quarta-feira, 11 de setembro de 2013

«LUTA», POR ANTERO DE QUENTAL

No dia 11 de Setembro de 1891, falecia o poeta português Antero de Quental. Pode ler aqui- «POESIA - ANTERO DE QUENTAL», e ainda aqui- «ANTERO DE QUENTAL», sobre vida e obra de um dos mais importantes autores portugueses do séc. XIX. «Luta», soneto que hoje se publica prestando homenagem ao escritor neste espaço de arte e poesia. Boa leitura!
Poet'anarquista
Antero de Quental
Poeta Português

LUTA

Fluxo e refluxo eterno... 
João de Deus. 

Dorme a noite encostada nas colinas. 
Como um sonho de paz e esquecimento 
Desponta a lua. Adormeceu o vento, 
Adormeceram vales e campinas... 

Mas a mim, cheia de atracções divinas, 
Dá-me a noite rebate ao pensamento. 
Sinto em volta de mim, tropel nevoento, 
Os Destinos e as Almas peregrinas! 

Insondável problema!... Apavorado 
Recúa o pensamento!... E já prostrado 
E estúpido á força de fadiga, 

Fito inconsciente as sombras visionárias, 
Enquanto pelas praias solitárias 
Ecoa, ó mar, a tua voz antiga. 

Antero de Quental

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