à composição de oratórios, entre os quais «O Messias e Judas Macabeu».
Handel faleceu em 1759, em Londres, oito anos após ter ficado cego de um olho, e mais tarde de ambos.
As suas magníficas obras incluem 32 oratórios, 40 óperas, 110 cantatas, 20 concertos, 39 sonatas, fugas, suítes, obras sacras para missas e obras orquestrais, entre um total de mais de 600 composições.
Fonte: moo.biografia
HALLELUJAH CHORUS - «MESSIAS»
FRIEDRICH HANDEL
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