sábado, 8 de dezembro de 2012

MÚSICAS DO MUNDO

E as músicas de hoje são...
(8 de Dezembro de 1865, morre o compositor finlandês Jean Sibelius)

JEAN SIBELIUS - «Whosoever Hath a Love of Justice»

Poet'anarquista

(8 de Dezembro de 1943, nasce o cantor e poeta norte-americano Jim Morrison)

JIM MORRISON - «The Severed Garden»

Poet'anarquista

O JARDIM DECEPADO

Uau, eu estou farto de dúvidas
Vivo à luz de determinado
Sul
Cruéis associações.
Os servos têm o poder
Homem-cachorro e sua medíocre mulher
Puxando pobres mantas sobre
Nossos marinheiros

Estou farto de rostos melancólicos
Olhando para mim na TV
Torre, eu quero rosas no
Meu jardim, sacou?
Bebês reais, rubis
Devem agora substituir abortados
Estranhos na lama
Estes mutantes, alimentação sanguínea
Para a plantar o que foi arado.

Eles estão esperando para nos levar
Ao jardim reservado
Você sabe como é clara a devassa excitação
Chega a morte em uma hora estranha
Sem aviso prévio, não planejada
Como um assustando hóspede muito amigável você tenha
Levado para a cama
A morte faz de todos nós anjos
E nos dá asas
Onde tínhamos ombros
Suave como um corvo
Garras

Não há mais dinheiro, nem mais vestidos sofisticados
Este outro reino parece de longe o melhor
Até que outra mandíbula revela o incesto
E desobediência a lei vegetal.

Eu não vou
Prefiro festejar com amigos
À uma família gigante.

Jim Morrison

 (8 de Dezembro de 1980, morre o músico e compositor britânico John Lennon)

JOHN LENNON - «Nobody Told Me»

Poet'anarquista


NINGUÉM ME FALOU

Todo o mundo está falando e ninguém diz uma palavra
Todo o mundo está fazendo amor e ninguém realmente se preocupa
Há Nazistas no banheiro debaixo dos degraus
Sempre há algo acontecendo e nada acontece
Sempre há algo cozinhando e nada na panela
Eles estão famintos lá na China então termine o que você tem
Ninguém me falou que haveria dias como estes
Ninguém me falou que haveria dias como estes
Ninguém me falou que haveria dias como estes
Dias realmente estranhos--dias realmente estranhos

Todos estão correndo e ninguém faz um movimento
Todos são vencedores e não há mais nada para perder
Há um pequeno ídolo amarelo ao norte de Katmandu
Todos estão voando e ninguém deixa o chão
Todos estão chorando e ninguém faz um som
Há um lugar para nós nos filmes você só precisa se deitar por aí

Ninguém me falou que haveria dias como estes
Ninguém me falou que haveria dias como estes
Ninguém me falou que haveria dias como estes
Dias realmente estranhos--mais estranho, mamãe

Tods estão fumando e ninguém está se sentindo no céu
Tods estão voando e nunca tocam o céu
Há um ÓVNI em cima de Nova Iorque e não estou muito surpreso

Ninguém me falou que haveria dias como estes
Ninguém me falou que haveria dias como estes
Ninguém me falou que haveria dias como estes
Dias realmente estranhos--mais estranho, mamãe

John Lennon

(8 de Dezembro de 1994, morre o compositor Tom Jobim)

TOM JOBIM - «Águas de Março»

Poet'anarquista

ÁGUAS DE MARÇO

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol

É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira

É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumueira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira

É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto

É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé

São as águas de março fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Pau, pedra, fim, caminho
Resto, toco, pouco, sozinho
Caco, vidro, vida, sol, noite, morte, laço, anzol

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.

Tom Jobim

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