quinta-feira, 14 de outubro de 2010

MARTIN LUTHER KING JR.

Martin Luther King, o mais jovem "Prémio Nobel da Paz" a 14 de Outubro de 1964.
Poet'anarquista

Martin Luther King
Activista Estado-Unidense

Martin McLuther King , Jr. (Atlanta, 15 de janeiro de 1929 — Memphis, 4 de abril de 1968) foi um pastor protestante e activista político estado-unidense. Tornou-se um dos mais importantes líderes do activismo pelos direitos civis nos Estados Unidos e no mundo, através de uma campanha de não-violência e de amor para com o próximo. Tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Prémio Nobel da Paz em 14 de Outubro de 1964, pouco antes do seu assassinato. O seu discurso mais famoso e que ficou para a história, começou assim: "Eu Tenho Um Sonho".

Martin Luther King 
"Eu Tenho Um Sonho"

ACTIVISMO POLÍTICO

Em 1955, Rosa Parks, uma mulher negra, negou-se a dar seu lugar num auto-carro para uma mulher branca, e foi presa. Os líderes negros da cidade organizaram um boicote aos auto-carros de Montgomery para protestar contra a segregação racial em vigor no transporte. Durante a campanha de 381 dias, co-liderada por King, muitas ameaças foram feitas contra a sua vida, foi preso e viu a sua casa ser atacada. O boicote foi encerrado com a decisão da Suprema Corte Americana em tornar ilegal a discriminação racial em transportes públicos.

Depois dessa batalha, Martin Luther King participou na fundação da Conferência de Liderança Cristã do Sul (CLCS, ou em inglês, SCLC, Southern Christian Leadership Conference), em 1957. A CLCS deveria organizar o activismo em torno da questão dos direitos civis. King manteve-se à frente da CLCS até à sua morte, o que foi criticado pelo mais democrático e mais radical Comité Não-Violento de Coordenação Estudantil (CNVCE, ou em inglês, SNCC, Student Nonviolent Coordinating Committee). O CLCS era composto principalmente por comunidades negras ligadas a igrejas baptistas. King era seguidor das ideias de desobediência civil não-violenta preconizadas por Mohandas Gandhi (líder político indiano também conhecido como Mahatma Gandhi), e aplicava essas ideias nos protestos organizados pelo CLCS. King acertadamente previu que manifestações organizadas e não-violentas contra o sistema de segregação predominante no sul dos EUA, atacadas de modo violento por autoridades racistas e com ampla cobertura dos mídia, iriam criar uma opinião pública favorável ao cumprimento dos direitos civis; e essa foi a acção fundamental que fez do debate acerca dos direitos civis, o principal assunto político nos EUA a partir do começo da década de 1960.

Martin Luther King Jr. profere o seu famoso discurso "Eu tenho um sonho" em março de 1963 frente ao Memorial Lincoln em Washington, durante a chamada "marcha pelo emprego e pela liberdade".
 
Organizou e liderou marchas a fim de conseguir o direito ao voto, o fim da segregação, o fim das discriminações no trabalho e outros direitos civis básicos. A maior parte destes direitos foi, mais tarde, agregada à lei estado-unidense com a aprovação da Lei de Direitos Civis (1964), e da Lei de Direitos Eleitorais (1965).

King e o CLCS escolheram com grande acerto os princípios do protesto não-violento, ainda que como meio de provocar e irritar as autoridades racistas dos locais onde se davam os protestos - invariavelmente estes últimos retaliavam de forma violenta. O CLCS também participou nos protestos em Alabany (1961-2), que não tiveram sucesso devido a divisões no seio da comunidade negra e também pela reacção prudente das autoridades locais; a seguir participou nos protestos em Birmingham (1963), e do protesto em St. Augustine (1964). King, o CLCS e o CNVCE uniram forças em dezembro de 1964, no protesto ocorrido na cidade de Selma.

Em 14 de outubro de 1964 King tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Nobel da Paz, que lhe foi outorgado em reconhecimento à sua liderança na resistência não-violenta e pelo fim do preconceito racial nos Estados Unidos.

Com colaboração parcial do CNVCE, King e o CLCS tentaram organizar uma marcha desde Selma até à capital do Alabama, Montgomery, a ter início dia 25 de março de 1965. Já haviam ocorrido duas tentativas de promover esta marcha, a primeira em 7 de março e a segunda em 9 de março.

Na primeira, marcharam 525 pessoas por apenas 6 blocos; a intervenção violenta da polícia interrompeu a marcha. As imagens da violência foram transmitidas para todo o país, e o dia ganhou o apelido de Domingo Sangrento. King não participou desta marcha: encontrava-se em negociações com o presidente estado-unidense, e não deu a sua aprovação para a marcha tão precoce.

A segunda marcha foi interrompida por King nas proximidades da ponte Pettus, nos arredores de Selma, uma acção que parece ter sido negociada antecipadamente com líderes das cidades seguintes. Este acto tresloucado causou surpresa e indignação de muitos activistas locais.

A marcha finalmente completou-se na terceira tentativa (25 de março de 1965), com a permissão e apoio do presidente Lyndon Johnson. Foi durante esta marcha que Stokely Carmichael (futuro líder dos Panteras Negras) criou a expressão "Black Power".

Antes, em 1963, King foi um dos organizadores da marcha em Washington, que inicialmente deveria ser uma marcha de protesto, mas depois de discussões com o então presidente John F. Kennedy, tornou-se quase  uma celebração das conquistas do movimento negro (e do governo) - o que irritou bastante activistas mais radicais e menos ingénuos.

A partir de 1965 o líder negro passou a duvidar das intenções estado-unidenses na Guerra do Vietname. Em fevereiro e novamente em abril de 1967, King fez sérias críticas ao papel que os EUA desempenhavam na guerra. Em 1968 King e o SCLC organizaram uma campanha por justiça sócio-económica, contra a pobreza (a Campanha dos Pobres), que tinha por objetivo principal garantir ajuda para as comunidades mais pobres do país.

Também deve ser destacado o impacto que King teve nos espectáculos de entretenimento popular. Conversou com a actriz negra do seriado Star Trek original, Nichelle Nichols, quando esta ameaçava sair do programa. Nichelle acreditava que o papel não estava ajudando em nada a sua carreira e que o estúdio a tratava mal, mas King convenceu-a de que era importante para o negro ter um representante num dos programas mais populares da televisão.

Martin Luther King era odiado por muitos segregacionistas do sul, o que culminou no seu assassinato no dia 4 de abril de 1968, momentos antes de uma marcha, num hotel da cidade de Memphis. James Earl Ray confessou o crime, mas anos depois repudiou sua confissão. A viúva de King, Coretta Scott King, junto com a restante família do líder, venceu um processo civil contra Loyd Jowers, um homem que armou um escândalo ao dizer que lhe tinham oferecido 100 mil dólares pelo assassinato de King.

Em 1986 foi estabelecido um feriado nacional nos Estados Unidos para homenagear Martin Luther King, o chamado Dia de Martin Luther King - sempre na terceira segunda-feira do mês de janeiro, data próxima ao aniversário de King. Em 1993, pela primeira vez, o feriado foi cumprido em todos os estados do país.
Fonte: Wikipédia 

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