O poeta português Sebastião da Gama, também conhecido por «Poeta da Arrábida», faleceu a 7 de Fevereiro de 1952. Publicam-se hoje três poemas de sua autoria: «Pelo Sonho é que Vamos», «Cantilena» e «Madrigal». Consultar aqui- «POESIA
- SEBASTIÃO DA GAMA» e aqui- «PINTURA
versus POESIA - DOMINGO DE PÁSCOA» sobre vida e obra deste autor português, poeta e professor. Boas leituras!
Poet'anarquista
Sebastião da Gama
Poeta Português
PELO SONHO É QUE VAMOS
Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos,
basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
─ Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama
CANTILENA
Cortaram as asas
ao rouxinol
Rouxinol sem asas
não pode voar.
Quebraram-te o bico,
rouxinol!
Rouxinol sem bico
não pode cantar.
Que ao menos a Noite
ninguém, rouxinol!,
ta queira roubar.
Rouxinol sem Noite
não pode viver.
Sebastião da Gama
MADRIGAL
A minha história é simples.
A tua, meu Amor,
é bem mais simples ainda:
"Era uma vez uma flor.
Nasceu à beira de um Poeta..."
Vês como é simples e linda?
(O resto conto depois;
mas tão a sós, tão de manso
que só escutemos os dois).
Sebastião da Gama
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