Hoje, dia 17 de Outubro de 2010, tem lugar um encontro de poetas populares, que vai acontecer em Ferreira de Capelins. Também neste dia terá lugar a abertura de uma exposição de fotografia, subordinada ao tema "Pobreza e Exclusão Social".
Fonte: CMAlandroal
Ano Europeu 2010
Combate à Pobreza e Exclusão Social
POESIA
A propósito do encontro de poetas populares que hoje irá ter lugar em Ferreira de Capelins, Poet'anarquista associa-se ao evento "Ano Europeu 2010 do Combate à Pobreza e Exclusão Social", prestando homenagem a um grande poeta popular desta aldeia do concelho do Alandroal, Manuel Inácio Veladas, mais conhecido por "Ti Limpas", com a publicação de umas décimas do poeta, a partir do mote de um poema de Manuel Alegre.
Poet'anarquista
Poeta Popular
Ti Limpas
DÉCIMAS
Mote
Pergunto ao vento que passa
Notícias do meu país
O vento cala a desgraça
O vento nada me diz
O vento cala a desgraça
O vento nada me diz
Manuel Alegre
Glosas
1ª
Este mote ouvi um dia
Numa canção bem cantada
E por mim considerada
Das mais lindas que eu ouvia.
Quem fez esta poesia
Via o futuro sem ter graça,
Sem algo que o satisfaça
No seu exílio infernal,
Notícias de Portugal,
Pergunto ao vento que passa.
2ª
Sofreu, não desesperou
Dum sofrimento tão vil,
Mas o 25 de Abril
Afinal sempre chegou.
Satisfeito regressou
Considerou-se feliz
Por ver o que sempre quis
- Em Portugal nova aurora –
Perguntava a toda a hora
Notícias do meu país.
3ª
Dizia Manuel Alegre
No seu exílio sombrio:
Se morrer, morro com brio
Sem que à tristeza me entregue,
Por muito que alheio navegue
Sou quem o exílio abraça,
Julgo o vento de má raça
Porque o é, infelizmente.
De quem sofre injustamente,
O vento cala a desgraça.
4ª
Sofreu com brio e coragem
Esperava a todo o momento
Que até o próprio vento
Lhe levasse uma mensagem.
Não o quero em desvantagem,
- Ponham-se as pintas nos iis! –
Não sejamos imbecis
Deixemos de hipocrisia,
Lembrai-vos quando ele dizia
O vento nada me diz!
Este mote ouvi um dia
Numa canção bem cantada
E por mim considerada
Das mais lindas que eu ouvia.
Quem fez esta poesia
Via o futuro sem ter graça,
Sem algo que o satisfaça
No seu exílio infernal,
Notícias de Portugal,
Pergunto ao vento que passa.
2ª
Sofreu, não desesperou
Dum sofrimento tão vil,
Mas o 25 de Abril
Afinal sempre chegou.
Satisfeito regressou
Considerou-se feliz
Por ver o que sempre quis
- Em Portugal nova aurora –
Perguntava a toda a hora
Notícias do meu país.
3ª
Dizia Manuel Alegre
No seu exílio sombrio:
Se morrer, morro com brio
Sem que à tristeza me entregue,
Por muito que alheio navegue
Sou quem o exílio abraça,
Julgo o vento de má raça
Porque o é, infelizmente.
De quem sofre injustamente,
O vento cala a desgraça.
4ª
Sofreu com brio e coragem
Esperava a todo o momento
Que até o próprio vento
Lhe levasse uma mensagem.
Não o quero em desvantagem,
- Ponham-se as pintas nos iis! –
Não sejamos imbecis
Deixemos de hipocrisia,
Lembrai-vos quando ele dizia
O vento nada me diz!
Ti Limpas
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