quarta-feira, 1 de outubro de 2014

OUTROS CONTOS

«Uma Árvore, um Rochedo, uma Nuvem», por Carson McCullers.

«Uma Árvore, um Rochedo, uma Nuvem»
Conto de Carson McCullers

285- «UMA ÁRVORE, UM ROCHEDO, UMA NUVEM»

Nessa manhã, chovia e estava ainda escuro. Quando o rapaz passou pelo café ambulante(1), chegara quase ao fim do seu caminho, e entrou para tomar uma chávena de café. O estabelecimento, aberto a noite toda, pertencia a um homem azedo e mesquinho, chamado Leo. Depois da rua, agreste e vazia, o café parecia acolhedor e resplandecente: ao longo do balcão havia um par de soldados, três operári­os da fiação e, a um canto, um homem curvado para diante e com o nariz e parte da cara metidos numa caneca de cer­veja. O rapaz trazia um carapuço como usam os aviadores. Quando entrou no café, desapertou a presilha e levantou a aba direita para cima da orelhita vermelha; muitas vezes, ao beber o seu café, alguém lhe dirigia amigavelmente a palavra. Mas, nesta manhã, nem Leo lhe olhou para a cara, nem qualquer dos homens estava falando. Pagou e ia a sair do café, quando uma voz gritou por ele:

- Ó filho! Eh filho!

Voltou-se, e o homem do canto chamava-o com um dedo e abanando a cabeça. Tirara a cara da caneca de cerveja e, de súbito, parecia sentir-se muito feliz. O homem era alto e pálido, narigudo, de cabelo ruivo descorado.

- Eh filho!

O rapaz dirigiu-se para ele. Era um rapaz pouco desen­volvido, de uns doze anos, com um dos ombros mais alto do que o outro, por causa do peso da saca dos jornais. O rosto era vulgar, sardento, e os olhos eram redondos olhos infantis.

- O senhor chamou?

O homem pôs a mão no ombro do garoto dos jornais, depois agarrou-lhe o queixo e voltou-lhe, devagar, a cara de um lado para o outro. O rapaz recuou, perturbado.

- Então, que é lá isso?

A voz do rapaz era aguda; e no interior do café reinou, subitamente, um grande silêncio.

O homem disse devagar:

- Gosto de ti.

Ao longo do balcão, os homens riram-se. O rapaz, car­rancudo e desviado, não sabia que fazer. Olhou por cima do balcão para Leo, e Leo observava-o com um vago e cansado ar de troça. O rapaz tentou rir também. Mas o homem ficara sério e triste.

- Eu não queria «entrar» contigo, meu filho - disse. - Senta-te e bebe uma cerveja. Há uma coisa que eu pre­ciso de explicar.

Cautelosamente, com o rabo do olho, o ardina inter­rogou os homens do balcão, para ver o que deveria fazer. Mas haviam voltado às suas cervejas ou aos almoços e não repararam. Leo pôs no balcão uma chávena de café e uma leiteirinha.

- É menor - disse Leo.

O garoto dos jornais içou-se para o banco. A orelha do lado da aba levantada do carapuço era muito pequena e estava rubra. O homem acenava-lhe com a cabeça, grave­mente.

- É importante. - E levou a mão ao bolso traseiro das calças, tirando qualquer coisa que segurou na palma da mão, para o rapaz ver. - Olha com muita atenção.

O rapaz fitou aquilo, mas nada havia que ver com muita atenção. Na mão grande e encardida, o homem segurava uma fotografia. O rosto de uma mulher, mas esmaecido, a ponto de só o chapéu e o vestido que usava sobressaírem claramente.

- Vês? - perguntou o homem.

O rapaz acenou que sim, e o homem pôs na palma da mão outro retrato. A mulher estava em fato de banho, numa praia. O fato fazia-lhe o estômago muito saído e era, princi­palmente, o que se notava.

- Olhaste bem? - e, debruçando-se para mais perto, acabou por perguntar: - Já a viste alguma vez?

O rapaz não se mexia no banco, fitando de esguelha o homem.

- Não, que eu saiba.

- Muito bem. O homem soprou as fotografias e voltou aguardá-las na algibeira. - Era minha mulher.

- Morreu? - perguntou o rapaz.

Vagarosamente, o homem abanou a cabeça. Franziu os lábios como se para assobiar e respondeu num prolongado suspiro:

- Huuuuum... Eu explico.

A cerveja no balcão, em frente do homem, estava numa grande caneca castanha. Não a levantava para beber. Pelo contrário, curvava-se e, pondo a cara em cima da borda, ficava assim um momento. Depois, com as mãos, voltava a caneca e beberricava.

- Uma destas noites você adormece com a narigueta nacaneca e afoga-se - disse Leo. - «Ilustre viandante, afoga-se em cerveja.» Que linda morte!

O ardina tentou fazer sinal a Leo. Enquanto o homem não olhava, franziu a cara e com a boca procurou silenciosamente perguntar: Bêbado? - Mas Leo apenas ergueu o sobrolho e voltou-se para pôr umas rosadas fatias de presunto na chapa do fogão. O homem afastou de si a caneca, endireitou-se e pousou no balcão as mãos enclavinhadas. A expressão do rosto era triste, ao olharpara o ardina. Não pestanejava, só de vez em quando as pálpebras, com delicada gravidade, desciam sobre os olhos verdes claros. Quase amanhecia e o rapaz acomodou o peso da saca dos jornais. - Do que eu falo é de amor - disse o homem. - Cá para mim, é uma ciência.

O rapaz deixava-se escorregar do banco. Mas o homem ergueu o indicador e algo havia nele que prendia o rapaz e o não deixava ir-se embora.

- Há doze anos casei com essa mulher da fotografia. Foi minha mulher durante um ano, nove meses, três dias e duas noites. Amava-a. Sim... - e, afinando a voz incerta e divagadora, repetiu: - Amava-a. E pensava que ela gostava de mim. Eu era engenheiro dos caminhos de ferro. Não lhe faltava conforto e luxo. Nunca me passou pela cabeça que ela se não sentisse satisfeita. Mas sabes tu o que aconte­ceu?

- Miau!... - disse Leo.

O homem  não desviou os olhos da cara do rapaz. - Deixou-me. Uma noite, cheguei, a casa estava vazia, ela tinha-se ido embora. Deixou-me.

- Com outro tipo? - perguntou o rapaz.
Suavemente, o homem pôs a palma da mão no balcão. - Ó meu filho; naturalmente! Uma mulher não foge assim, sozinha.

O café estava sossegado e a chuva miudinha, escura e infinda, lá fora. Leo calcou o presunto que fritava, com os dentes do comprido garfo. - Pois tens então andado há onze anos atrás da borboleta, meu patife de uma figa!

Pela primeira vez, o homem lançou um olhar a Leo. - Faça-me o favor de não ser ordinário. Além de que eu não estou a falar consigo. - E voltou a dirigir-se ao rapaz numa meia voz segredada e confiante: - A gente não lhe dá atenção, O. K.?

O ardina acenou dubiamente.

- Foi assim - continuou o homem. - Sou uma pessoa que sente muitas coisas. Durante a vida inteira, uma e outra coisa me impressionou. O luar. As pernas de uma rapariga bonita. Uma coisa primeiro, outra depois. Mas o caso é que, quando gozava qualquer coisa, havia em mim a peculiar sensação de aquilo se demorar cá dentro. Nada parecia acabar ou acertar com as mais coisas. Mulheres? Tive a minha conta. Era o mesmo. Depois, aquilo ficava a vibrar em mim. É que eu era um homem que nunca tinha amado de verdade.

Muito devagar, fechou as pálpebras, e o gesto era como que o cair do pano num fim de acto de uma peça. Quando falou de novo, a voz excitara-se, e as palavras saíam rápi­das - e os lobos das suas orelhas grandes e moles pare­ciam tremer.

- Encontrei então esta mulher. Eu tinha cinquenta e um anos e ela dizia ter sempre trinta. Conheci-a numa esta­ção de serviço e casámos em três dias. E sabes como era aquilo? Isso é o que eu não sei dizer-te. Tudo o que eu jamais sentira se concentrou à volta desta mulher. Nunca mais tive as sensações à solta, todas acabavam nela.


O homem calou-se de súbito e esfregou o nariz com­prido. A voz desceu a um murmúrio regular e lamentoso: - Não estou a explicar bem. O que aconteceu foi isto. Ha­via dentro de mim esses sentimentos belos e pequenos prazeres vagos. E esta mulher foi para a minha alma como que um ponto de reunião. Através dela passei esses pedacinhos de mim e saí completo. Estás a perceber?

- Como se chamava ela? - perguntou o rapaz.

- Oh! - respondeu ele. - Eu chamava-lhe Dodo. Mas isso é irrelevante.

- Fez por que ela voltasse?

O homem parecia não ouvir. - Nestas circunstâncias, bem podes imaginar como eu fiquei, depois que ela me deixou.

Leo tirou o presunto do lume e dobrou duas fatias den­tro de um pãozinho. O rosto dele era terroso, com os olhos oblíquos, e um nariz torcido, marcado por suaves sombras azuladas. Um dos operários pediu, com um sinal, mais café, e Leo serviu-lho. Não dava de graça tais repetições. O operário da fiação comia ali todas as manhãs, mas Leo, quanto melhor conhecia os fregueses, mais rudemente os tratava. E mastigava o seu pão, como se a si próprio o re­gateasse.

- E nunca mais conseguiu apanhá-la?

O rapaz não sabia que pensar do homem, e o seu rosto infantil tinha uma expressão incerta, mista de curiosidade e dúvida. Era novo na venda; e ainda estranhava a rua, na madrugada singular e escura.

- Sim - disse o homem. - Tomei certas medidas para a fazer voltar. Andei a tentar localizá-la. Fui a Tulsa, onde ela tinha pessoas de família. E a Mobile. Fui a todas as terras a que ela alguma vez se referira, e procurei cada um dos homens que ela antes de mim conhecera. Tulsa, Atlanta, Chicago, Cheehaw, Memphis... O melhor de dois anos pas­sei eu a ver se a apanhava.

- Mas o par desaparecera da face da terra! - disse Leo.

- Não o ouças - disse o homem, em tom de confidência. - E  esquece também esses dois anos. Não importam. O que interessa é que, por volta do terceiro ano, me começou a acontecer uma coisa curiosa.

- O quê? - perguntou o rapaz.

O homem inclinou-se e tombou a caneca para beberricar um pouco de cerveja. Mas, ao pender sobre a caneca, as narinas vibraram ligeiramente; aspirou o cheiro acre da cerveja, e não bebeu. - Para começar, o amor é uma coisa curiosa. Primeiro, só pensava em fazê-la voltar. Era uma espécie de mania. Mas, à medida que o tempo passava, procurei lembrar-me dela. E sabes o que aconteceu?

- Não - respondeu o rapaz.

- Quando me deitei numa cama e fiz por pensar nela, o meu espírito estava em branco. Não era capaz de a ver. Bem pegava nos retratos. Não adiantava. Nem nada. Em branco. És capaz de imaginar isto?

- Eh, Mac! - clamou Leo para o extremo do balcão. - És capaz de imaginar o espírito deste pespego em branco?

Vagarosamente, como se enxotasse moscas com um leque, o homem adejou com a mão. Os olhos verdes con­centravam-se fixamente na carita inexpressiva do ardina.

- Mas, um caco de vidro encontrado no passeio. Ou  uma musiqueta de caixa de música. Uma sombra na parede, à noite. E eu lembrava-me. Podia acontecer na rua, que eu chorava ou dava com a cabeça num candeeiro. Estás a ver?

- Um caco de vidro... - repetiu o rapaz.

- Qualquer coisa. Punha-me a andar à volta, impotente para o como ou o quando lembrar-me dela. Pode a gente pensar que se defende como com um escudo. Mas o re­cordar não aparece a um homem, pela frente... Vem de es­guelha, pelos cantos. E eu estava à mercê de quanto via e ouvia. De repente, em vez de ser eu a passar o país inteiro a pente fino à procura dela, começou ela a perseguir-me na minha própria alma. Ela a perseguir-me, repara bem! E na minha alma.

O rapaz perguntou, então: - Em que região estava o senhor?


- Oh! - gemeu o homem. - Fiquei numa agonia mortal. Era como ter bexigas. Confesso, meu filho, que apanhei pielas. Que forniquei. Que cometi qualquer pecado que de repente me tentasse. Custa-me a confessar, mas confesso. E, quando me lembro dele, esse período enovela-se-me no espírito, de terrível que foi.

O homem deixou pender a cabeça e bateu com a testa no balcão. Alguns segundos ficou curvado nesta posição, com a nuca e o pescoço encordoado cobertos de pelagem alaranjada, e as mãos de longos dedos arqueados, palma contra palma, como que em oração. Depois, endireitou-se; sorria, e, subitamente, o rosto iluminado, estava trémulo e envelhecido.

- Foi no quinto ano que isso aconteceu. E assim começou a minha ciência.

A boca de Leo torceu-se, num sorriso pálido e azedo. - Ora, nenhum de vocês fica mais novo com o passar dos anos! - exclamou. E, numa fúria súbita, fez uma bola do pano da loiça que tinha na mão e atirou-o com força para o chão. - Seu Romeu sebento!

- Que aconteceu? - perguntou o rapaz.
A voz do velho veio aguda e clara: - Paz.
- Anh?

- É difícil de explicar cientificamente,  meu pequeno. Suponho que a elucidação lógica é que ela e eu havíamos fugido por tanto tempo um do outro, que, por fim, nos envencilhámos um no outro, repousámos, e pronto. Paz. Um vazio belo e estranho. Era na Primavera, em Portland, e a chuva caía todas as tardes. E, ao cair da noite, eu deixava-me ficar, no escuro, estendido na cama. E foi assim que a ciên­cia veio a mim.

As janelas do carro azulavam-se palidamente. Os dois soldados pagaram as cervejas e abriram a porta - um dos soldados penteou o cabelo e limpou as grevas enlameadas, antes de saírem. Os três operários da fiação curvavam-se, silenciosos sobre os seus almoços. O relógio de Leo tiquetaqueava na parede.

- É isto. Ouve com atenção. Meditei sobre o amor, e esclareci tudo. Vi claramente o que está errado. Os homens apaixonam-se pela primeira vez. E por quem se apaixonam eles?

A boca macia do garoto estava entreaberta; e o rapaz não respondeu.

- Por uma mulher - disse o velho. - Sem ciência, sem nada que os sustente, entregam-se à experiência mais perigosa e sagrada desta terra de Deus. Apaixonam-se por uma mulher. Não é isto verdade, meu filho?

- É... - respondeu murmuradamente o rapaz.

- Começam pelo lado errado do amor. Começam pelo mais alto. É para admirar a tão grande miséria resultante? Sabes como os homens deveriam amar?

O velho estendeu a mão e agarrou o rapaz pela gola da blusa de couro. Sacudiu-o suavemente, e os olhos verdes olhavam sem pestanejar, graves.

- Meu filho, sabes como o amor devia começar?

O rapaz fazia-se pequeno no banco, todo ouvidos, imóvel. E, devagar, abanou a cabeça. O velho chegou-se mais e segredou:
- Uma árvore. Um rochedo. Uma nuvem.

Lá fora, na rua, a chuva continuava: uma chuva delicada, pardacenta, infinda. O apito da fábrica soou a chamada das seis horas e os três fiandeiros pagaram e saíram. Não havia ninguém no café senão Leo, o velho e o pequeno ardina.

- O tempo estava em Portland como este - disse o velho. - Na altura em que a minha ciência começou. Meditei e iniciei-me com a maior cautela. Apanhava qualquer coisa na rua e levava-a comigo para casa. Comprei um peixe dou­rado, concentrei-me no peixe dourado, e amei-o. Formei-me de coisa para coisa. Dia a dia ia dominando a técnica. Na estrada de Portland para San Diego...

- Ai, cala-te! - berrou Leo, de súbito. - Cala-te! Cala-te!

O velho continuava a segurar o rapaz pela gola do blusão; tremia e o rosto estava severo, iluminado, impetu­oso. - De há seis anos para cá que tenho andado sozinho a construir a minha ciência. E agora, meu filho, sou um mestre. Sou capaz de amar seja o que for. Nem sequer já preciso pensar. Vejo uma rua cheia de gente, e uma claridade bela me penetra. Observo um pássaro no céu. Ou cruzo-me na estrada com alguém. Tudo, meu filho. Seja quem for. Desconhecidos e amados! Vês claramente o que pode significar uma ciência como a minha?

O rapaz mantinha-se muito direito, com as mãos forte­mente agarradas à borda do balcão. E acabou por pergun­tar: - E alguma vez chegou a encontrar a senhora?

- O quê? O que é que dizes?

- Eu quero dizer... - perguntou timidamente o rapaz -  alguma vez tornou a apaixonar-se por uma mulher?

O velho largou a gola da blusa do rapaz.

Desviou-se do pequeno, e pela primeira vez os seus olhos verdes tinham um brilho vago e perdido. Levantou do balcão a caneca, emborcou a cerveja. Abanou devagarinho a cabeça, de um lado para o outro. E, por fim, respondeu: - Não, meu rapaz. Bem vês que isso é o último grau da minha ciência. Avanço com cuidado. E ainda não estou perfeitamente apto.

- Bem! - disse Leo. - Bem, bem, bem!!

O velho parou, junto da porta aberta.-Lembra-te   -disse. Recortado ali, na luz cendrada e húmida da manhã que  vinha, parecia amachucado, gasto, frágil. Mas o sorriso era vivo. - Lembra-te de que te amo - afirmou num último aceno. E a porta fechou-se calmamente sobre ele.

Por largo tempo o rapaz não falou. Arrumou as repas de cabelo na testa, passeou o dedito indicador na borda da chávena vazia. Depois, sem olhar para Leo, acabou por perguntar:

- Estava bêbado?

- Não - respondeu Leo, secamente.

O rapaz elevou a sua voz límpida. - Então, era um morfinómano?

- Não.

O rapaz olhou para Leo. A carinha apagada tinha uma expressão desesperada, a voz era ansiosa e aguda. - Era doido? Acha que ele era maluco? - A voz do ardina desceu subitamente, com dúvida: - Leo? Ou não?

Mas Leo é que não lhe respondia. Leo havia catorze anos que dirigia um café nocturno, e tinha-se na conta de entendido em loucuras. Havia as figuras típicas da cidade e também os que passavam e vinham da noite até ali. Conhe­cia as manias deles todos. Mas não lhe apetecia satisfazer as interrogações da criança perplexa. Endurecendo a face pálida, ficou silencioso.

O rapaz puxou, pois, para baixo a aba do carapuço e, ao voltar-se para sair, emitiu o único comentário que lhe pareceu seguro, a única observação que não seria motivo de troça ou desprezo:

- Não há dúvida que ele viajou muito.

Carson McCullers
  

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