segunda-feira, 23 de setembro de 2019

OUTROS CONTOS

«Relógio da Torre», por Manel da Trindade.

«Relógio da Torre»
Detalhe/ Vista da Torre de Menagem
JPGalhardas

Mote

Relógio da torre o que faz
É só contares mentiras!...
Contas as horas que dás,
Não contas as que tiras!!

José Galhardas

1434- «RELÓGIO DA TORRE»

Glosas

Passa o tempo sem parar
Mesmo agora aqui passou...
O tempo não mais voltou,
Ninguém o viu regressar.
Outro tempo há de passar
Acredita-se ser capaz,
Ele nunca volta atrás
Disso eu tenho a certeza...
Dar horas com ligeireza,
Relógio da torre o que faz.

Nas horas que contas
Entre quartos dás soada...
Ouve-se a badalada,
As horas certas apontas.
Nem um minuto descontas
À direita sempre viras,
Os teus ponteiros atiras
Sem qualquer indecisão...
Cheguei a esta conclusão,
É só contares mentiras!

Seguro na tua rota
Os segundos vês correr...
Ao milésimo sem esquecer,
Não precisas tomar nota.
A tua precisão denota
Que trabalhas em paz,
Mostras como é fugaz
A passagem desta vida...
Na hora certa decidida,
Contas as horas que dás.

Se o tempo cá voltasse
E tudo se repetisse...
Era uma grande chatice
Que atrás regressasse!
Vivia num impasse
O ar que respiras,
Se o mesmo inspiras
Sucumbias sem demoras...
Relógio que dás horas,
Não contas as que tiras!!

Manel da Trindade

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