sexta-feira, 6 de outubro de 2017

EM MEMÓRIA DE UMA AMIGA

Amiga Maria Isabel
Em Memória

Mote

Vai-se uma luz, outra existe,
Nova aurora nos seduz;
Deve ser muito mais triste,
A gente deixar a luz.

António Aleixo

Glosas

Tudo tem um início
Mas nada é imortal…
Amiga, não leves a mal,
Escrevo com *Sacrifício.
As palavras são meu ofício
E o coração não lhes resiste,
O poeta não desiste
De as querer imortalizar...
Nada pode sempre durar,
Vai-se uma luz, outra existe.

Por não nos ser possível
Viver eternamente,
Iludimos a própria mente
Ao crer no impossível.
Um amor insubstituível
A cinza ou pó se reduz,
Carregamos essa cruz
Sentindo o peso da dor…
Faça frio ou calor,
Nova aurora nos seduz.

Se aperta a saudade
Do tempo de criança,
Vem logo à lembrança
Aquela santa bondade.
Emanavas tranquilidade
A tudo sempre acudiste,
Nunca me desiludiste
Quando de ti precisei…
Viver sem isso, pensei,
Deve ser muito mais triste.

Chegado então o dia
Da nossa separação,
Falou-me o coração
Que a vida de ti fugia.
Baixando à cova fria
Onde o sol não reluz,
Perder nunca supus
Que podia acontecer…
Pior que pode suceder,
A gente deixar a luz!

Kabé 
*Sacrifício - Dor

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