Foi num dia de Novembro que a alma decidida resolveu viajar no tempo. Catorze anos era tempo demais, e o tempo não se compadece com as coisas da alma. Felizmente que tudo acabou em bem!
Bomer Amigo
João Paulo Galhardas
Novembro, Dia Da Graça Do Ano 2007
Libertando a Emoção
Vou apressado sem paz ou sossego
Nessa estrada de árvores ladeada,
Procurando vencer este medo...
Que sei, não me leva a nada!
Chego ao solar antigo
Invadindo propriedade alheia…
Não está ninguém comigo,
Só o espaço que me rodeia.
Toco o sino em alvoroço
Num gesto de agitação…
Preciso encontrar esse poço
E libertar minha emoção!
Matias José
Os Cães
Dois cães com um olhar estranho
Quando rodo para nascente,
Olhando para mim fixamente...
Estão ali, não é um sonho!
Deito joelhos em terra
Num gesto de submissão,
Rebolam-se perto no chão...
Estão ali à minha espera.
Vejo o muro circular
Mesmo ali na minha frente!...
Ergo o corpo com a mente,
Dirijo-me para esse lugar.
Matias José
Para lá do Muro
Trepo o muro com ansiedade,
Logo em frente o poço maldito!
Meu corpo fraqueja aflito…
Cai em mim eterna saudade!
Choro! Convulsivamente choro…
Grito aos céus os meus tormentos,
Os cães uivam em seus lamentos...
Chamo por ti, por ti imploro!
Catorze anos é muito tempo
Para fazer o luto final?...
Deito terra no firmamento,
Morre comigo esse mal!?
Matias José
Trepo o muro com ansiedade,
Logo em frente o poço maldito!
Meu corpo fraqueja aflito…
Cai em mim eterna saudade!
Choro! Convulsivamente choro…
Grito aos céus os meus tormentos,
Os cães uivam em seus lamentos...
Chamo por ti, por ti imploro!
Catorze anos é muito tempo
Para fazer o luto final?...
Deito terra no firmamento,
Morre comigo esse mal!?
Matias José
O Regresso
Sento-me no carro e suspiro!...
Com os cães a meu lado,
Recebem de mim um afago...
Vou-me embora deste retiro!
Na estrada de regresso
De árvores belas ladeada,
A alma flui assim do nada
No caminho do sucesso!
Parto em direcção à cidade
Onde o meu filho me aguarda.
Outro dia, nova alvorada…
Para sempre a eterna saudade!!!
Matias José
3 comentários:
Até me arrepiei ao ler as quatro poesias porque sei do que Matias José fala. Como devem ter sido dolorosos esses 14 anos caro amigo!
Um beijinho
Maria
Não pensei que fosse possível contar assim uma história em poesia mas está muito bem contada.
Parabéns!
Felicidades para o poeta e para as suas poesias é quanto mais lhe desejo. Tocou-me muito o que li. Obrigado!
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