«Como se à Noite o Mar...»
A Noite Chega/ Anna Wainright
1119- «COMO SE À NOITE O MAR…»
numa estranha rota iluminada
deixasse livre o sonho esvoaçar:
os rostos que se foram, em parada,
em silêncio nos vêm visitar.
sob chuva distante e torturada
que na nossa tristeza deixa os sais,
rostos amados na sua desfilada,
vão-nos dizendo devagar: jamais!
como se à noite o mar…
me forçasse a perguntar, oh mágoa,
nesta fria margem de ilusão
porque correm os dias como água,
se não passam nem nunca passarão?
silente carícia de uma ignota mão
que marcas nas faces o signo da lua
abre-me a alma, fecha-me a razão
dá-me aquela Presença que é só Tua.
Adalberto Alves
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