«O Charlatão»
Por Manel do Giro
A amiga Paula enviou-me a quadra que segue...
Mote
Sem que o discurso eu pedisse,
Ele falou, e eu escutei….
Gostei do que ele não disse,
Do que disse, não gostei!
António Aleixo
O resultado foi...
1380- «O CHARLATÃO»
Glosas
O sabichão gesticulava
Só ele mesmo se ouvia,
Não sei o que ele dizia
Ou do que é que falava.
Com suspeita pensava
Deve ser mais aldrabice,
Mas que grande chatice
Não se cala o aldrabão…
Começou a botar sermão
Sem que discurso eu pedisse.
Por demais aborrecido
Eu faço orelhas moucas,
Palavras são bem poucas
As que lhe dou ouvido.
Nada que diz faz sentido
Este palrador sem lei,
Do muito pouco que sei
Só revela ignorância…
Com toda a jactância
Ele falou, e eu escutei (…?...)
Algo então acertado
O charlatão resolve dizer…
A quem interesse saber,
Foi quando ficou calado.
Deus lhe conserve o estado
Assim evita-se cretinice,
Para dizer mais idiotice
Que se cale sem demora…
Daquela boca pra fora,
Gostei do que ele não disse!
Volta outra vez à carga
Fala com os cotovelos…
Põe-me de pé os pêlos,
Mas por nada se amaga.
Muita sentença propaga…
Tantas, que nem eu sei,
As doutorices que contei
Há muito perdi o conto…
Do aldrabão, eis o ponto:
Do que disse não gostei!
Manel do Giro
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