A história que se conta de José Garcia, proprietário
dedicado à lavoura e de mestre Barradas, o saudoso barbeiro...
Ambos nossos conterrâneos, José Garcia tinha o jeito de
mentir aquelas aldrabices que só o próprio acredita, e mestre Barradas sempre
com resposta na ponta da língua, não se fazia rogado para dar o troco.
Poet'anarquista
«A Couve e o Tacho»
Por Manel do Giro
1363- «A COUVE E O TACHO»
O que vos quero narrar
É uma grande heresia,
Contam que José Garcia
Era perito em aldrabar.
Certo dia foi encontrar
Caso único na herdade,
Afirmava sem maldade
O que então tinha visto…
Jurava por Jesus Cristo
Ser a pura da verdade!
- Vi, na sombra duma couve,
Rebanho d’ovelhas a dormir!
(Sério, sem se deixar rir,
O Barradas é quem ouve.)
Vegetal assim nunca houve
Com tamanha grandeza,
Aqui pela redondeza.
- Pois eu vi na nossa capital
Tacho maior que o Alandroal,
Enorme, com toda a franqueza!
José Garcia admirado
Com o que Barradas falava,
(Outra coisa não se esperava)
Diz com ar meio intrigado:
- Acho o tamanho exagerado,
Mas você nunca me mentiu…
E esse tacho, pra que serviu?
- Há de servir… se quer saber…
O dito tacho ainda vai cozer
A couve que o senhor viu!
Manel do Giro
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