21 de Maio de 2012 - O escritor brasileiro Dalton Jérson Trevisan foi hoje agraciado com o Prémio Camões 2012. Famoso pelos seus extraordinários livros de contos, em especial «O Vampiro de Curitiba», é no entanto pouco conhecido do grande público. A isso talvez se deva a personalidade um pouco anti-social do escritor, que vive grandes períodos de tempo em reclusão. Trevisan prefere o anonimato às luzes da ribalta, e penso que essa atitude nos merece a todos o maior respeito. Não deixo porém, anonimamente, de o felicitar por esta importante distinção como é o prestigiado Prémio Camões. Viva a Literatura!
Poet'anarquista
Dalton Trevisan
Escritor Brasileiro
PRÉMIO CAMÕES 2012
Dalton Trevisan foi distinguido com o Prémio Camões, no
valor de cem mil euros, anunciou hoje em Lisboa o secretário de Estado da
Cultura, Francisco José Viegas.
A atribuição do Prémio ao autor de "O Vampiro de
Curitiba" foi feita por unanimidade.
O júri destaca a obra sem concessões à vida social do
escritor, que se distinguiu, em particular, na arte do conto.
«Vozes do Retrato - Quinze Histórias de Mentiras e
Verdades» (1998), «O Maníaco do Olho Verde» (2008), «Violetas e Pavões» (2009), «Desgracida» (2010) e «O
Anão e a Ninfeta» (2011) são algumas das suas últimas obras.
«Cemitério de Elefantes» foi uma das primeiras
obras do escritor editadas em Portugal, pela Relógio d'Água, na década de 1980.
O Prémio Camões foi instituído em 1988 pelos Governos de Portugal
e do Brasil e, segundo o texto do protocolo constituinte, consagra anualmente «um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra,
tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da
língua comum».
O júri desta 24.ª edição do Prémio é formado por Alcir
Pécora, da Universidade de Campinas, no Brasil, Rosa Martelo, da Faculdade de
Letras do Porto, Abel Barros Baptista, da Faculdade de Ciências Sociais e
Humanas de Lisboa, a poetisa angolana Ana Paula Tavares, o escritor moçambicano
João Paulo Borges Coelho, e o crítico, ensaísta e escritor brasileiro Silviano
Santiago.
Ana Paula Tavares e Rosa Martelo fizeram também parte do
júri do ano passado que distinguiu o poeta Manuel António Pina, o décimo
português que recebeu o galardão.
O escritor Miguel Torga foi o primeiro galardoado, em 1989.
Desde então foram já distinguidas 23 personalidades e apenas uma, o escritor
angolano José Luandino Vieira recusou o Prémio, em 2006.
Na lista de distinguidos por país, a Portugal com dez
distinguidos, segue-se o Brasil com nove personalidades, entre elas, Jorge
Amado, Lygia Fagundes Telles e Rubem Fonseca.
Da lista de premiados constam ainda o poeta moçambicano José
Craveirinha distinguido em 1993, o escritor angolano Pepetela, em 1997, e o
cabo-verdiano Arménio Vieira, em 2009.
O júri reúne e anuncia o distinguido, intercaladamente, em
Portugal e no Brasil. Era esperada a entrega do Prémio a um autor brasileiro,
ou a um autor de um país africano de língua portuguesa, depois de o poeta
português Manuel António Pina ter sido distinguido em 2011.
Fonte: DNArtes
Dalton Trevisan
«O Vampiro de Curitiba»
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