sábado, 12 de dezembro de 2015

OUTROS CONTOS

«O Mote», conto poético por Matias José.

«O Mote»
Décimas por Matias José

684- «O MOTE»

A matutar num mote
Pra poder desenvolver,
Caiu-me este em sorte...
Que mais posso querer?

Glosas

I
A décima popular
Prodígio d' arquitectura,
É uma arte pura
No cordel a desfilar.
A sua forma d’entoar
Que nunca se esgote,
Não há nada que corte
A raiz ao pensamento…
Estou neste momento
A matutar num mote.

II 
Uma arte superior
Acessível a poucos…
A escrita, é de loucos,
Quando feita com amor.
O poeta fazedor
Mostra então o seu saber,
Sempre pronto a escrever
Se o mote o seduz…
Até que se faça luz
Pra poder desenvolver.

III
A quadra marca o ritmo
À décima com métrica,
A sua rima esotérica
Um verdadeiro biorritmo!
O seu compasso óptimo
Não é fraco nem forte,
Pra que bem se note
Construído com esmero…
Era um mote sincero,
Caiu-me este em sorte!

IV 
Talvez certa magia
Só ao alcance dos Deuses…?
Alentejanos… portugueses,
Com muita sabedoria!
Vão compondo a poesia
Sem nunca esmorecer,
Tudo pode acontecer
Neste cantinho do mundo…
Pergunto-me, sortudo:
Que mais posso querer?

Matias José

2 comentários:

Anónimo disse...

Como peixe na água.....

Anónimo disse...

Boas, amigo, muito boas e boas festa para ti e família.