terça-feira, 3 de setembro de 2019

OUTROS CONTOS

«A Hipocrisia», por Manel da Trindade.

«A Hipocrisia»
Pôr-de-Sol visto do Outeiro das Nozes- Alandroal

      Mote              

                    Só quando a hipocrisia                       
Cair do seu pedestal,  
Nascerá dia após dia
Um sol para todos igual.

António Aleixo

1410- «A HIPOCRISIA»

Glosas

O mundo gira ao contrário
Foi o homem que assim quis…
Tudo começou mal de raiz,
Sofremos agora o calvário.
Mas que triste este fadário
Reservado, quem nos diria,
Talvez ninguém imaginaria
Que chegasse onde chegou…
O poeta bem que avisou:
‘Só quando a hipocrisia…’

A ganância pelo poder
Não conhece limite…
Culpada, nunca admite,
Quer mais do que deve ter.
O homem sem entender (?)
Que é ele quem faz o mal,
As alterações são um sinal
Acreditem, elas não dormem…
Só mesmo quando o homem
‘Cair do seu pedestal’

O respeito pelo planeta
Seria a primeira regra…
Tristeza, nada me alegra,
Tanta coisa mal feita.
A verdade se rejeita
Evocando a democracia
Há ainda até quem ria
E diga ser um disparate
Que o sol em Marte
‘Nascerá dia após dia’

A carne pouco inteligente
Sem sabedoria e razão…
Não ouve a voz do coração,
Está o mundo doente.
Tudo podia ser diferente
Com um espécime racional,
O bem venceria no geral
Para nosso contentamento
Como o poeta, eu acalento
‘Um sol para todos igual.’

Manel da Trindade

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