segunda-feira, 19 de agosto de 2019

OUTROS CONTOS

«Humor no Jacuzzi», por Manel do Giro.

«Humor no Jacuzzi»
Jacuzzi

1375- «HUMOR NO JACUZZI»

Carta fora do baralho 
Um poeta agastado, 
Sem saber o resultado 
Final do seu trabalho!... 
Se com ela ralho 
Diz pra não incomodar, 
Tem que se despachar 
E gozar de boas férias… 
Sem tempo para lérias, 
No jacuzzi a mergulhar.

Rota Amarração de Pêra
No Mercedes velhinho, 
Para lá me encaminho 
Sem cheta na algibeira. 
Chegado à sua beira 
Digo: - Boa tarde, Realeza… 
Vim ao cheiro da pureza 
E até aqui eu conduzi, 
Quer mergulhar no jacuzzi? 
Desabafa: - Com franqueza!

Olha-me com meiguice 
E dispara: - Pouca cabeça!... 
Mas que linda esta peça, 
Pena só fazer tontice… 
Quem foi que disse 
Que eu te queria aqui? 
Mergulhemos no jacuzzi… 
Ui!... A sentir um calor!! 
Alteza… lindo o amor 
Que hoje emana de ti!!!

Borboleta a esvoaçar 
No jacuzzi em segredo… 
Digo: - Não tenhas medo, 
O amor sabe nadar! 
Súbita falta d’ar 
Eu faço boca a boca, 
Retiro-lhe a touca 
E afago as suas asas… 
Questiono: - comigo casas? 
Poisa-me nos braços louca!

Acordo então do sonho 
No jacuzzi imaginário… 
- Este não foi teu berçário, 
Penso com ar tristonho. 
A milhas dali me ponho 
Para o 13 do Pinheiro, 
De volta ao verdadeiro 
Sítio onde pertenço… 
E assim me convenço 
Que o amor é traiçoeiro.

Manel do Giro

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